Problemas nos céus: Como os Mig-17 Vietnamitas causaram enormes problemas à USAF

Ali Ramos


Caça F-4 Americano É Atingido no Vietnã. Fonte: [Fonte].

A Guerra do Vietnã, em sentido estratégico, tático e operacional, foi um divisor de águas ao Exército Americano. A Força Aérea, ao contrário do que se pensa, não obteve um desempenho satisfatório, sendo crucial à derrota para os vietcongues. No entanto, as lições aprendidas no teatro operacional vietnamita foram primordiais e hercúleas ao aprendizado que, posteriormente, cimentou a vitória acachapante na Guerra do Golfo contra o Iraque, na década de 1990.

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Fato é, de qualquer modo, que, ao todo, segundo o Instituto Mitchel de Estudos Aeroespaciais, 10.000 aeronaves norte-americanas foram abatidas no Vietnã, entre caças, bombardeiros e helicópteros, em especial o caça F-4 Phantom, na maior parcela das vezes vítima de ataques de mísseis AAA (air-to-air) [1].

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Para entender o desempenho pífio é necessário remontar às origens e entender as falhas estratégicas do comando da Força Aérea Americana no teatro vietnamita.

Tendo sido o desenvolvimento de armas nucleares uma virada de chave tão grande no séc. XX, toda a estratégia norte-americana se voltava a lutar uma “guerra nuclear estratégica”, sendo as aeronaves empregadas equipadas para tal [2]. Por isso, nas palavras do Col. Robin Olds, que se viu desequipado no cenário com qualquer arma de curto alcance face às ameaças da coalizão vietnamita: “Um combatente seu uma arma é como um avião sem uma asa [2].”

Segundo Jim Cunningham, a ideia de que armas nucleares fariam todos os outros tipos de armamentos obsoletos fez com que o comando americano desenvolvesse, após a Segunda Guerra Mundial, um sistema estratégico, tático e operacional demasiadamente dependente de bombardeiros, matando as táticas de Manobras de Combate Aéreo (Air Combat Maneuver – ACM) [2].

               Bombardeiro B-52 na Guerra do Vietnã. [Fonte].

Neste sentido, o caça primário empregado no teatro de operações foi o F-105 – que ficou conhecido por sua baixa mobilidade, alto custo de manutenção e péssimo desempenho em combate contra outros caças, em especial os Mig-15 empregados pela coalizão norte-vietnamita. Mais da metade dos F-105 enviados ao teatro foram perdidos, fazendo com que o mesmo se transformasse no caça americano com maior número de baixas no Sudeste Asiático e no Vietnã, enfrentando a ameaça de mísseis AAA (air-to-air) e SAM (surface-to-air) sem muita escapatória [3].

Mesmo com as adaptações americanas e a entrada de outros caças no teatro de operações, os norte-vietnamitas desenvolveram um protocolo de combate para lidar com a Força Aérea Americana – os Mig-17 eram enviados ao combate contra os F-4, e os Mig-21 eram empregados contra os F-105, bem menos capazes, o que culminou numa vantagem tecnológica norte-vietnamita. Piorando a situação ainda mais, os F-105 utilizavam os mesmos sinais para todas as missões, o que facilitava seu reconhecimento. [4]

“Aquele pequeno avião poderia te dar uma briga como você nunca teve antes na vida […]. É absolutamente impossível segui-los. Eu também vi um MiG-17 virar de onde eu o tinha em desvantagem de talvez um ângulo de 30 graus, cerca de uma milha e meia para fora, talvez duas milhas, tentando disparar um míssil contra ele, e eu o vi realmente virar para fazer um passe de tiro frontal em mim […] Então o raio de curva deles tem que ser visto para crer. É incrível!”

Robin Olds, Piloto Americano [4].

         Mig-17 Soviético, o terror dos caças americanos no Vietnã [Fonte ].

O próprio Coronel Robin Olds desenvolveu uma tática específica para lidar com os Mig-17 – utilizou a mesma rota, formação e altitude do F-105, todavia com um esquadrão formado por caças F-4, quebrando a estratégia de engajamento da coalizão norte-vietnamita. O resultado foi a destruição de sete caças Mig-17 em 12 minutos, metade da frota norte-vietnamita, na “Operação Bolo”, garantindo finalmente a vitória da Força Aérea Americana – que veio a derrubar mais dois Mig-21, quatro dias depois [5].

A guerra terminou, muito tempo depois, com a vitória norte-vietnamita – e certamente o combate inicial nos céus contribuiu à mesma, ao contrário do que se pensa, já que se memora apenas a lendária guerrilha vietcongue, fazendo-se pouca menção à sua força aérea.


Fonte

  1. US Fixed Wing Aircraft Losses of the Vietnam War 1962-1973, Mitchel Institute for Aerospace Studies, [Link]
  2. Rediscovering Air Superiority: Vietnam, the F-X, and the ‘Fighter Mafia’,Air University, [Link]
  3. Did USAF Technology Fail in Vietnam? Airpower Journal – Spring, 1998,[Link]
  4. Fighting MiGs in Vietnam, Air & Space Forces Magazine, [Link]
  5. Operation Bolo, National Museum of The United States Air Force [Link]

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