Análise sobre a nova fase do conflito na Ucrânia

E.M.Pinto


Fonte Original- Al Jazeera

Sugestão- Cel. Marco A. Coutinho

A Al Jazeera publicou um artigo de opinião de Leonid Ragozin, jornalista baseado na Letônia, que discute o papel dos EUA na guerra da Ucrânia. Segundo o autor, a administração Trump não traiu Kiev, mas sim aqueles que incentivaram a Ucrânia a um confronto direto com a Rússia, prometendo adesão à OTAN e apoio militar irrestrito.

O artigo destaca que, apesar de Trump não ter encerrado o conflito em 24 horas, como prometido, sua administração tomou medidas rápidas para negociações com Moscou. O presidente norte-americano conversou com Vladimir Putin e iniciou tratativas para um cessar-fogo. Além disso, o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, indicou que a Ucrânia não pode esperar recuperar todo seu território nem ingressar na OTAN, contrariando políticas anteriores.

A mudança de postura dos EUA levou parte da imprensa ocidental a falar em “traição”, mas Ragozin argumenta que o apoio a Kiev sempre foi insustentável. O Ocidente atingiu seu limite no envio de armas e sanções, sem alterar a superioridade militar e econômica russa. Assim, o corte de apoio era apenas uma questão de tempo.

A matéria ainda aponta que a Europa pode seguir os EUA na revisão da adesão ucraniana à OTAN. O Secretário-Geral da aliança, Mark Rutte, já declarou que essa entrada nunca foi garantida.

No cenário atual, o governo Trump considera o envio de tropas de paz não pertencentes à OTAN para garantir um cessar-fogo. No entanto, a proposta não agrada nem a Ucrânia, que quer garantias mais sólidas, nem a Rússia, que pode vê-la como uma manobra ocidental.

Por fim, Ragozin argumenta que o único caminho para a paz é o não alinhamento da Ucrânia e uma reaproximação entre Rússia e Ocidente. Ele conclui que a vitória de Moscou era inevitável desde que Kiev foi incentivada ao embate sem ter meios para vencê-lo.

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