Histórico da Indústria Militar no Brasil

E.M.PintoPaulo DinizAlbert Caballé Marimón



A história da indústria militar no Brasil é um testemunho de resiliência e inovação. Desde os primórdios, com a construção de fortificações e a produção artesanal de armas no período colonial, até o desenvolvimento de uma complexa e diversificada base industrial de defesa, o setor evoluiu significativamente. Momentos chave, como a fundação da Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas em 1808 e a criação de empresas estatais e privadas ao longo do século XX, moldaram a capacidade de produção militar do país.

Ao longo das décadas, empresas como a Embraer, Engesa, Avibras e muitas outras, desempenharam papéis cruciais no fornecimento de aeronaves, veículos blindados, sistemas de artilharia e mísseis. Mesmo enfrentando crises econômicas e desafios de investimentos, a indústria militar brasileira se adaptou e continuou a inovar, buscando parcerias internacionais e novas tecnologias.

Hoje, a Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil é composta por um mix de empresas estatais e privadas que continuam a desenvolver produtos e tecnologias de ponta. Programas governamentais como a Estratégia Nacional de Defesa (END) têm sido fundamentais para incentivar a modernização e garantir a competitividade global da indústria.

Este artigo pretende oferecer uma visão abrangente dos principais marcos, desafios e perspectivas da indústria militar brasileira, destacando as contribuições das empresas e iniciativas que moldaram e continuam a influenciar o setor. É uma homenagem à engenharia, inovação e à busca contínua pela soberania nacional através do fortalecimento das capacidades de defesa do Brasil.

Primórdios e Desenvolvimento

Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas

A indústria militar no Brasil teve suas origens no período colonial, com a construção de fortificações e a produção artesanal de armas e munições. No século XIX, a chegada da Família Real Portuguesa e a fundação da Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas em 1808 impulsionaram a fabricação de produtos militares. No início do século XX, durante a Primeira Guerra Mundial, o Brasil começou a investir mais em sua capacidade de produção militar, destacando a criação da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro em 1934 para garantir a logística das Forças Armadas.

Primeiras Empresas e Setores

Nos anos 50, a industrialização pesada levou à criação de várias empresas do setor militar.

A industrialização no Brasil nos anos 1950, impulsionada pelo governo de Juscelino Kubitschek e seu Plano de Metas, transformou profundamente a economia e a infraestrutura do país. O foco em setores como energia, transporte, siderurgia e construção civil, com a célebre meta de “50 anos em 5”, fomentou a criação de novas indústrias e a modernização das existentes. Esta era de industrialização trouxe inovações tecnológicas e atraiu investimentos estrangeiros, fortalecendo a base industrial brasileira e criando um ambiente propício para o desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia, incluindo o setor militar.

Caminhão militar da Fábrica Nacional de Motores

O impacto dessa industrialização no setor militar foi significativo. A criação de empresas como a Fábrica Nacional de Motores (FNM) e a modernização de fábricas existentes possibilitaram a produção local de veículos militares, armamentos e outros equipamentos essenciais.

Além disso, a fundação da Embraer em 1969, embora ligeiramente posterior, foi um desdobramento direto da crescente capacidade industrial e tecnológica do país, resultando na produção de aeronaves militares avançadas.

Fábrica Nacional de Motores (FNM)

A Fábrica Nacional de Motores (FNM) foi uma das empresas mais icônicas do setor automobilístico brasileiro, desempenhando um papel crucial na industrialização e modernização do país. Fundada em 1942, inicialmente com o objetivo de produzir motores aeronáuticos durante a Segunda Guerra Mundial, a FNM rapidamente se diversificou, entrando no mercado de veículos automotores.

Após o término da guerra, a FNM redirecionou seus esforços para a produção de caminhões, preenchendo uma lacuna significativa no mercado brasileiro. Em 1949, a FNM lançou seu primeiro caminhão, o D-7.000, um veículo robusto e confiável que rapidamente ganhou popularidade entre os transportadores devido à sua durabilidade e capacidade de carga. Esse modelo marcou o início de uma série de lançamentos bem-sucedidos, consolidando a FNM como um nome de referência na indústria de caminhões.

Principais Veículos da FNM

FNM D-7.000

  • Lançamento: 1949
  • Características: Caminhão pesado com motor a diesel, capacidade de carga de 7 toneladas, e design robusto.
  • Impacto: Foi o primeiro caminhão de grande porte produzido no Brasil, ajudando a reduzir a dependência de importações e impulsionando a economia local.

