Durante os testes de alta altitude realizados em Ladakh no final de 2024, o veiculo americano Stryker M1126 infantry carrier vehicle (ICV), fabricado pela General Dynamics, enfrentou sérios problemas de desempenho. Esses testes ocorreram em uma região montanhosa com altitudes variando entre 4.000 a 5.500 metros, onde as condições de baixa pressão atmosférica e ar rarefeito apresentaram desafios para o veículo.
O Stryker, equipado com um motor Caterpillar C7 de 300 cavalos de potência (hp), não conseguiu realizar manobras simples, como subidas curtas de apenas 20 metros. O motor também sofreu com superaquecimento, o que forçou a interrupção dos testes para evitar danos no sistema de transmissão. Esse desempenho inferior levantou questões sobre a adequação do modelo para operar em terrenos difíceis e em altitudes elevadas, típicas da região de Ladakh.
Em resposta às falhas, a General Dynamics sugeriu que o motor fosse trocado por uma versão de 600 hp, uma solução que promete melhorar o desempenho e a potência do veículo. Novos testes com o motor atualizado estão planejados para ocorrer nos Estados Unidos, mas ainda não está claro se essas alterações serão suficientes para adaptar o Stryker às exigências do ambiente de alta altitude.
Além disso, o Stryker não possui capacidade anfíbia, uma deficiência significativa em comparação com outros veículos que podem ser exigidos a operar em uma variedade maior de ambientes.
Quando comparado ao WhAP 8×8, desenvolvido pela DRDO (Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa da Índia), o Stryker teve um desempenho inferior. O WhAP, que também é um veículo de combate de infantaria, possui um motor de 600 hp e se saiu muito melhor durante os testes, enfrentando o terreno acidentado e as subidas íngremes sem os problemas de superaquecimento ou dificuldades de mobilidade que o Stryker experimentou. O WhAP 8×8 demonstrou ser mais adequado às condições de Ladakh, com um design mais eficiente para lidar com as dificuldades do terreno montanhoso.
O desempenho abaixo das expectativas do Stryker ocorre em um momento crítico, já que a Índia e os Estados Unidos estavam negociando a produção de 530 unidades do Stryker localmente. A intenção era substituir gradualmente os veículos militares russos em uso pelas forças indianas. Contudo, a performance do Stryker nos testes levanta sérias dúvidas sobre a viabilidade dessa parceria. Se os problemas não forem resolvidos, a Índia pode precisar reavaliar a continuidade da colaboração com os Estados Unidos e buscar outras alternativas, como o WhAP 8×8, que já provou ser mais eficaz nas condições exigidas.
Em resumo, os testes em Ladakh expuseram as falhas do Stryker, especialmente no que diz respeito à mobilidade, superaquecimento e capacidade de operar em grandes altitudes. Embora novas modificações no motor estejam sendo consideradas, o futuro da produção do Stryker na Índia agora está em risco, com alternativas locais mais bem adaptadas ganhando relevância.