E.M.Pinto
As declarações de Donald Trump e Benjamin Netanyahu deixam claro o alinhamento estratégico entre os Estados Unidos e Israel, com ambos os líderes demonstrando uma postura agressiva em relação ao Irã, à Palestina e ao restante do Oriente Médio. Trump declarou que as relações entre os dois países serão mais fortes do que nunca, deixando evidente o apoio americano às políticas expansionistas israelenses.
Sobre Gaza, Trump afirmou que a região está em ruínas e sugeriu abertamente a remoção forçada de sua população para outros locais, o que equivaleria a uma limpeza étnica. Essa proposta ignora completamente o direito dos palestinos sobre suas terras e reforça a ideia de uma Gaza despovoada e sob controle estrangeiro.
Netanyahu celebrou a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, alegando que foi uma medida lógica. Ambos enxergam o Irã como inimigo central e afirmam que o país está enfraquecido, enquanto Israel, segundo Netanyahu, está mais forte do que nunca. Ele ainda acusou Teerã de planejar assassinatos contra Israel, justificando a postura agressiva do governo israelense.
Sobre as operações militares, Netanyahu afirmou que Israel destruiu o Hamas, o Hezbollah e as capacidades militares da Síria, assumindo que seu governo promoveu uma campanha sistemática de ataques para eliminar grupos considerados inimigos. Essa visão reforça a política de Israel de conduzir ofensivas militares preventivas e retaliatórias sem considerar consequências humanitárias.
Trump deixou claro que considera Gaza um território sob disputa e afirmou que os Estados Unidos terão uma presença duradoura na região para reconstrução, o que na prática significaria uma ocupação americana da Faixa de Gaza. Isso representaria a primeira anexação bem-sucedida de território do Oriente Médio por uma potência ocidental desde a Segunda Guerra Mundial. Netanyahu demonstrou apoio a essa ideia, enquanto Trump também declarou que estuda tomar o controle da Cisjordânia, com uma decisão final a ser tomada em breve.
O ex-presidente americano também deixou evidente que, se os reféns mantidos pelo Hamas não forem libertados, os Estados Unidos responderão com mais violência, sinalizando uma escalada militar na região. Além disso, ele afirmou que sua proposta de assumir Gaza já recebeu apoio de diversas lideranças políticas.
Netanyahu reforçou que um acordo com a Arábia Saudita será alcançado, o que indica um fortalecimento da aliança de Israel com regimes árabes dispostos a normalizar relações em troca de benefícios estratégicos. Esse movimento faz parte da consolidação da influência israelense no Oriente Médio, enfraquecendo a resistência palestina e isolando ainda mais o Irã.
Por fim, Trump anunciou que visitará Gaza quando for a Israel, um gesto que simboliza a legitimação de uma possível ocupação americana da região e reforça a interferência direta dos EUA nos desdobramentos do conflito.
As recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, geraram reações diversas na comunidade internacional.
Anúncio de Controle Americano sobre Gaza
Trump anunciou que os Estados Unidos assumiriam o controle da Faixa de Gaza, propondo a realocação de seus quase dois milhões de habitantes palestinos para países vizinhos. Ele delineou um projeto de desenvolvimento a longo prazo para a região, visando estabilidade no Oriente Médio. No entanto, o plano não esclarece como os EUA persuadiriam os palestinos a se deslocarem, nem se Israel manteria soberania sobre Gaza. A proposta foi recebida com ceticismo e resistência por líderes palestinos e países árabes, que a consideram irrealista e uma violação dos direitos dos palestinos.
Reações Internacionais
A comunidade global condenou amplamente o anúncio de Trump sobre Gaza, classificando-o como uma forma de limpeza étnica e uma violação do direito internacional. O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, enfatizou que a transferência forçada de populações em territórios ocupados é estritamente proibida. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, destacou a necessidade de realocar os palestinos dentro de suas próprias terras como parte de uma solução de dois Estados. Enquanto grupos de extrema-direita em Israel apoiaram os comentários de Trump, o Hamas e outras entidades globais condenaram o plano, vendo-o como um ato agressivo contra a autodeterminação palestina.
Discussão sobre a Ameaça Iraniana
Em uma conversa amistosa, Netanyahu e Trump discutiram a “ameaça iraniana” e concordaram em cooperar para a segurança de Israel. Netanyahu elogiou a vitória de Trump como um “potente e renovado compromisso na grande aliança” entre os dois países. Analistas apontam que Netanyahu prefere a liderança de Trump para ter maior margem em suas ações contra o movimento palestino Hamas em Gaza e seu aliado libanês Hezbollah.
Essas declarações e as reações subsequentes destacam as complexidades e tensões persistentes no Oriente Médio, bem como as divergências na comunidade internacional sobre as abordagens para resolver esses conflitos.
Fontes
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“Trump e Netanyahu conversam sobre ‘ameaças representadas pelo Irã'”, G1, [Link]
- “Five Takeaways From the Trump-Netanyahu Press Conference”, The Wall Street Journal, [link]
- “Trump advierte a Irán: ‘Si me asesinan, el país será aniquilado'”, AS, [Link]
- “‘Riviera of the Middle East’: Trump’s bombshell plan for Gaza”, The Australian,[Link]
- “Trump’s declaration US will ‘take over’ Gaza Strip sparks global condemnation – live”, The Guardian, [Link]
- “Rechazo masivo en todo el mundo al plan de Trump para que Estados Unidos controle la Franja de Gaza”, Cadena SER, [Link]
- “Trump talks Gaza takeover and other takeaways from his appearance with Netanyahu”, AP News, [Link]
-
“De ‘limpieza étnica’ a la ‘receta para el caos’: las reacciones y advertencias al plan de Trump para Gaza”, Huffington Post España, [Link]
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