FNM JK (FNM 2000)

  • Lançamento: 1960
  • Características: Sedan de luxo, equipado com motor de 2 litros, inspirado nos modelos Alfa Romeo, com design elegante e conforto superior.
  • Impacto: Este veículo foi uma tentativa da FNM de entrar no mercado de automóveis de luxo, trazendo inovação e qualidade ao mercado brasileiro.

FNM F-85

  • Lançamento: 1964
  • Características: Caminhão médio com motor diesel de 85 cavalos, conhecido por sua eficiência e baixo consumo de combustível.
  • Impacto: Tornou-se popular entre pequenos e médios empresários, oferecendo uma solução econômica e eficaz para transporte de mercadorias.

FNM 180

  • Lançamento: 1972
  • Características: Caminhão pesado com motor de 180 cavalos, destacando-se pela potência e capacidade de transporte de cargas volumosas.
  • Impacto: Ampliou a competitividade da FNM no segmento de caminhões pesados, consolidando sua presença no mercado.

A FNM não só produziu veículos robustos e confiáveis, mas também contribuiu significativamente para a economia brasileira. A empresa gerou milhares de empregos diretos e indiretos, impulsionou o desenvolvimento tecnológico e industrial do país, e ajudou a estabelecer uma base sólida para a indústria automobilística nacional.

Nos anos 70, a FNM enfrentou dificuldades financeiras e de gestão, culminando em sua aquisição pela Fiat em 1976. Apesar do declínio, o legado da FNM perdura, sendo lembrada como pioneira e inovadora no setor automobilístico brasileiro. Seus veículos continuam a ser apreciados por entusiastas e colecionadores, simbolizando uma era de progresso e desenvolvimento industrial.

Engesa (Engenheiros Especializados S.A.)

A Engesa (Engenheiros Especializados S.A.) foi uma das mais proeminentes empresas brasileiras no setor de defesa e automotivo, desempenhando um papel crucial na modernização das forças armadas brasileiras e na exportação de veículos militares para diversos países. Fundada em 1963 por José Luiz Whitaker Ribeiro, a Engesa se destacou pela inovação tecnológica e pela capacidade de adaptar veículos civis para uso militar, contribuindo significativamente para a autonomia do Brasil na área de defesa.

A Engesa iniciou suas atividades modificando veículos civis para uso militar, mas rapidamente evoluiu para a produção de seus próprios modelos. Entre seus principais produtos destacam-se:

EE-9 Cascavel

EE-9 Cascavel

  • Lançamento: 1974
  • Características: Veículo blindado de reconhecimento equipado com canhão de 90 mm e capacidade anfíbia.
  • Impacto: Amplamente utilizado pelas forças armadas brasileiras e exportado para mais de 20 países, incluindo a Arábia Saudita, o Iraque e a Líbia. O EE-9 Cascavel era conhecido por sua mobilidade, robustez e versatilidade em diversos terrenos.

EE-11 Urutu

EE-11 Urutu

  • Lançamento: 1974
  • Características: Veículo blindado de transporte de tropas com capacidade anfíbia, armado com metralhadoras e canhões de pequeno calibre.
  • Impacto: Assim como o Cascavel, o Urutu foi amplamente exportado e utilizado em diversos conflitos ao redor do mundo. Sua capacidade de operar em terrenos difíceis e seu design modular fizeram dele uma escolha popular entre várias forças armadas.

EE-T1 Osório

  • Lançamento: 1985
  • Características: Tanque de batalha principal desenvolvido para competir no mercado internacional, equipado com canhões de 105 mm e 120 mm, blindagem composta e sistemas avançados de controle de fogo.
  • Impacto: Apesar de seu design inovador e desempenho superior em testes comparativos, o Osório não conseguiu conquistar contratos internacionais significativos, principalmente devido a fatores políticos e comerciais. No entanto, ele demonstrou a capacidade da Engesa de desenvolver tecnologia de ponta.

    Protótipo do Carro de combate ENGESA EET-1 Osório

A Engesa não só forneceu veículos modernos e eficientes para as forças armadas brasileiras, como também gerou empregos e estimulou o desenvolvimento tecnológico no país. Nos anos 1980, a empresa empregava milhares de trabalhadores e exportava seus produtos para mais de 30 países, contribuindo significativamente para a balança comercial brasileira.

