Força Aérea Indiana Planeja Emitir Novo Processo de Aquisição para 114 Jatos

Tradução e adaptação: Ghost

Original: The Defence Post

Photo of Inder Singh Bisht Inder Singh Bisht


A Força Aérea Indiana (IAF) está considerando lançar um “processo aberto” para a aquisição de 114 aeronaves de combate de médio porte (MRFA), com produção realizada no próprio país.

Essa abordagem será diferente do processo anterior, no qual 36 jatos Rafale foram adquiridos da França por meio de um acordo de governo para governo em 2016.

De acordo com a Asian News International, o governo indiano quer evitar a “polêmica” que acompanhou o acordo de cerca de 7,87 bilhões de euros (8,56 bilhões de dólares), marcado por acusações de corrupção.

Esse acordo foi iniciado para romper o impasse com a fabricante do Rafale, a Dassault, devido a divergências sobre a compra de 126 aeronaves para a IAF, dentro da competição original de aquisição. As negociações para essa compra se arrastaram de 2012 a 2015, resultando no cancelamento do acordo.

“Da última vez, o governo encontrou uma solução para o processo MMRCA (Aeronave de Combate Multiuso de Médio Porte), que estava emperrado há anos, optando por um contrato de governo para governo para 36 Rafale. Mas isso gerou um debate político acalorado”, disse uma fonte ao The Print.

“Oficiais se apresentaram à Suprema Corte, e documentos de interesse nacional tiveram que ser compartilhados. Tornou-se um tema politicamente sensível.”

Processo Aberto

O governo indiano emitiu um pedido de propostas para o MRFA em 2018, recebendo respostas de seis empresas: Boeing, Dassault, o consórcio Eurofighter, Lockheed Martin, Mikoyan e Saab.

A maioria dessas empresas já havia participado da competição MMRCA, que foi vencida pelo Rafale, superando o Eurofighter Typhoon no quesito preço.

A versão naval do Rafale também foi posteriormente selecionada para os dois porta-aviões da Marinha Indiana, em substituição aos envelhecidos MiG-29.

Novos Testes

Uma nova competição para o MRFA arrisca prolongar ainda mais o processo de aquisição, num momento em que a força de esquadrões da IAF está reduzida para 31, contra uma força sancionada de 42, com mais dois esquadrões a serem aposentados no próximo ano.

No entanto, realizar “testes limitados” para acelerar o processo não é uma opção, já que os jatos passaram por “múltiplas atualizações” desde a última avaliação feita pela IAF em 2010-11, conforme relatou o The Print, citando fontes.

As aeronaves que participaram da competição MMRCA foram o F/A-18E/F Super Hornet da Boeing, o Rafale da Dassault, o Eurofighter Typhoon, o Gripen da Saab, o MiG-35 da Mikoyan e o F-16 da Lockheed Martin.

A Lockheed Martin substituiu o F-16 pelo F-21 específico para a Índia nesta nova competição, enquanto a Boeing está propondo uma opção adicional com o F-15EX.

Grande Carteira de Pedidos do Rafale

Outro motivo pelo qual o governo está buscando um novo processo de aquisição é a percebida incapacidade da Dassault de fornecer o Rafale em curto a médio prazo devido à grande carteira de pedidos de outros países, segundo a Asian News International.

A publicação afirmou que a carteira de pedidos do Rafale não permitiria que a Dassault iniciasse o fornecimento das aeronaves para a Índia em menos de dez anos.

Produção Doméstica

Enquanto isso, o governo indiano está considerando a exigência de “produção completa” das aeronaves na Índia em parceria com um parceiro local, segundo o The New Indian Express.

Componentes de aeronaves já estão sendo produzidos na Índia como parte dos acordos de compra. No entanto, a produção completa das aeronaves representaria um avanço significativo.

Isso traz consigo a necessidade de transferência de tecnologia, algo com o qual a Dassault não está disposta a colaborar, de acordo com a publicação.

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