E.M.Pinto
O que começou como uma promessa de revolução nos céus latino-americanos, com um caça de última geração a “baixo custo”, virou um escândalo bilionário. O JAS 39 Gripen E/F, fabricado pela sueca Saab e vendido ao Brasil como a opção mais econômica do programa FX-2, agora se aproxima de um novo contrato com a Colômbia, com valores que chocam até os analistas mais céticos.
De acordo com o portal Defense Express, cada unidade do Gripen E/F pode custar até US$ 228,12 milhões, valor extraído de registros orçamentários do Ministério da Defesa da Colômbia, que propõe comprar 16 caças por US$ 3,65 bilhões. Isso significa que o suposto caça de 4ª geração “acessível” supera o preço de um caça F-35A, considerado topo de linha da 5ª geração.
A promessa do FX-2 virou uma conta salgada
Em 2014, o Brasil fechou contrato de US$ 5,44 bilhões para adquirir 36 Gripens o equivalente a US$ 151 milhões por unidade. Já era considerado um valor alto, mas aceitável pelo envolvimento da indústria nacional. Agora, 11 anos depois, o preço disparou quase 50%, mesmo com o projeto atrasado e com diversas incertezas operacionais.
“Com US$ 228 milhões, você compra um Rafale de última geração. Ou quase dois Super Hornets. Ou até um F-35 com troco para peças de reposição.”
A reputação do Gripen como caça de “excelente custo-benefício” está em ruínas. A expectativa de que a aeronave se tornasse uma alternativa viável para países com orçamentos limitados não se sustenta frente à realidade dos custos totais envolvidos (logística, peças, armamento, treinamentos e licenças).
Problemas além do preço
Outro ponto crítico revelado pela matéria é a possibilidade de os Estados Unidos vetarem o contrato com a Colômbia, já que os motores F414G, usados nos Gripen E/F, são fabricados pela General Electric. Isso mostra que, mesmo sendo um projeto europeu, o Gripen continua preso a limitações geopolíticas de Washington, outra falácia defendida com afinco pelo setor chapa branca da imprensa e de lobistas que defendiam que o Gripen seria a garantia de soberania,pois sera “produzido” no Brasil e por isso daria independência ao país. Algo que qualquer analista sério consideraria não uma piada de mal gosto, mas sim de má intenção.
Atrasos e poucas entregas reais
Apesar de promessas ambiciosas de tecnologia e transferência industrial, o programa segue atrasado. No Brasil, poucos Gripens estão plenamente operacionais, e a frota ainda está em processo de avaliação. Enquanto isso, países como a África do Sul enfrentam sérios problemas de manutenção: apenas 2 dos 26 caças Gripen estão operacionais por lá.
Resumindo, o Gripen, que deveria ser o “caça popular de alta performance”, se tornou um produto premium com desempenho ainda por comprovar. A ideia de um caça acessível, moderno e independente perdeu o sentido diante dos números expostos e dos entraves estratégicos. A promessa virou peso orçamentário e um alerta para futuras aquisições militares sob o disfarce do “baixo custo”.
Se você duvida, perca um pouco do tempo (já que o dinheiro não será recuperado) e faça uma pesquisa rápida nas últimas aquisições de caças por inúmeros países e tire bem as suas conclusões.
Caça | País / Cliente | Preço por Unidade (USD) | Geração | Observações |
---|---|---|---|---|
Gripen E/F | Colômbia (2025) | US$ 228,1 milhões | 4.5+ | Valor com pacote completo; mais caro que F-35 |
Gripen E/F | Brasil (2014, corrigido) | US$ 203,5 milhões (inflação) | 4.5+ | Com produção local e transferência de tecnologia |
F-35A | Tchéquia (2023) | US$ 208,3 milhões | 5ª G | Inclui infraestrutura, armas, suporte logístico |
F-16V | Filipinas (2025) | US$ 279 milhões | 4.5G | Pacote completo via FMS; valor inflado |
Rafale F4 | Sérvia (2024) | US$ 243 milhões | 4.5+ | Inclui armas e suporte técnico completo |
F/A-18E/F | EUA (flyaway cost) | US$ 70 milhões | 4.5G | Apenas aeronave; sem armamentos ou suporte |
F-15EX | EUA / Indonésia | US$ 105 milhões | 4.5+ | Preço base; pacotes adicionais sob demanda |
Su-30SM | Rússia / Índia | US$ 55 milhões | 4.5G | Preço básico; armamentos e suporte limitados |
Su-57 | Rússia (exportação) | US$ 100 milhões | 5ª G | Versão reduzida para exportação |
JF-17 Block III | Paquistão / China | US$ 35 milhões | 4ª G | Alternativa de baixo custo, mas com limitações tecnológicas |
Os valores incluem estimativas com pacotes logísticos quando especificado e podem variar com contratos específicos, acordos de produção local, taxas de câmbio e pacotes de armas.