Apesar de seu sucesso inicial, a Engesa enfrentou dificuldades financeiras no final dos anos 1980, devido a uma combinação de fatores econômicos, políticos e estratégicos. A falta de contratos internacionais para o tanque Osório e a crise econômica global contribuíram para a falência da empresa em 1993.

No entanto, o legado da Engesa perdura. Seus veículos ainda estão em operação em várias partes do mundo, e a empresa é lembrada como um exemplo de inovação e capacidade tecnológica brasileira. A experiência e as lições aprendidas com a Engesa continuam a influenciar a indústria de defesa do Brasil, destacando a importância de políticas públicas que apoiem a pesquisa, desenvolvimento e produção no setor de defesa.

Esse período marcou o início da autonomia brasileira na produção de equipamentos de defesa, reduzindo a dependência de importações e fortalecendo a capacidade das Forças Armadas para proteger o território nacional e participar de missões internacionais.

Indústria Aeroespacial

 

  • Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA): Fundada em 1943, produziu aviões de treinamento e transporte.
  • Fábrica Nacional de Motores (FNM): Fundada em 1942, fabricou motores aeronáuticos para aviões militares.
  • Centro Técnico de Aeronáutica (CTA): Fundado em 1946, desenvolveu tecnologias aeronáuticas.
  • Embraer: Fundada em 1969, tornou-se a principal fabricante de aeronaves militares do Brasil.
  • AEL Sistemas: Aviónicos e sistemas de controle para aeronaves militares.

Empresas que Fecharam suas Portas

  • Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA): Fechou em 1951,  produtora das aeronaves
  • CNNA: HL-1 e HL-2.
  • Fábrica Nacional de Motores (FNM): Deixou de produzir motores aeronáuticos em 1968.
CNNA HL-1 - Wikipedia

CNNA: HL-1

EMBRAER

A Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (EMBRAER) é uma das maiores e mais respeitadas fabricantes de aeronaves do mundo. Fundada em 1969 pelo governo brasileiro, a EMBRAER tem desempenhado um papel vital no desenvolvimento tecnológico e econômico do Brasil. A empresa é conhecida por sua capacidade de inovação e por produzir aeronaves que atendem tanto o mercado civil quanto o militar.

Desde sua criação, a EMBRAER se destacou por sua habilidade de desenvolver aeronaves que atendem às necessidades específicas dos mercados em que opera. A diversificação de seu portfólio inclui jatos regionais, aviões comerciais, aviões executivos e aeronaves militares, o que permitiu à empresa se tornar um player global na indústria aeronáutica.

Principais Projetos da EMBRAER

EMB 110 Bandeirante

C-95A 2296, 5º Esquadrão de Transporte Aéreo (foto Rudnei Dias da Cunha).

  • Lançamento: 1972
  • Características: Aeronave turboélice de transporte regional, com capacidade para até 21 passageiros.
  • Impacto: O Bandeirante foi o primeiro avião produzido pela EMBRAER, e seu sucesso ajudou a estabelecer a reputação da empresa. Utilizado tanto para transporte civil quanto militar, o Bandeirante foi exportado para vários países, contribuindo para a internacionalização da EMBRAER.

EMB 120 Brasília

EMBRAER 120 Brasília

  • Lançamento: 1985
  • Características: Aeronave turboélice pressurizada, com capacidade para 30 passageiros.
  • Impacto: O Brasília tornou-se um dos aviões regionais mais populares do mundo devido à sua eficiência e confiabilidade. Foi um marco importante na consolidação da EMBRAER no mercado de aviação regional.

Família ERJ 145

Família ERJ 145

  • Lançamento: 1996
  • Características: Jatos regionais com capacidade para 37 a 50 passageiros.
  • Impacto: A família ERJ 145 foi crucial para a EMBRAER se estabelecer como líder no segmento de jatos regionais. Com mais de 1.200 unidades produzidas, esses aviões são operados por companhias aéreas em todo o mundo.

Família E-Jets (E170/E175/E190/E195)

Família E Jet

  • Lançamento: 2004
  • Características: Jatos regionais de nova geração, com capacidade para 70 a 130 passageiros.
  • Impacto: Os E-Jets revolucionaram o mercado de aviação regional com sua eficiência de combustível, conforto e tecnologia avançada. A família E-Jets é amplamente utilizada por grandes companhias aéreas, elevando a EMBRAER a uma posição de destaque no mercado global de jatos comerciais.

