Resenha: O plano egípcio para a reconstrução de Gaza

E.M.Pinto

Sugestão- Mohamad Jehad Tayeh


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Durante a cúpula da Liga Árabe realizada no Cairo, (clique no link para ler)  no dia 4 de março de 2025, o Egito apresentou um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza, enfatizando a necessidade de manter a população palestina em seu território. A proposta egípcia surge como uma alternativa às sugestões que previam a realocação dos palestinos para outros países e busca garantir a administração local por um comitê de tecnocratas palestinos.

Na live especial “Acordos de Abraão vs. Cúpula de Riad: Qual o destino para Gaza e Oriente Médio?” (vídeo), onde entrevistamos Mohamad Jehad Tayeh ,  discutimos a dinâmica política envolvendo a reconstrução de Gaza e o futuro da região. Essa discussão ganhou novos desdobramentos durante a cúpula da Liga Árabe, realizada no Cairo, no dia 4 de março de 2025, onde o Egito apresentou um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza, enfatizando a necessidade de manter a população palestina em seu território. A proposta egípcia surge como uma alternativa às sugestões que previam a realocação dos palestinos para outros países e busca garantir a administração local por um comitê de tecnocratas palestinos.

O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, destacou que o plano visa a recuperação das infraestruturas essenciais, incluindo habitação, energia, água e serviços de saúde, permitindo que Gaza volte a funcionar de maneira sustentável. O projeto também recebeu apoio do secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, que afirmou a disposição da organização em colaborar integralmente para sua implementação.

Um dos pontos centrais do debate é a proposta de eleições presidenciais e legislativas para a Autoridade Palestina, anunciada pelo presidente Mahmud Abbas. Essa medida busca conferir maior legitimidade política ao governo palestino, permitindo que novos atores participem do processo de reconstrução. O pleito pode ser um fator determinante na reorganização do poder em Gaza, considerando a possibilidade de concorrerem tanto o Fatah, partido dominante da Autoridade Palestina, quanto o Hamas, que atualmente controla Gaza.

Caso as eleições ocorram conforme o planejado, existe a possibilidade de o Fatah ampliar sua presença na Faixa de Gaza, caso consiga apoio suficiente da população para reassumir o controle administrativo da região. Da mesma forma, o Hamas pode fortalecer ainda mais a sua posição, caso seus candidatos obtenham vitória eleitoral, consolidando seu papel na governança local. O resultado das eleições teria impactos diretos na implementação do plano egípcio, já que a aceitação de um governo unificado pode facilitar os esforços de reconstrução e negociações diplomáticas internacionais.

O custo estimado para a reconstrução de Gaza ultrapassa os US$ 53 bilhões, conforme relatórios das Nações Unidas. Para viabilizar esse processo, a Liga Árabe tem buscado apoio financeiro e logístico de países aliados, bem como a participação de instituições internacionais.

A proposta egípcia representa um avanço significativo na busca por uma solução para a reconstrução de Gaza, garantindo que a população palestina permaneça em seu território e que a administração do processo seja conduzida por atores locais. Sua implementação, no entanto, dependerá da cooperação entre os líderes árabes e do engajamento da comunidade internacional, além do resultado das eleições e da possível reorganização política da região.

A discussão sobre os desdobramentos da “Cúpula de Riad” e as consequências para Gaza foi analisada na nossa live especial. Para conferir a análise completa, assista ao episódio no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=jbTZkYCXx5U&t=34s.

Referência

Brasil de Fato. “Egito apresenta plano para reconstruir Gaza com manutenção de palestinos em suas terras.” Publicado em 4 de março de 2025.

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