A Marinha Iraniana anunciou, em 7 de maio de 2025, a reintrodução do destróier IRIS Sahand, da classe Moudge, agora equipado com os sistemas de defesa aérea Sayyad-3 e Navvab. A embarcação havia naufragado em julho de 2024 durante manutenções em Bandar Abbas, após uma falha de vedação decorrente da remoção do eixo de propulsão, que causou uma inundação. O navio foi recuperado em apenas dez dias por equipes técnicas iranianas com o apoio do Complexo de Indústrias Navais e Offshore (ISOICO), demonstrando a capacidade de resposta do país para restaurar ativos navais estratégicos.
Originalmente comissionado em 2018, o Sahand é o terceiro navio da classe Moudge e foi projetado com base na classe britânica Vosper Mk V, incorporando melhorias locais em armamento, sensores e desenho furtivo. Com deslocamento de até 1.500 toneladas, comprimento de 95 metros e autonomia de até 150 dias em alto-mar, o navio é movido por quatro motores a diesel e alcança velocidades de até 30 nós, operando com uma tripulação de aproximadamente 140 militares. Antes da atualização recente, o navio estava armado com um canhão Fajr-27 de 76 mm, sistema CIWS Kamand, canhões de 30 e 20 mm, metralhadoras pesadas de 12,7 mm, oito mísseis antinavio Qader, quatro mísseis Mehrab (versão naval do Sayyad-2), tubos triplos de torpedo de 324 mm e um convés para helicópteros Bell 212 ASW. O sistema de sensores incluía o radar tridimensional Asr, além de contramedidas eletrônicas e lançadores de chaff.
A atualização recente ampliou sua carga de mísseis para doze unidades, com três tipos distintos, e incluiu o Sayyad-3 e o Navvab. O Sayyad-3 é um míssil superfície-ar de médio alcance, com alcance de até 120 km e capacidade de engajamento a altitudes de 27 a 30 km. Ele emprega múltiplos modos de guiagem, incluindo radar ativo e infravermelho, sendo capaz de interceptar drones, mísseis de cruzeiro e aeronaves furtivas. Já o sistema Navvab é a variante naval do sistema Zoubin e atua na defesa de ponto de baixa altitude. Ele integra radar, lançador vertical e controle de tiro em uma única plataforma, capaz de detectar até 100 alvos e engajar simultaneamente oito deles, com alcance de até 25 km. Com lançamento vertical e cobertura de 360 graus, o Navvab já havia sido integrado a embarcações menores do IRGC e a corvetas como o Shahid Soleimani e o Zolfaghar, e agora marca presença em plataformas maiores como o Sahand.
A reintegração do Sahand com esses dois sistemas representa uma das atualizações mais substanciais em destróieres iranianos desde o comissionamento do Jamaran. Os sistemas foram testados em outras plataformas navais e terrestres, e sua integração em um destróier de maior porte reforça a capacidade de defesa aérea em nível de frota, tanto em águas costeiras quanto em mar aberto. A interoperabilidade com outras redes de defesa, como Majid, Mersad e Third Khordad, sugere que o Irã está avançando na consolidação de uma arquitetura de defesa aérea naval integrada.
Historicamente, o nome Sahand tem forte simbolismo na Marinha Iraniana. A embarcação original era uma fragata britânica da classe Alvand, chamada Faramarz antes da Revolução Islâmica de 1979. Rebatizada como Sahand, foi afundada em 18 de abril de 1988 durante a Operação Louva-a-Deus, quando forças dos EUA retaliaram após a mineração do USS Samuel B. Roberts. O antigo Sahand foi atingido por mísseis Harpoon e Skipper II, além de bombas de fragmentação lançadas por aeronaves A-6E Intruder e pelo destróier USS Joseph Strauss, resultando na morte de 45 tripulantes e no naufrágio do navio. A atual embarcação, comissionada em 2018, carrega o nome em homenagem aos marinheiros mortos e representa a resiliência da Marinha iraniana.
A rápida recuperação e modernização do Sahand reflete os avanços da indústria de defesa do Irã em autossuficiência e resposta operacional, consolidando sua estratégia de negação de área (A2/AD) e projeção de poder regional. A introdução de sistemas modernos e a retomada de operações em tempo recorde demonstram um foco estratégico claro em fortalecer a capacidade de combate marítimo diante de ameaças tecnológicas cada vez mais sofisticadas.
mesmo com todas as sanções impostas, eles se superam. Brazil deveria observar tais condutas.
o Brasil não é para amadores !!!