Família E-Jets E2

E-Jets E2

  • Lançamento: 2018
  • Características: Atualização da família E-Jets, com melhorias em eficiência de combustível, redução de emissões e conforto.
  • Impacto: A família E2 reafirma a posição da EMBRAER como líder em tecnologia de jatos regionais, atendendo às demandas crescentes por aeronaves mais eficientes e sustentáveis.

Principais Projetos Militares da EMBRAER

EMB-326GB/AT-26 Xavante

EMB-326GB/AT-26 Xavante

  • Lançamento: 1971
  • Características: Treinador avançado e aeronave de ataque leve, equipado com turbofan Viper Mk.II da Rolls-Royce, capaz de operar a uma velocidade máxima de aproximadamente 800 km/h.
  • Impacto: O Xavante foi a primeira aeronave a jato produzida em série no Brasil, sendo crucial para a formação de pilotos e missões de ataque leve da Força Aérea Brasileira. Exportado para vários países, o Xavante consolidou a capacidade da EMBRAER em fabricar aeronaves militares.

EMB 312 Tucano

EMB 312 Tucano

  • Lançamento: 1980
  • Características: Aeronave de treinamento básico a turboélice, com capacidade para dois tripulantes.
  • Impacto: O Tucano foi um sucesso internacional, com mais de 600 unidades produzidas e exportadas para várias forças aéreas. Sua eficiência e versatilidade consolidaram a reputação da EMBRAER no mercado de treinadores militares.

A-29 Super Tucano

A-29 Super Tucano

  • Lançamento: 2003
  • Características: Aeronave turboélice de ataque leve e treinamento avançado, equipada com armamentos sofisticados e tecnologia de última geração.
  • Impacto: Utilizado por diversas forças aéreas ao redor do mundo, o Super Tucano é reconhecido por sua eficiência em missões de ataque ao solo, contra-insurgência e treinamento. Seu desempenho superior e versatilidade fizeram dele um dos produtos mais bem-sucedidos da EMBRAER.

AMX A-1

AMX A-1

  • Lançamento: 1986 (primeiro voo)
  • Características: Aeronave de ataque ao solo e reconhecimento, desenvolvida em parceria com as italianas Alenia e Aermacchi, equipada com motor Rolls-Royce Spey e capacidade de transportar uma variedade de armamentos.
  • Impacto: O AMX foi fundamental para a modernização das forças aéreas brasileira e italiana, oferecendo capacidades avançadas de ataque e reconhecimento. Sua produção colaborativa fortaleceu os laços industriais e tecnológicos entre Brasil e Itália.

R-99A e R-99B

R-99A e R-99B

  • Lançamento: 1999
  • Características: Aeronaves de vigilância e reconhecimento equipadas com radares avançados e sistemas de sensores.
  • Impacto: As versões R-99A e R-99B desempenham papéis cruciais na vigilância aérea e na coleta de dados de inteligência. Utilizadas pela Força Aérea Brasileira, essas aeronaves melhoraram significativamente a capacidade de monitoramento e defesa do espaço aéreo nacional.

KC-390 Millennium

KC-390 Millennium

  • Lançamento: 2015
  • Características: Aeronave militar de transporte tático e reabastecimento aéreo, com capacidade para transportar até 26 toneladas de carga.
  • Impacto: O KC-390 é um marco no segmento militar, oferecendo desempenho superior e versatilidade. Utilizado pela Força Aérea Brasileira e outras forças armadas ao redor do mundo, o KC-390 demonstra a capacidade da EMBRAER de competir com grandes fabricantes globais de aeronaves militares.

Atualmente, a indústria de defesa do Brasil é composta por um mix de empresas estatais e privadas, com uma diversificação significativa em termos de produtos e tecnologias. Embraer Defesa & Segurança continua sendo um dos principais atores, com o desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390 e do caça Gripen E/F em parceria com a sueca Saab.

Helibras

A Helibras (Helicópteros do Brasil S.A.) foi fundada em 1978 em Itajubá, Minas Gerais, como uma parceria entre a brasileira Aerotec e a francesa Aérospatiale, que mais tarde se tornaria parte do conglomerado Airbus Group. O objetivo inicial era a fabricação sob licença do helicóptero AS350 Ecureuil, também conhecido como Esquilo. Em 1980, a Helibras entregou seu primeiro helicóptero, marcando o início de uma trajetória que a consolidaria como a única fabricante de helicópteros no Brasil.

