O programa “ELSA” e o futuro da defesa Europeia

E.M.Pinto & JIN YEN


O programa ELSA (European Long-Range Strike Alliance) é uma iniciativa europeia  para o desenvolvimento conjunto de mísseis de ataque de longo alcance com capacidades avançadas, projetada para atender às necessidades de defesa do continente frente a ameaças emergentes. Criado com o objetivo de reforçar a segurança coletiva, o programa almeja aprimorar as capacidades de ataque estratégico e defesa aérea da Europa em um contexto de tensões geopolíticas crescentes, particularmente no leste do continente.

O Programa ELSA surgiu como resposta ao lançamento do míssil russo Oreshnik na ucrânia e a consequente escalada militar que deu início a uma corrida armamentista na europa. O bloco de nações europeias então decidiu buscar o fortalecimento militar em resposta a mudanças no cenário geopolítico global.

O programa surge como resposta à crescente tensão no leste europeu, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e o aumento da presença militar russa na região do Báltico e reflete a necessidade da Europa de fortalecer sua autonomia estratégica, reduzindo a dependência de equipamentos e tecnologia dos EUA, como o sistema de mísseis Tomahawk dentre outros. Trata-se de um esforço conjunto de nações europeias, promovendo integração industrial e militar para defesa coletiva sob o guarda-chuva da OTAN.

 

Alcance dos mísseis russos fonte: Iss
Parâmetro ELSA (Europa) Oreshnik (Rússia)
Alcance Interceptor > 500 km

Míssil de ataque entre 1000 e 2000km

> 2.000 km (relatado, podendo variar por tipo de carga).
Velocidade Subsônica ou supersônica (dependendo do modelo desenvolvido). Hipersônica (> Mach 5), dificultando interceptação.
Capacidades Operacionais Defesa integrada, ataque terrestre e marítimo. Ataque estratégico e tático contra alvos de alto valor (bases e frota).
Tecnologia Furtiva Prevista, com foco em minimizar detecção por sistemas adversários. Alta furtividade, com materiais que absorvem radar e baixa assinatura.
Integração Regional Compatível com sistemas como SAMP/T, Patriot e IRIS-T. Operado exclusivamente pela Rússia, integrado às forças nucleares.

O míssil Oreshnik, é baseado em tecnologia hipersônica e foi projetado para superar sistemas de defesa antimísseis, reforçando a capacidade ofensiva russa e sua posição como líder em mísseis desta natureza. Não se sabe ainda porém se os mísseis do sistema ELSA terão esta capacidade de velocidade de reentrada superior à Mach 5.0.

ELSA

Segundo onformações preliminares o projeto ELSA prevê o desenvolvimento de uma nova geração de mísseis projetados para possuir alcance entre 1000e 2000 km, permitindo uma cobertura mais ampla e versatilidade em missões de ataque estratégico e interdição. O projeto visa desenvolver armas capazes de engajar diferentes alvos, incluindo alvos terrestres e navais.

O programa será desenvolvido em uma parceria multinacional entre Alemanha, França, Itália, Polônia e, mais recentemente, o Reino Unido. Estas nações são os principais membros que integram o consórcio. Outros países da OTAN também podem contribuir futuramente, ampliando o escopo da colaboração.

Segundo as informações preliminares, um dos objetivos centrais do programa é criar mísseis compatíveis com os sistemas de de lançadores de defesa aérea existentes, como o SAMP/T, o Patriot e o IRIS-T, melhorando a coordenação e eficiência operacional entre os países europeus. A proposta prevê o desenvolvimento de uma nova geração de mísseis de defesa aérea com alcances superiores a 500km  e mísseis de ataque com alcances superioes a 1000km.

Para tal o projeto visa integrar tecnologia de ponta, incluindo sistemas de navegação autônoma, maior precisão de ataque e resistência a contramedidas eletrônicas. Os requisitos incluem capacidades furtivas para minimizar a detecção pelos sistemas de defesa adversários.

Alcance dos mísseis europeus fonte: ISS

A colaboração é liderada por grandes empresas de defesa europeias, como a MBDA e a Airbus Defence, com foco em fortalecer a autonomia estratégica europeia em relação a fornecedores externos, como os Estados Unidos.

Segundo as declarações oficiais, o ELSA busca aumentar a capacidade dissuasória da Europa contra ameaças potenciais, particularmente as provenientes da Rússia, que tem ampliado sua presença militar em regiões como o leste europeu e no Báltico.

