Transição de ex-Comandante da Força Aérea Brasileira para a Airbus levanta questionamentos

O Brigadeiro Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), se envolveu em uma controvérsia ao aceitar um cargo de consultor na empresa europeia Airbus. Durante seu tempo como Comandante da FAB, Baptista foi responsável por aprovar a compra de dois aviões Airbus A330-200, que posteriormente seriam adaptados para se tornarem aeronaves-tanque MRTT (Multi-Role Tanker Transport) para a FAB. Essa decisão aconteceu em 2023, no âmbito de uma licitação onde os aviões modelos da Airbus foram selecionados. Carlos de Almeida Baptista Junior teve uma administração intensa, onde fez cortes em programas, ao mesmo tempo que deu prioridade a projetos como o Saab Gripen.

Antes de assumir o cargo na Airbus, Baptista foi responsável por contratos com a empresa, o que gerou questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse. A escolha de aviões modelo A330-200,fornecidos pela empresa Azul S.A. foi de aproximadamente US$ 80 milhões que posteriormente em um novo contrato os aviões seriam convertidos para o padrão   A330 MRTT (do inglês Multi-Role Tanker Transport) pela Airbus, sendo feita por alguém que mais tarde se tornaria consultor da empresa fabricante das aeronaves, levantou dúvidas sobre a relação entre Baptista e a empresa europeia.

O processo de licitação chamou a atenção por limitar o tipo de equipamento ao avião Airbus. Depois de deixar a FAB, ele foi contratado pela Airbus, o que intensificou a suspeita de que havia uma ligação entre sua decisão na Força Aérea e seu futuro cargo na empresa.

Essa movimentação de Baptista para a Airbus colocou em foco a prática conhecida como “porta giratória”, onde ex-militares ou ex-servidores públicos assumem cargos em empresas privadas com as quais tiveram envolvimento durante sua carreira pública. Essa prática é frequentemente criticada, pois pode gerar situações de favorecimento, onde ex-membros do governo ou das forças armadas utilizam sua experiência e contatos para beneficiar empresas privadas.

Além disso, há o envolvimento de seu filho, Bruno Baptista, que trabalha na AEL Sistemas que também tem contratos  com a FAB, o que adiciona mais complexidade à situação. Isso sugere que interesses familiares poderiam influenciar as decisões dentro da FAB, principalmente no que diz respeito à escolha das empresas para fornecer equipamentos militares. A relação entre a decisão de comprar as aeronaves e os vínculos familiares de Baptista levanta preocupações sobre ética e transparência no processo.

A mudança de Baptista para a Airbus ressalta um tema recorrente em muitos países, especialmente no setor de defesa, onde grandes contratos de fornecimento são negociados com empresas gigantes como Airbus e Boeing. Esse tipo de transição entre o setor público e privado destaca a necessidade de um maior controle sobre essas movimentações, a fim de evitar qualquer tipo de favorecimento ou conflito de interesse.

Este caso também chama atenção para a necessidade de mais transparência e mecanismos de fiscalização, especialmente em processos tão sensíveis quanto a compra de aviões militares. Tais decisões têm implicações diretas na segurança nacional, e é fundamental que os processos licitatórios e contratuais sejam claros e imparciais. A relação entre Baptista, sua família e a Airbus levanta questões importantes sobre a integridade e a ética na condução desses processos, o que exige um olhar mais atento para evitar que interesses pessoais ou corporativos influenciem escolhas estratégicas para o país.

Portanto, a situação envolvendo Baptista, sua conexão com a Airbus e a FAB coloca em evidência a necessidade de se estabelecer normas mais rigorosas para evitar qualquer tipo de favorecimento e garantir que decisões de grande relevância para a segurança nacional sejam tomadas com a máxima transparência e imparcialidade.

Um comentário em “Transição de ex-Comandante da Força Aérea Brasileira para a Airbus levanta questionamentos

  1. O juiz moro entregou as empresas da lava jato para a empresa americana Álvarez & marsal e depois abandonou a magistratura e foi trabalhar para Álvarez & marsal nos estados unidos !!!

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