Ao longo das décadas, a Helibras expandiu suas operações, aumentando sua linha de produção, modernizando suas instalações e estabelecendo uma sólida infraestrutura de suporte e manutenção. Em 2006, a Airbus Helicopters (então Eurocopter) adquiriu a totalidade das ações da Helibras, fortalecendo ainda mais a capacidade tecnológica e produtiva da empresa. Hoje, a Helibras desempenha um papel crucial na indústria aeroespacial brasileira, fornecendo helicópteros tanto para o mercado civil quanto militar.

Linha Civil

A linha de helicópteros civis da Helibras é diversa, atendendo a uma variedade de necessidades, desde transporte executivo até operações de resgate e segurança pública. Os principais modelos incluem:

  1. Eurocopter AS350 Ecureuil – Wikipédia, a enciclopédia livre

    AS350 B3e Esquilo

    H125 (AS350 B3e Esquilo): Amplamente utilizado para transporte executivo, turismo, operações policiais e missões de resgate, o H125 é conhecido por sua versatilidade e desempenho em condições extremas, incluindo altas altitudes e temperaturas elevadas.

  2. H130 (EC130 T2): Este helicóptero monomotor é popular para turismo e transporte de passageiros devido ao seu design confortável e silencioso. O H130 é equipado com avançados sistemas de segurança e oferece excelente visibilidade para os passageiros.
Helicóptero 'popular' ganha itens de luxo usados pela presidente Dilma - 10/09/2013 - UOL Economia

EC130 T2

  1. H135: Utilizado em serviços de emergência médica, segurança pública e transporte executivo, o H135 é valorizado por sua cabine espaçosa, baixos níveis de ruído e custos operacionais reduzidos.
Airbus Helicopters H135 (T3) | Business Jet Traveler

H135

  1. H145: Versátil e confiável, o H145 é frequentemente empregado em missões de resgate, serviços de emergência médica, operações policiais e transporte executivo. Seu design modular permite rápidas reconfigurações para diferentes tipos de missão.
Helibras entrega primeiros H145 cinco pás para transporte aeromédico no Brasil

H 145

Linha Militar

No segmento militar, a Helibras tem uma forte presença, fornecendo helicópteros que atendem às rigorosas demandas das Forças Armadas brasileiras. Os principais modelos incluem:

  1. H225M (EC725 Caracal): Desenvolvido para missões de combate, resgate e transporte tático, o H225M é um helicóptero bimotor pesado com capacidades avançadas de defesa e autoproteção. Este modelo é utilizado pela Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira.

EC725 Caracal

  1. Fennec (AS550/AS555): Empregado pelo Exército Brasileiro, o Fennec é um helicóptero leve utilizado para reconhecimento, transporte de tropas e suporte aéreo. Sua agilidade e capacidade de operar em ambientes adversos o tornam ideal para missões táticas.

Fennec

  1. Panther (AS565): Este helicóptero bimotor é utilizado pela Marinha do Brasil para missões navais, incluindo patrulhamento, busca e resgate, e transporte de pessoal. O Panther é conhecido por sua durabilidade e capacidade de operar em condições marítimas desafiadoras.
Panther sur la «selva». — avionslegendaires.net

Panther

 

AVIBRAS

A AVIBRAS Indústria Aeroespacial S.A. é uma das principais empresas de defesa do Brasil, conhecida por sua inovação e excelência no desenvolvimento de sistemas de defesa e veículos aeroespaciais. Fundada em 1961, a AVIBRAS tem se destacado por suas contribuições significativas para a segurança nacional e para o desenvolvimento tecnológico do país. A empresa é reconhecida por seus produtos avançados em diversos segmentos, incluindo veículos civis e militares, foguetes, e sistemas de defesa.

Desde sua criação, a AVIBRAS se dedicou a desenvolver tecnologias de ponta que atendem às necessidades das Forças Armadas brasileiras e de clientes internacionais. A diversificação de seu portfólio inclui desde veículos blindados até sofisticados sistemas de artilharia e mísseis, além de veículos civis de alta tecnologia.

