EUA Realocam Lançadores de Mísseis Typhon nas Filipinas em Estratégia de Mobilidade Militar

E.M.Pinto


Ao apagar das luzes de dezembro de 2024 o governo chinês protestou contra a decisão das Filipinas de adquirir o sistema de mísseis Typhon, fabricado pela Lockheed Martin. A decisão gerou críticas da China, que classificou o movimento como “provocativo e perigoso”, afirmando que isso pode intensificar uma “corrida armamentista” no Pacífico Asiático.

O general Roy Galido, comandante chefe das forças armadas filipinas, explicou que o sistema será adquirido para proteger a soberania do país, permitindo projeção de força para até 370 km, o que inclui a proteção de ativos navais e áreas marítimas filipinas. Rechaçando a posição chinesa ao contrário que implanta na região mísseis balísticos e de cruzerio de alcances muitas vezes maior.

Imagens de satélite demonstram a mobilização da bateria dos sistema Typhoon alocada nas Filipinas

Embora destacasse que não considera não haver problemas coma China, Galido destacou que armas de longo alcance como os mísseis IRBM tal como os implantados pelos  chinseses na região é que tornam-se uma ameaça para a zona do pacífico.

O Ministério das Relações Exteriores da China condenou a decisão, afirmando que a região precisa de “paz e prosperidade, não mísseis e confrontos”.

A aquisição que deve ocorrer nos próximos dois anos para ser concretizada levanta questões disputas pelos mares da região. A China já havia criticado o uso do Typhon pelos EUA em exercícios militares conjuntos com as Filipinas, acusando o sistema de desestabilizar a segurança regional.

Apesar das críticas, Galido afirmou que as Filipinas agirão de acordo com seus próprios interesses e não cederão a pressões externas.

O sistema cuja principal caraterística é a versatilidade e modularidade, possuia capacidade de ser aerotransportado o que lhe confere um ganho tático considerável.

A polêmica ganhou força ainda mais quando os Estados Unidos realocaram seus lançadores de mísseis Typhon, capazes de disparar mísseis de longo alcance, do aeroporto de Laoag, nas Filipinas, para uma localização não divulgada na ilha de Luzon.

A informação foi confirmada por autoridades filipinas, que atestaram se tratar de um esforço soberano que faz parte da estratégia para avaliar a mobilidade do sistema e sua capacidade de reagir rapidamente durante conflitos.

A bateria possui versatilidade do emprego tanto de armas Solo-AR quanto Solo-solo.

O Sistema Typhoon integra um sistema de comando e controle modular capaz de integrar mísseis interceptores com alcance de mais de 20km e  mísseis de cruzeiro com alcances estimados em 2500km. O sistema permite mobilidade estratégica e segundo Jeffrey Lewis, do Middlebury Institute of International Studies, imagens de satélite recentes mostraram os lançadores sendo carregados em aeronaves de transporte C-17 no aeroporto de Laoag.
Segundo Lewis os satélites registrarama  remoção das capas protetoras que cobriam os lançadores das intempéries climáticas. Por sua vez, Matthew Comer, representante do Comando Indo-Pacífico (INDOPACOM), afirmou que a realocação foi realizada em coordenação estreita com o governo filipino, destacando que não se trata de um posicionamento permanente.

O sistema Typhon foi reposicionado nas Filipinas, mas isso não significa que permanecerá lá indefinidamente”, declarou Comer”.

A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo dos EUA para ampliar a presença de armas antinavio na região Indo-Pacífico, frente à crescente capacidade militar chinesa.

A China  que por repetidas vezes expressou forte oposição ao reposicionamento, acusando as Filipinas de intensificar tensões regionais. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmou:

“Essa decisão é extremamente irresponsável para a segurança regional e para os próprios cidadãos filipinos.”

Desde a primeira implantação do sistema em abril de 2024, durante exercícios militares, a presença dos Typhon nas Filipinas tem sido motivo de críticas por parte de Pequim e Moscou, que alegam que isso contribui para uma corrida armamentista no Indo-Pacífico.

O sistema Typhon utiliza mísseis cujo projeto modular e possibilidades de produção em larga escala podems er fornecidos em grande quantidade. Segundo Cap. Johnathan Garcia, gerente de projetos do programa SM-6, a atual capacidade produtiva da Lockheed Martin  permite a produção de 160 mísseis interceptores ao ano, mas isto não significa o limite da capacidade de produção, segundo ele, esta escala pode ser aumentada de 3 a 5 vezes de acordo com pedidos e demandas de entrega, pois a corporção possui outras plantas produtoras osciosas e que por hora atendem apenas as demandas dos consumos pré acordados.

A Plataforma M142 modificada confere ao sistema uma versatilidade e capacidade de padronização de sistemas.

Já os Mísseis Tomahawk segundo ele, nem precisam de aquisições novas até 2030, uma vez que milhares de mísseis estão disponíveis nos estoques das forças armadas dos EUA.

