A Etiópia firmou recentemente um acordo com a Rússia para a reconstrução de sua marinha, após o fracasso da colaboração com a França. O acordo, que visa o treinamento e a modernização das forças navais etíopes, foi formalizado após uma visita de uma delegação da Marinha Russa à Etiópia, liderada pelo vice-comandante-chefe, almirante Vladimir Vorobyev. Durante essa visita, os dois países discutiram planos para o desenvolvimento da capacidade naval da Etiópia, incluindo treinamento de pessoal e a transferência de tecnologia naval.
A Etiópia perdeu o acesso ao mar após a independência da Eritreia em 1991, o que dificultou sua capacidade de projetar poder naval. Em 2018, a Etiópia iniciou esforços para restabelecer sua marinha, com a ajuda de parceiros internacionais, como a França. No entanto, a colaboração com a França não teve sucesso, o que levou a Etiópia a buscar novos aliados. A Rússia entrou nesse cenário como uma alternativa, oferecendo suporte para a reconstrução naval e para o fortalecimento da presença marítima do país.
Esse acordo com a Rússia é estratégico, pois a Etiópia pretende aumentar sua presença no Mar Vermelho e explorar novos caminhos para garantir acesso ao mar. Um dos objetivos da Etiópia é estabelecer uma base naval na região para fortalecer sua segurança nacional e ampliar sua influência regional. A Marinha da Etiópia está baseada em Djibuti, e seu quartel-general fica em Bahir Dar , na Etiópia. A Rússia, por sua vez, vê essa parceria como uma oportunidade para expandir sua presença no Corno da África, região de importância estratégica, tanto para segurança quanto para interesses econômicos, como a exploração de recursos naturais e rotas comerciais.
Além disso, a Etiópia tem se esforçado para diversificar suas relações internacionais e fortalecer sua posição geopolítica. A colaboração com a Rússia se insere nesse contexto de expansão de alianças, buscando diversificar suas fontes de apoio militar e tecnológico. O desenvolvimento da marinha etíope, com o auxílio da Rússia, visa garantir uma maior autonomia para o país em termos de segurança marítima e projeção de poder na região.
Em resumo, a reconstrução da marinha etíope com o apoio da Rússia marca um ponto de virada importante para o país, que busca restaurar sua capacidade naval e consolidar sua presença no Mar Vermelho, ao mesmo tempo em que fortalece sua posição geopolítica no continente africano.