Principais Projetos da AVIBRAS

Avibras Indústria Aeroespacial S/A - ASTROS

Astros II

Astros II (Artillery SaTuration ROcket System)

  • Lançamento: 1983
  • Características: Sistema de lançamento de foguetes de artilharia de saturação, capaz de disparar diferentes calibres de foguetes (30km a 300km).
  • Impacto: O Astros II é um dos sistemas de artilharia mais avançados do mundo, utilizado por diversas forças armadas, incluindo a brasileira. Sua modularidade e precisão fazem dele uma ferramenta essencial para a defesa nacional.

Astros 2020

  • Lançamento: 2013
  • Características: Atualização do sistema Astros II, com melhorias em precisão, alcance e integração de novos mísseis táticos.
  • Impacto: O Astros 2020 representa um avanço significativo em relação ao seu antecessor, oferecendo capacidades aprimoradas que atendem às exigências modernas de combate.

FOG-MPM (Foguete de Artilharia de Alta Precisão)

SEGURANÇA NACIONAL SNB BRASIL: FOG-MPM da avibras

  • Lançamento: 1990
  • Características: Foguete guiado por laser para ataques de precisão, com alcance de até 30 km.
  • Impacto: O FOG-MPM oferece uma capacidade estratégica para ataques de precisão, minimizando danos colaterais e aumentando a eficácia em missões específicas.

Veículos Militares

AV-VB4 RE Guará

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  • Lançamento: 2005
  • Características: Veículo blindado leve de transporte de tropas, com alta mobilidade e proteção balística.
  • Impacto: Utilizado pelas Forças Armadas Brasileiras, o Guará é ideal para missões de reconhecimento e transporte em terrenos difíceis, oferecendo segurança e versatilidade às tropas.

Tupi

  • Lançamento: 1980
  • Características: Veículo blindado de transporte de pessoal (APC) desenvolvido em parceria com a Alemanha.
  • Impacto: O Tupi proporcionou às Forças Armadas Brasileiras um veículo robusto e confiável para operações diversas, contribuindo para a modernização da frota militar.

AV-SS 40

  • Lançamento: 1995
  • Características: Sistema de mísseis superfície-superfície de curto alcance, com precisão melhorada e capacidade de transporte em plataformas móveis.
  • Impacto: O AV-SS 40 aprimora a capacidade defensiva das forças terrestres, oferecendo uma solução eficaz para a neutralização de ameaças a curta distância.

Skyfire 70

  • Lançamento: 1988
  • Características: Sistema de foguetes ar-superfície utilizado em helicópteros e aeronaves de ataque leve.
  • Impacto: Amplamente utilizado por forças aéreas em todo o mundo, o Skyfire 70 proporciona uma solução de ataque aéreo eficiente e versátil, melhorando a capacidade de suporte aéreo aproximado.

Produção de Mísseis e Foguetes

Primórdios e Desenvolvimento

A produção de mísseis e foguetes no Brasil começou de forma mais estruturada nas décadas de 1960 e 1970. Antes disso, a produção era limitada e concentrada em pequenas unidades militares.

Primeiras Empresas e Setores

  • Avibras Aeroespacial S.A.: Fundada em 1961, especializou-se na produção de foguetes e sistemas de artilharia de foguetes, destacando-se pelo sistema ASTROS.
  • Mectron – Engenharia, Indústria e Comércio S/A: Fundada em 1991, desenvolveu mísseis ar-ar, ar-superfície e superfície-ar, como o MAA-1 Piranha.
  • Orbisat da Amazônia: Fundada em 2002, produziu radares e sistemas de monitoramento, colaborando em projetos de mísseis.

Setores e Produtos

Foguetes e Sistemas de Artilharia

  • Avibras: Sistema ASTROS II, foguetes SS-30, SS-40, SS-60 e SS-80.

Mísseis

  • Mectron: Míssil ar-ar MAA-1 Piranha, míssil antinavio MAN-1, míssil ar-superfície MAA-1B.

Tecnologias Associadas

  • Orbisat: Radares de controle e monitoramento.

    SABER M60

Empresas que Fecharam suas Portas

  • Mectron – Engenharia, Indústria e Comércio S/A: Fechou em 2017.
  • Órbita – Sistemas Aeroespaciais: Fechou nos anos 2000.

