E.M.Pinto

O míssil russo Soloist, descrito como uma arma de alta precisão, pode entrar em produção em massa já no próximo semestre. Recentemente, a mídia russa revelou este pequeno “míssil” de combustível sólido, projetado como um híbrido entre um veículo aéreo não tripulado (UAV) e uma munição de precisão.

Atualmente, encontra-se na fase de protótipo, passando por testes de disparo real, mas a Rússia já demonstrou sua capacidade de escalar rapidamente certos desenvolvimentos promissores como este.

Com 1,2 metros de comprimento e uma massa de decolagem de até 20 kg, o Soloist é lançado a partir de um tubo semelhante a um morteiro. Após o lançamento, sobe até uma altitude de 2 km, onde libera superfícies aerodinâmicas de controle, permitindo que o operador guie o míssil enquanto recebe imagens de uma câmera integrada. Esse sistema oferece um mecanismo de orientação televisiva, semelhante ao controle de drones FPV.

O Soloist é equipado com uma ogiva composta por munições padrão dos lançadores RPG-7 e SPG-9, com massas variando entre 2 e 5 kg. Fontes russas afirmam que ele pode atingir diversos alvos, incluindo veículos aéreos de baixa altitude.

O desenvolvimento deste sistema representa um esforço para criar uma munição de alta precisão capaz de atingir alvos além da linha de visão (NLOS).

A empresa responsável pelo desenvolvimento do Soloist é a KEMZ (Kizlyar Electromechanical Plant), que tradicionalmente se especializa em sistemas de controle operacional para caças Sukhoi, como o Su-27 e Su-30.

A fabricação de mísseis não faz parte do seu escopo usual de atuação. Relatos indicam que o projeto não é liderado pela Rostec, estatal que supervisiona a KEMZ, mas sim pelo centro tecnológico ANO Rivir Center. Além disso, fontes russas indicam que várias unidades militares já demonstraram interesse no Soloist, o que pode acelerar o início da produção em série.

Do ponto de vista tecnológico, a orientação de mísseis por câmera não é um conceito novo. Sistemas semelhantes são empregados nos mísseis israelenses Spike, no francês Akeron e no iraniano Almas (clique para ler). Alguns mísseis guiados iranianos, usados em sistemas de lançamento múltiplo, como certas versões do Ababil que alcançam distâncias superiores a 80 km, supostamente utilizam uma tecnologia de orientação comparável.

No uso prático, o operador do Soloist terá aproximadamente 20 segundos para guiar o míssil após atingir sua altitude máxima, mantendo-o no alvo. A eficácia de cada disparo dependerá significativamente da habilidade do operador, mas a Rússia pode incorporar tecnologia de visão computacional para reduzir essa dependência humana e aumentar a precisão do sistema.

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