Fonte:
JAS 39 Gripen is Nearing Its 1st Contract in Twelve Years, Revealing Shocking Costs Per Aircraft, Defence Express, [Link]
Muitos equívocos nos números.
Primeiro que o contrato do Gripen E na FAB é em coroas suecas, que valorizou menos do que o dólar. Nosso contrato não é ajustados pela inflação, muito menos inflação do dólar. É um contrato de preço fixo.
Segundo que autorizações de venda no Congresso Americano não é valor de contrato. É um valor máximo que o contrato poderá ter.
Terceiro que a Colômbia quer entre 16 e 24 Gripen-E, ou seja, o valor reservado ainda não possui um número definido, que só será definido no contrato.
Por fim, não faz sentido misturar custo per-capita dentro de um pacote amplo com custo limpo flyaway.
gripen já era ultrapassado muito antes do Brasil querer compra-lo, foi feita uma maquiagem pra transformar em atual, pra continua sendo um caça de 3a geração reformado, o pt comprou essa sucata e no mínimo ganhou muito dinheiro por fora, tinha o f-35, o su-35, o rafaelle e o euroflietgher, por causa de licitação que deve ter sido manipulada temos essas sucatas, e por favor não me fale de velocidade pq até o f-15 novo é tão superior a está porcaria que só mesmo o Brasil pra comprar isso aí
Não foi ”o PT que escolheu”, foi a FAB que bateu o pé pelo Gripen.
Isto é falsificar a história por causa de ranço político/ideológico.
Não que eu seja contra o Gripen, se fosse Rafale os atrasos ocorreriam também, isto é Brasil… onde é frequente um simples processo de inventario de herança familiar, se arrastar por 30 anos ou mais no judiciário.
Uma matéria assim pode afastar um monte de fanáticos torcedores, sabe como é, o pessoal fica cego. Às vezes mais cego que o próprio Gripen.
Eu não era fan do F/A-18, achava o Rafale caro, e torcia pelo Su-35, que ainda hoje é uma jóia, mas hoje me parece que aquele papo de americanos espionarem a dilma foi só para tirar o Hornet do páreo. Aquela coisa do espantalho para você chamar de seu.
A verdade é que se o Brasil cumprisse com sua parte todos os Hornets já teriam sido entregues.
É muito pouco provável, mas a FAB já poderia até estar pensando em um substituto de 5a ou 6a geração com uma parceria internacional, se não estivesse chocando o mesmo ovo à décadas.
Ah! Mas o Hornet é inferior aos outros candidatos!!! Brother, quanto a frota final e total de 24!!!(anota aí) Gripens tiverem sido entregues e estiverem operacionais, ele será tão ou mais inferior aos seus contemporâneos, seja lá quando for esse futuro, quanto o F/A-18 era no FX, mas os bolsos de uns já terão sido forrados. Certo?
Há décadas fiz uma brincadeira entre o encontro de um Gripen com um Flanker venezuelano em que o príncipe da FAB ameaçava o venezuelano com sua arma mortal, o custo por aeronave e por hora de voo, e hoje vejo que a brincadeira é mais sem graça e sem sentido ainda.
E viva a Banânia, o eterno país sem futuro.
então, venho dizendo isso desde 2012… caça sem escala com recheio tipo ” se tá disponível eu quero” … diferente de um caça projetado já com seu conteúdo operacional definido e pensado junto com a solução… como Rafale, F35… enfim, os ufanistas ficam irritadinhos mas a verdade surge e as contas são, como se sabe, matemática e ela vai doer se vc fizer merda… a FAB é a principal responsável por esta aventura megalomaniaca .. como foi aquela do AMX que só ajudou a jm grupo, enquanto o avião ficou capenga, sem radar, sem cdpacidade dd lançar mísseis arar… e operou lamentavelmente durante metade de sua vida útil…