Situação Atual das Indústrias de Defesa no Brasil

A indústria de defesa do Brasil, especialmente no setor de mísseis e foguetes, continua a ser uma área estratégica. Empresas como Avibras são referências mundiais em sistemas de artilharia de foguetes, com o ASTROS II amplamente exportado  e atualmente está envolta em disputas judiciais com pedidos de compra por estatais extrangeiras e empresas privadas do setor.

Principais Empresas Atuais

  • Avibras Aeroespacial S.A.: Continua a desenvolver e modernizar o sistema ASTROS e investir em novas tecnologias para mísseis e foguetes.
  • Embraer Defesa & Segurança: Envolvida em projetos de mísseis e tecnologias associadas.
  • SIATT – Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico: Fundada em 2015, desenvolve sistemas de guiagem e controle para mísseis.

Indústria Naval Militar

Primórdios e Desenvolvimento

A indústria naval militar no Brasil começou a se estruturar no final do século XIX e início do século XX, impulsionada pela necessidade de proteger a extensa costa brasileira.

Primeiras Empresas e Setores

  • Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ): Fundado em 1763, envolvido na construção e manutenção de navios de guerra.
  • Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A. (Ishibras): Fundado em 1959, produziu navios de guerra e embarcações auxiliares.
Navios de guerra são abertos para visitação de graça em Vitória - ES360

Fragatas classe Niterói

  • Estaleiro Mauá: Fundado em 1845, fabricou navios de apoio e patrulha.

Navios de Guerra

  • AMRJ: Fragatas, corvetas e submarinos.
  • Ishibras: Fragatas da classe Niterói.

Embarcações Auxiliares

  • Estaleiro Mauá: Navios de apoio logístico e navios-patrulha.

Manutenção e Modernização

  • AMRJ: Modernização e manutenção de diversos tipos de navios militares.

Empresas que Fecharam suas Portas

  • Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A. (Ishibras): Fechou nos anos 1990.
  • Estaleiro Verolme: Fechou nos anos 1990.

Situação Atual das Indústrias de Defesa no Brasil

Principais Empresas Atuais

  • Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ): Continua sendo um dos principais centros de construção e manutenção de navios militares.
  • Itaguaí Construções Navais (ICN): Fundada em 2009, em parceria com a francesa DCNS (atual Naval Group), envolvida na construção de submarinos.

Submarino SBR Riachuelo

  • Estaleiro Brasfels: Parte do grupo Keppel FELS, envolvido na construção e manutenção de navios militares.
  • Estaleiro INACE: Construção de navios-patrulha e embarcações menores.
  • Estaleiro Brasil Sul:  localizado em Itajaí, é uma importante infraestrutura naval no Brasil especializada na construção e reparo de navios, que hoje congrega a construção das fragatas classe Tamandaré.

Fragatas Classe Tamandaré

Evasão de Divisas em Empresas de Defesa Nacional

A evasão de divisas ocorre quando uma empresa nacional de defesa, adquirida por uma estrangeira, transfere seus lucros para fora do país, resultando em perda de capital e impactos negativos na economia local. Este problema é particularmente significativo no setor de defesa, onde investimentos em tecnologia e infraestrutura são cruciais. Quando uma empresa nacional é adquirida por uma empresa estrangeira, os lucros gerados pelas atividades comerciais e industriais da empresa tendem a ser repatriados para a matriz no exterior, diminuindo a circulação de dinheiro dentro do país.

Impacto no PIB e Economia

Aumentar o percentual do PIB destinado ao orçamento de defesa, sem considerar a evasão de divisas, pode não resultar em crescimento econômico significativo. Para ilustrar este ponto, considere os seguintes exemplos matemáticos:

Exemplo 1: Investimento Nacional vs. Estrangeiro

Investimento Nacional:

  • Suponha que o governo destine 2% do PIB para a defesa.
  • PIB: $1 trilhão.
  • Orçamento de defesa: $20 bilhões.

Se as empresas de defesa são nacionais, o lucro gerado por contratos e vendas (por exemplo, $5 bilhões) permanece no país, estimulando a economia através de salários, impostos e reinvestimentos.

Investimento Estrangeiro:

    • Orçamento hipotético de defesa: $20 bilhões.
    • Empresa estrangeira obtém contratos e lucra $5 bilhões.
    • Desses $5 bilhões, $4 bilhões são repatriados para a matriz no exterior.

Neste cenário, apenas $1 bilhão permanece no país, enquanto $4 bilhões deixam a economia nacional, resultando em um impacto econômico negativo.

