Em março de 2025, a China negou as alegações de que teria vendido caças J-10 ao Egito, após um relatório publicado pelo Daily News Egypt, que afirmava que o Egito teria recebido os primeiros aviões de combate J-10, um modelo desenvolvido pela indústria aeronáutica chinesa. O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, desmentiu categoricamente essas informações, afirmando que eram falsas.
A venda de caças J-10C para o Egito foi amplamente discutida devido ao crescente interesse do país árabe na modernização de sua força aérea. O J-10C é um caça multifuncional de quarta geração, com capacidades avançadas, incluindo sistemas de radar AESA (Active Electronically Scanned Array), que permitem ao avião operar com maior precisão e longevidade em cenários de combate. Ele também é compatível com mísseis de longo alcance PL-15, que são uma das armas mais sofisticadas da China, permitindo que o J-10C seja altamente competitivo em termos de capacidade de combate de longo alcance.
O desmentido da China não impediu que se continuasse discutindo o interesse do Egito por essas aeronaves. O Egito tem buscado diversificar suas fontes de armamentos nos últimos anos, especialmente após uma série de obstáculos enfrentados nas negociações com os Estados Unidos, seu principal aliado militar tradicional. As dificuldades surgiram, principalmente, devido a restrições políticas e militares impostas pelos EUA, como a limitação na modernização de sua frota de caças F-16, devido a preocupações com direitos humanos e questões políticas internas no Egito.
O Egito, que há muito tempo depende de sua parceria com os Estados Unidos para fornecer armamentos avançados, tem buscado outras opções no mercado global. Em resposta a essas limitações, o Egito tem ampliado sua cooperação com outras potências militares, como a França, com a compra de caças Rafale, e até com a Rússia e a Itália, que também fornecem aeronaves de combate e outros equipamentos militares. Essa diversificação tem sido vista como uma estratégia para garantir maior autonomia militar e reduzir a dependência de aliados cujas políticas podem variar ao longo do tempo.
Além disso, a parceria com a China permite ao Egito o acesso a tecnologias de ponta a preços mais acessíveis e com menos condições políticas do que os fornecedores ocidentais. O J-10C e o J-31, outro caça que o Egito demonstrou interesse, são exemplos de como a China tem se posicionado como uma alternativa viável para países que buscam modernizar suas forças armadas sem se submeter às complexas exigências políticas dos países ocidentais.
Embora o Egito tenha negado oficialmente qualquer acordo de venda de J-10C com a China, especula-se que, devido à proximidade estratégica da China com o Egito, a cooperação entre os dois países no setor militar pode crescer, refletindo uma mudança geopolítica na região e um movimento em direção à multipolaridade nas relações internacionais de defesa. Isso também se alinha ao desejo do Egito de ter uma maior capacidade de influência militar e política, explorando uma gama mais ampla de parcerias.