O programa está em estágio inicial, com os primeiros protótipos esperados para serem lançados entre 2027 e 2030. Após a fase de testes, espera-se que os mísseis entrem em operação plena no início da década de 2030, com distribuição entre os países participantes.

A criação do ELSA representa um marco na política de defesa europeia, sendo um esforço conjunto para reduzir a dependência de tecnologia militar externa e construir uma capacidade robusta de dissuasão no cenário global.

Alcance dos mísseis interceptores e de cruzeiro norte americanos na europa, destaque para o alcance do Dark Eagle, a nova arma hipersônica dos Estados Unidos.

O ELSA reflete a percepção de que as capacidades militares europeias precisam ser expandidas para lidar com a modernização militar russa. O programa europeu busca reforçar a colaboração entre aliados e oferecer uma resposta coordenada às ameaças regionais.

O programa está estruturado em fases, com os primeiros protótipos de mísseis esperados entre 2027 e 2030. Após a validação e os testes de campo, a expectativa é que os sistemas sejam totalmente operacionais até o início da década de 2030. A implementação inicial prevê a distribuição desses armamentos entre os membros fundadores do programa, com possibilidade de expansão para outros parceiros estratégicos.

Categoria Especificação/Descrição
Nome do Programa European Long-Range Strike Approach (ELSA)
Países Participantes França, Alemanha, Itália, Polônia, Reino Unido (com possibilidade de expansão para outros países da OTAN)
Objetivo Principal Desenvolvimento de mísseis de longo alcance para defesa e ataque estratégico integrado.
Alcance Estimado superior a 500km (Míssil de defesa)
entre 1000 e 2000 km (Míssil de ataque)
Capacidades Operacionais Ataques terrestres e marítimos.
Operações estratégicas e táticas.
Aumento da interoperabilidade entre sistemas de defesa europeus.
Tecnologias-Chave Propulsão avançada para maior alcance e eficiência.
Tecnologia furtiva (stealth) para reduzir a detecção.
Sistemas de navegação autônoma com inteligência artificial para maior precisão.
Integração com sistemas de defesa aérea europeus como Patriot, SAMP/T e IRIS-T.
Fase Atual Planejamento e início do desenvolvimento.
Primeiros Protótipos Esperados entre 2027 e 2030.
Produção Total Prevista para a década de 2030, com distribuição inicial entre os países membros fundadores.
Empresas Envolvidas MBDA, Airbus Defence, e outros atores da indústria de defesa europeia.
Financiamento Recursos compartilhados entre os países participantes, com potencial de parcerias industriais adicionais.
Finalidade Geopolítica Fortalecer a dissuasão contra ameaças, como a Rússia.
Reforçar a segurança europeia e a capacidade autônoma de defesa.
Integração Regional Desenvolvimento conjunto de capacidades, compartilhamento de tecnologia e padronização de sistemas.

Consequências Geopolíticas

O desenvolvimento tanto do programa ELSA quanto do míssil Oreshnik está alimentando uma nova corrida armamentista global, com ênfase em mísseis de longo alcance e sistemas de defesa antimísseis avançados. Esta competição tecnológica entre a Europa e a Rússia traz consigo uma série de implicações estratégicas, principalmente no que diz respeito ao risco de erros de cálculo.

A introdução de armas com grande alcance e difícil interceptação, como as desenvolvidas no âmbito do ELSA e o Oreshnik, pode aumentar significativamente o risco de ações precipitadas durante crises, caso os países não consigam avaliar corretamente a intenção de seus adversários ou as consequências de uma resposta militar.

Além disso, essa corrida armamentista coloca uma pressão crescente sobre acordos internacionais de controle de armas. A competição por superioridade tecnológica e militar pode enfraquecer tratados essenciais, como o New START, que já enfrenta dificuldades para ser renovado. A falta de progresso na renovação desse acordo reflete o impacto negativo que esses novos desenvolvimentos podem ter no ambiente de controle de armas, potencialmente desencadeando uma nova era de militarização desenfreada.

Enquanto a Rússia busca reforçar sua posição de domínio regional e sua capacidade de dissuasão estratégica com o Oreshnik, a Europa, por meio do ELSA, tenta fortalecer sua segurança coletiva em resposta a ameaças externas cada vez mais iminentes. Essa nova fase de militarização torna mais difícil a busca por soluções diplomáticas e de controle de armamentos eficazes, com o potencial de intensificar as tensões no cenário internacional.


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