A evasão de divisas afeta diretamente a balança de pagamentos do país, reduzindo a oferta de moeda estrangeira e pressionando a taxa de câmbio. Além disso, a saída de divisas limita a capacidade de reinvestimento interno, essencial para inovação e desenvolvimento tecnológico. A dependência de tecnologia estrangeira pode aumentar, comprometendo a soberania nacional e a segurança.

Exemplo de Impacto Negativo na Economia

  • Emprego: Com menor reinvestimento interno, a criação de empregos no setor de defesa pode ser limitada. Se uma empresa estrangeira decide otimizar seus custos, pode transferir parte da produção para fora, resultando em desemprego local.
  • Tecnologia: A falta de reinvestimento limita o desenvolvimento de novas tecnologias nacionais, forçando o país a depender de importações tecnológicas caras.
  • Impostos: Empresas estrangeiras podem utilizar estruturas fiscais complexas para minimizar o pagamento de impostos locais, resultando em menor arrecadação para o governo.

A evasão de divisas por empresas de defesa adquiridas por estrangeiros representa um problema significativo para a economia nacional. Aumentar o orçamento de defesa sem políticas eficazes para conter essa saída de capital não resulta em crescimento econômico sustentável. Medidas como a promoção de empresas nacionais, incentivos fiscais para reinvestimento e políticas de controle de capitais são essenciais para garantir que o investimento em defesa beneficie realmente a economia do país.

Análise

Atualmente, a indústria de defesa do Brasil enfrenta desafios significativos devido à falta de projetos claros e investimentos consistentes. Embora o país abrigue empresas renomadas como a EMBRAER e a AVIBRAS, capazes de desenvolver tecnologias avançadas em diversos segmentos, incluindo aeronaves militares, sistemas de mísseis e veículos blindados, a ausência de uma estratégia nacional coesa tem limitado o crescimento e a competitividade do setor.

A falta de investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento compromete a capacidade de inovação das empresas brasileiras, reduzindo sua habilidade de competir globalmente e de atender às crescentes demandas das Forças Armadas. Além disso, a dependência de recursos externos e as flutuações econômicas têm impactado negativamente o avanço e a sustentabilidade das operações no setor de defesa.

Para reverter esse quadro, é fundamental que o governo brasileiro promova políticas públicas eficazes, incentivando joint ventures estratégicas, aumentando os investimentos em formação de pessoal qualificado, fomentando uma indústria de defesa 100% nacional e fortalecendo a cooperação em setores cruciais. Essas ações podem incluir o desenvolvimento das seguintes tecnologias prioritárias para a defesa:

  1. Motores aeronáuticos de última geração
  2. Sistemas de laser para defesa anti-míssil
  3. Drones de alta performance
  4. Capacidades avançadas de guerra cibernética
  5. Semicondutores seguros para aplicações militares
  6. Tecnologia furtiva para aeronaves e navios
  7. Sistemas de comunicação segura e criptografia
  8. Veículos autônomos e robótica militar
  9. Sensores eletro-ópticos e infravermelhos
  10. Sistemas de defesa aérea de médio e longo alcance
  11. Equipamentos de vigilância marítima e costeira
  12. Tecnologia de inteligência artificial para análise de dados
  13. Capacidade de resposta rápida e mobilidade estratégica
  14. Equipamentos de proteção e sobrevivência para tropas
  15. Tecnologias de simulação e treinamento militar virtual
  16. Equipamentos de guerra eletrônica e contra-medidas
  17. Tecnologias de manutenção preditiva para equipamentos militares
  18. Sistemas de energia autossuficientes e eficientes
  19. Equipamentos de suporte logístico e transporte estratégico
  20. Mísseis e foguetes
  21. Caças de 5ª e 6ª geração
  22. Submarinos e tecnologias assiociadas
  23. Sistema nacional de posicionamento por satélite
  24. Novos materiais
  25. Veículos militares de todos os tipos

Em resumo, enquanto o Brasil possui um potencial significativo na indústria de defesa, a falta de uma visão estratégica clara e de investimentos robustos continua a ser um desafio para o crescimento sustentável. A implementação de medidas urgentes para fortalecer a capacidade competitiva das empresas nacionais e garantir que o país possa enfrentar os desafios de segurança e defesa de maneira eficaz é crucial no cenário global contemporâneo.


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