E.M.Pinto
O governo dos Estados Unidos decidiu destinar quase US$ 1 trilhãomais precisamente, US$ 946 bilhões para a manutenção e modernização de suas forças nucleares entre 2025 e 2034,. foi o que mencionou o relatório recente do Congressional Budget Office (CBO).
Essa projeção implica em um gasto médio de US$ 95 bilhões por ano, superando em US$ 190 bilhões a estimativa anterior para o período 2023–2031. Diante dessa cifra impressionante, surge uma questão inevitável.
Esse investimento colossal é estrategicamente necessário ou representa um custo excessivo para o contribuinte e para a estabilidade global?
Defensores da iniciativa argumentam que a modernização é imperativa. Com aproximadamente 3700 ogivas nucleares das quais 1770 estão estrategicamente implantadas em mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), mísseis lançados de submarinos (SLBMs) e sistemas de bombardeio aéreo.
O plano prevê, por exemplo, a substituição do envelhecido míssil Minuteman III pelo moderno LGM-35A Sentinel, cuja introdução será um dos principais motores do aumento de custos . Ao que tudo indica, o programa deverá ser compeltamente revisto pois enfrenta problemas e requer investimentos acima do esperado.
Além disso, o relatório detalha a destinação dos recursos: US$ 454 bilhões para armas estratégicas (incluindo US$ 228 bilhões para SLBMs, US$ 140 bilhões para ICBMs e US$ 65 bilhões para bombardeiros estratégicos), US$ 154 bilhões para sistemas de comando, controle e comunicações (NC3), US$ 193 bilhões para laboratórios e suporte a ogivas, e US$ 129 bilhões reservados para imprevistos.
Esses investimentos, defendem os estrategistas, são essenciais para enfrentar um ambiente geopolítico cada vez mais hostil. O Departamento de Defesa dos EUA advertiu recentemente sobre a crescente cooperação militar entre Rússia e China, alertando para o risco de uma nova corrida armamentista nuclear. Para Washington, manter uma “tríade nuclear” moderna e resiliente é visto como um seguro contra ameaças existenciais.
Contudo, essa visão não é unânime. Críticos questionam se a renovação de um arsenal já massivamente destrutivo é a melhor alocação de recursos, especialmente num contexto de urgências internas como infraestrutura deteriorada, desigualdade econômica e mudanças climáticas. Para eles, o custo de quase US$ 1 trilhão poderia ser redirecionado para áreas que trariam benefícios sociais e econômicos mais diretos.
Outro argumento contrário é o risco de instabilidade global. Investimentos dessa magnitude podem incentivar rivais a expandirem seus próprios arsenais, enfraquecendo regimes internacionais de controle de armas e aumentando o perigo de confrontos nucleares, seja por erro de cálculo ou acidente.
Além disso, a própria sustentabilidade financeira desse plano é posta em dúvida. Com o déficit federal americano em alta, comprometer bilhões de dólares anualmente em armamentos nucleares representa um peso adicional para futuras gerações de contribuintes.
O projeto orçamentário detalha que:
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US$ 454 bilhões serão destinados a sistemas de armas estratégicas:
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US$ 228 bilhões para mísseis balísticos lançados de submarinos (SLBMs),
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US$ 140 bilhões para mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs),
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US$ 65 bilhões para bombardeiros estratégicos,
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US$ 21 bilhões para outros sistemas de apoio.
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US$ 154 bilhões para sistemas de comando, controle, comunicações e alerta precoce (NC3).
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US$ 193 bilhões para atividades laboratoriais e suporte a ogivas nucleares.
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US$ 129 bilhões como reserva para custos imprevistos e estouro orçamentário.
Um valor menor, de US$ 15 bilhões, será usado para apoiar o desenvolvimento de armas nucleares táticas, como bombas de gravidade para o caça F-35 e mísseis de cruzeiro nucleares lançados do mar (SLCM-N).
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Além disso, o investimento se divide por função:
Categoria | Valor (US$ bilhões) | Percentual do Total (%) |
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Operação e sustentação de forças nucleares | 357 | 44% |
Modernização de ogivas e sistemas de entrega | 309 | 38% |
Atualização de sistemas NC3 e alerta precoce | 79 | 10% |
Modernização de laboratórios e infraestrutura | 72 | 8% |
Fontes
- “U.S. Nuclear Weapons to Cost Nearly $1 Trillion Over the Next Decade”, Defense News [Link]
- “CBO Estimates $946 Billion for U.S. Nuclear Forces from 2025 to 2034”, Reuters,[Link]
- “The High Cost of U.S. Nuclear Modernization Plans”, The Guardian, [Link]
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