Índia negocia aquisição de 10 aeronaves Airbus C-295 para renovação de sua frota de transporte.

A Índia está em negociações avançadas para a aquisição de 10 aeronaves adicionais Airbus C-295, além das 56 inicialmente previstas no acordo de 2021. O objetivo principal dessa compra adicional é renovar a frota envelhecida de transportes militares da Força Aérea Indiana, com foco na substituição de aeronaves mais antigas e no aumento da capacidade de transporte para operações de defesa e segurança. Essas negociações, de acordo com fontes do setor, fazem parte de uma iniciativa mais ampla para modernizar e expandir as capacidades logísticas das forças armadas do país.

O C-295 é um avião de transporte tático e multiuso, com grande flexibilidade operacional. Ele pode transportar até 70 soldados ou até 8 toneladas de carga, sendo utilizado para uma série de missões, incluindo transporte de tropas, cargas e veículos, além de atuar em missões de vigilância, patrulha e alerta aéreo. O avião é especialmente adequado para operar em ambientes de infraestrutura limitada, como pistas curtas e não pavimentadas, o que o torna ideal para o vasto e diversificado território da Índia.

A negociação por essas 10 unidades adicionais acontece no contexto da necessidade urgente da Força Aérea Indiana em substituir sua frota de aeronaves mais antigas, como os Avro HS-748, que estão em operação desde a década de 1960. A Força Aérea tem enfrentado desafios com a obsolescência de suas aeronaves de transporte, o que compromete a eficácia das operações logísticas e de resposta rápida em tempos de necessidade. Com a introdução do C-295, a Índia espera aprimorar a agilidade e a flexibilidade das suas forças armadas, além de melhorar sua capacidade de mobilização e resposta a crises.

O acordo inicial de 2021, no valor de US$ 2,52 bilhões, envolve a aquisição de 56 aeronaves, sendo que 16 delas serão fornecidas diretamente pela Airbus e as outras 40 serão montadas localmente na Índia, em uma linha de montagem que será instalada pelo grupo indiano Tata. Esse processo de montagem local é um passo significativo para a Índia, que busca fortalecer sua indústria de defesa e reduzir a dependência de importações de tecnologia militar. A transferência de tecnologia para o país é um ponto crucial no acordo, permitindo à Índia aumentar sua autossuficiência na produção de equipamentos militares e reduzir as vulnerabilidades em termos de dependência de fornecedores externos.

Além disso, o programa de produção local do C-295 é visto como uma forma de impulsionar a economia indiana e criar empregos no setor de defesa, ao mesmo tempo em que posiciona a Índia como um centro de fabricação de aeronaves na região. O acordo com a Airbus e a Tata está alinhado com a estratégia do governo indiano de modernizar suas forças armadas e desenvolver capacidades de produção interna de equipamentos de defesa, o que também é uma resposta ao crescente poderio militar da China na região.

O C-295, que substituirá os antigos Avro HS-748, oferece uma plataforma mais moderna e versátil para a Força Aérea Indiana. Ele também pode ser configurado para várias outras missões, como operações de vigilância, patrulha marítima, missões de combate e de ajuda humanitária. Em comparação com os modelos mais antigos, o C-295 oferece maior confiabilidade, eficiência e desempenho em diversas condições operacionais.

O contexto dessa aquisição também reflete a busca da Índia por uma maior capacidade de resposta e dissuasão em face de desafios geopolíticos, principalmente relacionados ao crescente poderio militar da China. Com a modernização de sua frota de transporte, a Índia visa garantir uma resposta rápida e eficaz em situações de crise, ao mesmo tempo em que mantém uma presença robusta em diversas regiões do seu vasto território e nas águas do Oceano Índico.

Com o fortalecimento de sua frota de transporte, a Índia não só melhora sua capacidade de defesa, mas também dá um passo importante em direção à autossuficiência militar e ao desenvolvimento de sua indústria de defesa local, refletindo sua ambição de se tornar uma potência de defesa global.

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