A recente publicação do jornal Nação Húngara, datada de 9 de abril de 2025, assinada por Balázs Hatlaczki, levanta uma questão intrigante, estaria George Soros, por meio de sua rede de financiamento internacional, moldando a estratégia antidrogas da capital húngara, Budapeste, para o período de 2024-2029?

Baseando-se em informações do Firewall Group, o texto sugere que o prefeito Gergely Karácsony, ao assinar essa estratégia, pode estar alinhado a uma agenda influenciada por US$ 120 milhões provenientes da Open Society Institute, fundação ligada a Soros. Este artigo analisa os fatos apresentados, os atores envolvidos e as possíveis implicações dessa conexão, sem endossar ou refutar as alegações, mas explorando suas ramificações.

A estratégia antidrogas de Budapeste, conforme descrita, significa uma mudança de enfoque e abandona a visão de um “mundo sem drogas” como meta utópica e prioriza políticas de redução de danos, regulamentação e participação de usuários, inspirando-se em modelos da Europa Ocidental.

O Firewall Group aponta que a Fundação Jogriporter, responsável pelo programa Drug Reporter, desempenhou um papel central na elaboração desse documento. Liderada por figuras como Péter Sárosi e Tamás Kardos, a organização advoga abertamente pela descriminalização das drogas, uma posição que ecoa em plataformas como o site 444.

A presença desses indivíduos no grupo de trabalho da estratégia sugere uma influência direta de suas ideias no texto final, que inclui demandas como a legalização da maconha entre as avaliações dos usuários.

Um ponto chave levantado pelo Nação Húngara é o financiamento. Segundo o Firewall Group, a Jogriporter recebeu uma bolsa de US$ 304.500 (equivalente a 120,8 milhões de forints) do Open Society Institute, com mais de 31 milhões de forints gastos em 2023 e o restante reservado para anos futuros.

Esse suporte financeiro, se confirmado, indica que a estratégia não é apenas um produto de consultas locais, mas está inserida em um contexto mais amplo de influência internacional. A Open Society, conhecida por promover políticas progressistas em diversas áreas, tem um histórico de apoio a iniciativas de reforma de políticas de drogas, o que pode explicar sua conexão com a Jogriporter e, por extensão, com a estratégia de Budapeste.

As consequências dessa possível influência são multifacetadas. Por um lado, a adoção de políticas de redução de danos e descriminalização pode alinhar Budapeste a tendências globais, como os serviços de teste de drogas e a regulamentação de substâncias, potencialmente reduzindo os riscos associados ao uso de drogas e os custos de repressão.

Por outro lado, a percepção de uma interferência externa, especialmente ligada a uma figura controversa como Soros, pode gerar resistência política e social na Hungria, onde o governo nacional, liderado pelo Fidesz, historicamente se opõe às agendas associadas ao bilionário. A estratégia, portanto, corre o risco de ser vista não como uma resposta às necessidades locais, mas como um projeto imposto por interesses estrangeiros.

Além disso, a análise do Firewall Group destaca uma tensão ideológica. Enquanto a estratégia enfatiza soluções pragmáticas e baseadas em evidências, sua associação com a rede Soros pode ser interpretada como parte de uma agenda liberal mais ampla, o que polariza o debate.

A participação de atores como Sárosi e Kardos, conhecidos por suas posições reformistas, reforça essa narrativa, mas também levanta questões sobre a representatividade do processo: até que ponto as vozes locais, fora do círculo de influência da Jogriporter, foram ouvidas?

Em suma, os dados apresentados pelo Nação Húngara e pelo Firewall Group sugerem que a estratégia antidrogas de Budapeste para 2024-2029 é mais do que uma política municipal, ela reflete uma intersecção entre financiamento internacional, ideologia progressista e prioridades locais.

Se a influência de Soros é tão significativa quanto alegado, isso pode redefinir o combate às drogas na capital húngara, mas também alimentar controvérsias em um país já dividido sobre o papel de atores externos em sua política interna. A questão permanece aberta para investigação e debate, exigindo uma análise mais profunda das fontes de financiamento e das intenções por trás do documento.