Sobre o Sistema

O Typhon é um sistema de mísseis de médio alcance desenvolvido pelos Estados Unidos, projetado para ser altamente móvel e capaz de combater ameaças múltiplas, como aeronaves, mísseis de cruzeiro, alvos marítimos e, em algumas versões futuras, mísseis balísticos. Fabricado pela Lockheed Martin, o sistema utiliza mísseis como o Tomahawk e o SM-6, que oferecem capacidades complementares para atingir alvos terrestres, marítimos e aéreos.

Características Técnicas do Sistema Typhon

Característica Descrição
Fabricante Lockheed Martin
Tipo de Ameaças Combatidas Aeronaves, mísseis de cruzeiro, alvos marítimos, mísseis balísticos (versões futuras)
Modelos de Mísseis Tomahawk (alvos terrestres de longo alcance)
SM-6 (alvos aéreos e marítimos, capacidade de defesa aérea)
Alcance Tomahawk: Até 1.600 km (depende da versão)
SM-6: Mais de 370 km (200 milhas náuticas)
Velocidade dos Mísseis SM-6: Mach 3+
Tomahawk: Sub-sônico (cerca de 880 km/h)
Altitude de Operação Varia conforme o míssil (de baixa altitude a exoatmosférica)
Guiagem dos Mísseis GPS, radar ativo/passivo e buscador infravermelho (IR)
Tipo de Ogiva Convencional (alto explosivo) ou capacidade nuclear (apenas para Tomahawk em versões específicas)
Composição de uma Bateria 1 veículo de comando e controle, 4 lançadores, veículos de apoio (logística e reabastecimento)
Modelo de Radares Radar integrado de longo alcance baseado em AEGIS
Custo Estimado (por bateria) US$ 100 milhões
Operadores Atuais Estados Unidos, com possíveis vendas para Filipinas

A composição de uma Bateria Typhon e composta por 1 veículo de comando baseado no caminhão militar HEMTT, o sistema conta com 4 lançadoras montadas numa plataforma modificada M142, além disso o sistema utiliza-se de 2 a 3 veículos de recarga e reabastecimento e um sistema de radar AESA, detecão, acompanhamento e guiagem de mísseis.

Veículo Modelo Quantidade por Bateria
Veículo de Comando Baseado em plataforma HEMTT 1
Lançadores Plataforma M142 modificada 4
Veículos de Apoio Transporte e reabastecimento 2-3
Radar Sistema baseado no AEGIS 1

Comparação com Sistemas Análogos Chineses e Russos

Característica Typhon (EUA) DF-21D (China) Bastion-P (Rússia)
Fabricante Lockheed Martin CASIC NPO Mashinostroyeniya
Tipo de Ameaças Combatidas Aeronaves, mísseis, alvos terrestres e marítimos Porta-aviões, alvos marítimos Alvos marítimos, terrestres
Alcance Até 1.600 a 2500 km (Tomahawk) 1.450 km (DF-21D) 350 km (P-800 Oniks)
Velocidade dos Mísseis Mach 3+ (SM-6) Mach 10 Mach 2.5
Guiagem dos Mísseis GPS, radar ativo/passivo Inercial, radar terminal Radar ativo e passivo
Ogiva Convencional ou nuclear Convencional ou nuclear Convencional ou nuclear
Composição de uma Bateria 4 lançadores, 1 radar 6 lançadores, suporte logístico 4 lançadores, suporte logístico
Custo Estimado (por bateria) ~US$ 100 milhões ~US$ 150 milhões ~US$ 90 milhões
Operadores EUA, Filipinas (futuro) China Rússia, Índia, outros

Em resumo, o Typhon é um sistema versátil e modular, projetado para atender a uma ampla gama de ameaças modernas, com grande foco em mobilidade e integração em conflitos regionais. Comparado aos sistemas chineses e russos, ele possui vantagens em flexibilidade operacional, embora o alcance e a velocidade dos mísseis chineses e russos possam superá-lo em determinados cenários.

Especialistas acreditam que a estratégia americana busca acelerar o equilíbrio na corrida por armamentos avançados no Indo-Pacífico, onde a China mantém uma vantagem considerável. O departamento de estado dos Estados Unidos ainda na Administração Joe Biden afirmou que a realocação dos lançadores Typhon reforça o compromisso dos EUA com a mobilidade estratégica de seus sistemas de defesa na Ásia. Embora os EUA enfatizem o caráter temporário do posicionamento, a reação chinesa sugere que a iniciativa continuará a ser um ponto de tensão no cenário geopolítico regional.


Fontes

ROATEN, MEREDITH. Army hypersonic weapon on fast-track to delivery. National Defense, v. 106, n. 820, p. 15-17, 2022.

GREENWAY, Robert et al. A Conservative Defense Budget for Fiscal Year 2025. Heritage Foundation Special Report, 2024.

BRONK, Justin; CRANNY-EVANS, Samuel. Building the Capacity to Conduct Joint All-Domain Operations (JADO) [em linha]. 2022.


Gostou do conteúdo?

 🔗 Acesse agora:

🌐 Site: planobrazil.com www.planobrazil.com

📺 Canal: / @blogplanobrasil

 Comunidade PB: Link WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/GS6gGodn4lq..

💛 COLABORE COM O PLANO BRAZIL:

📲 PIX: 14997751485

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.