E.M.Pinto, Paulo Diniz, Albert Caballé Marimón
A história da indústria militar no Brasil é um testemunho de resiliência e inovação. Desde os primórdios, com a construção de fortificações e a produção artesanal de armas no período colonial, até o desenvolvimento de uma complexa e diversificada base industrial de defesa, o setor evoluiu significativamente. Momentos chave, como a fundação da Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas em 1808 e a criação de empresas estatais e privadas ao longo do século XX, moldaram a capacidade de produção militar do país.Ao longo das décadas, empresas como a Embraer, Engesa, Avibras e muitas outras, desempenharam papéis cruciais no fornecimento de aeronaves, veículos blindados, sistemas de artilharia e mísseis. Mesmo enfrentando crises econômicas e desafios de investimentos, a indústria militar brasileira se adaptou e continuou a inovar, buscando parcerias internacionais e novas tecnologias.
Hoje, a Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil é composta por um mix de empresas estatais e privadas que continuam a desenvolver produtos e tecnologias de ponta. Programas governamentais como a Estratégia Nacional de Defesa (END) têm sido fundamentais para incentivar a modernização e garantir a competitividade global da indústria.
Este artigo pretende oferecer uma visão abrangente dos principais marcos, desafios e perspectivas da indústria militar brasileira, destacando as contribuições das empresas e iniciativas que moldaram e continuam a influenciar o setor. É uma homenagem à engenharia, inovação e à busca contínua pela soberania nacional através do fortalecimento das capacidades de defesa do Brasil.
Primórdios e Desenvolvimento

Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas
A indústria militar no Brasil teve suas origens no período colonial, com a construção de fortificações e a produção artesanal de armas e munições. No século XIX, a chegada da Família Real Portuguesa e a fundação da Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas em 1808 impulsionaram a fabricação de produtos militares. No início do século XX, durante a Primeira Guerra Mundial, o Brasil começou a investir mais em sua capacidade de produção militar, destacando a criação da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro em 1934 para garantir a logística das Forças Armadas.
Primeiras Empresas e Setores
Nos anos 50, a industrialização pesada levou à criação de várias empresas do setor militar.
A industrialização no Brasil nos anos 1950, impulsionada pelo governo de Juscelino Kubitschek e seu Plano de Metas, transformou profundamente a economia e a infraestrutura do país. O foco em setores como energia, transporte, siderurgia e construção civil, com a célebre meta de “50 anos em 5”, fomentou a criação de novas indústrias e a modernização das existentes. Esta era de industrialização trouxe inovações tecnológicas e atraiu investimentos estrangeiros, fortalecendo a base industrial brasileira e criando um ambiente propício para o desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia, incluindo o setor militar.

Caminhão militar da Fábrica Nacional de Motores
O impacto dessa industrialização no setor militar foi significativo. A criação de empresas como a Fábrica Nacional de Motores (FNM) e a modernização de fábricas existentes possibilitaram a produção local de veículos militares, armamentos e outros equipamentos essenciais.
Além disso, a fundação da Embraer em 1969, embora ligeiramente posterior, foi um desdobramento direto da crescente capacidade industrial e tecnológica do país, resultando na produção de aeronaves militares avançadas.
Fábrica Nacional de Motores (FNM)
A Fábrica Nacional de Motores (FNM) foi uma das empresas mais icônicas do setor automobilístico brasileiro, desempenhando um papel crucial na industrialização e modernização do país. Fundada em 1942, inicialmente com o objetivo de produzir motores aeronáuticos durante a Segunda Guerra Mundial, a FNM rapidamente se diversificou, entrando no mercado de veículos automotores.
Após o término da guerra, a FNM redirecionou seus esforços para a produção de caminhões, preenchendo uma lacuna significativa no mercado brasileiro. Em 1949, a FNM lançou seu primeiro caminhão, o D-7.000, um veículo robusto e confiável que rapidamente ganhou popularidade entre os transportadores devido à sua durabilidade e capacidade de carga. Esse modelo marcou o início de uma série de lançamentos bem-sucedidos, consolidando a FNM como um nome de referência na indústria de caminhões.
Principais Veículos da FNM
FNM D-7.000
- Lançamento: 1949
- Características: Caminhão pesado com motor a diesel, capacidade de carga de 7 toneladas, e design robusto.
- Impacto: Foi o primeiro caminhão de grande porte produzido no Brasil, ajudando a reduzir a dependência de importações e impulsionando a economia local.
FNM JK (FNM 2000)
- Lançamento: 1960
- Características: Sedan de luxo, equipado com motor de 2 litros, inspirado nos modelos Alfa Romeo, com design elegante e conforto superior.
- Impacto: Este veículo foi uma tentativa da FNM de entrar no mercado de automóveis de luxo, trazendo inovação e qualidade ao mercado brasileiro.
FNM F-85
- Lançamento: 1964
- Características: Caminhão médio com motor diesel de 85 cavalos, conhecido por sua eficiência e baixo consumo de combustível.
- Impacto: Tornou-se popular entre pequenos e médios empresários, oferecendo uma solução econômica e eficaz para transporte de mercadorias.
FNM 180
- Lançamento: 1972
- Características: Caminhão pesado com motor de 180 cavalos, destacando-se pela potência e capacidade de transporte de cargas volumosas.
- Impacto: Ampliou a competitividade da FNM no segmento de caminhões pesados, consolidando sua presença no mercado.
A FNM não só produziu veículos robustos e confiáveis, mas também contribuiu significativamente para a economia brasileira. A empresa gerou milhares de empregos diretos e indiretos, impulsionou o desenvolvimento tecnológico e industrial do país, e ajudou a estabelecer uma base sólida para a indústria automobilística nacional.
Nos anos 70, a FNM enfrentou dificuldades financeiras e de gestão, culminando em sua aquisição pela Fiat em 1976. Apesar do declínio, o legado da FNM perdura, sendo lembrada como pioneira e inovadora no setor automobilístico brasileiro. Seus veículos continuam a ser apreciados por entusiastas e colecionadores, simbolizando uma era de progresso e desenvolvimento industrial.
Engesa (Engenheiros Especializados S.A.)
A Engesa (Engenheiros Especializados S.A.) foi uma das mais proeminentes empresas brasileiras no setor de defesa e automotivo, desempenhando um papel crucial na modernização das forças armadas brasileiras e na exportação de veículos militares para diversos países. Fundada em 1963 por José Luiz Whitaker Ribeiro, a Engesa se destacou pela inovação tecnológica e pela capacidade de adaptar veículos civis para uso militar, contribuindo significativamente para a autonomia do Brasil na área de defesa.
A Engesa iniciou suas atividades modificando veículos civis para uso militar, mas rapidamente evoluiu para a produção de seus próprios modelos. Entre seus principais produtos destacam-se:

EE-9 Cascavel
EE-9 Cascavel
- Lançamento: 1974
- Características: Veículo blindado de reconhecimento equipado com canhão de 90 mm e capacidade anfíbia.
- Impacto: Amplamente utilizado pelas forças armadas brasileiras e exportado para mais de 20 países, incluindo a Arábia Saudita, o Iraque e a Líbia. O EE-9 Cascavel era conhecido por sua mobilidade, robustez e versatilidade em diversos terrenos.
EE-11 Urutu

EE-11 Urutu
- Lançamento: 1974
- Características: Veículo blindado de transporte de tropas com capacidade anfíbia, armado com metralhadoras e canhões de pequeno calibre.
- Impacto: Assim como o Cascavel, o Urutu foi amplamente exportado e utilizado em diversos conflitos ao redor do mundo. Sua capacidade de operar em terrenos difíceis e seu design modular fizeram dele uma escolha popular entre várias forças armadas.
EE-T1 Osório
- Lançamento: 1985
- Características: Tanque de batalha principal desenvolvido para competir no mercado internacional, equipado com canhões de 105 mm e 120 mm, blindagem composta e sistemas avançados de controle de fogo.
- Impacto: Apesar de seu design inovador e desempenho superior em testes comparativos, o Osório não conseguiu conquistar contratos internacionais significativos, principalmente devido a fatores políticos e comerciais. No entanto, ele demonstrou a capacidade da Engesa de desenvolver tecnologia de ponta.
Protótipo do Carro de combate ENGESA EET-1 Osório
A Engesa não só forneceu veículos modernos e eficientes para as forças armadas brasileiras, como também gerou empregos e estimulou o desenvolvimento tecnológico no país. Nos anos 1980, a empresa empregava milhares de trabalhadores e exportava seus produtos para mais de 30 países, contribuindo significativamente para a balança comercial brasileira.
Apesar de seu sucesso inicial, a Engesa enfrentou dificuldades financeiras no final dos anos 1980, devido a uma combinação de fatores econômicos, políticos e estratégicos. A falta de contratos internacionais para o tanque Osório e a crise econômica global contribuíram para a falência da empresa em 1993.
No entanto, o legado da Engesa perdura. Seus veículos ainda estão em operação em várias partes do mundo, e a empresa é lembrada como um exemplo de inovação e capacidade tecnológica brasileira. A experiência e as lições aprendidas com a Engesa continuam a influenciar a indústria de defesa do Brasil, destacando a importância de políticas públicas que apoiem a pesquisa, desenvolvimento e produção no setor de defesa.
Esse período marcou o início da autonomia brasileira na produção de equipamentos de defesa, reduzindo a dependência de importações e fortalecendo a capacidade das Forças Armadas para proteger o território nacional e participar de missões internacionais.
Indústria Aeroespacial
- Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA): Fundada em 1943, produziu aviões de treinamento e transporte.
- Fábrica Nacional de Motores (FNM): Fundada em 1942, fabricou motores aeronáuticos para aviões militares.
- Centro Técnico de Aeronáutica (CTA): Fundado em 1946, desenvolveu tecnologias aeronáuticas.
- Embraer: Fundada em 1969, tornou-se a principal fabricante de aeronaves militares do Brasil.
- AEL Sistemas: Aviónicos e sistemas de controle para aeronaves militares.
Empresas que Fecharam suas Portas
- Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA): Fechou em 1951, produtora das aeronaves
- CNNA: HL-1 e HL-2.
- Fábrica Nacional de Motores (FNM): Deixou de produzir motores aeronáuticos em 1968.

CNNA: HL-1
EMBRAER
A Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (EMBRAER) é uma das maiores e mais respeitadas fabricantes de aeronaves do mundo. Fundada em 1969 pelo governo brasileiro, a EMBRAER tem desempenhado um papel vital no desenvolvimento tecnológico e econômico do Brasil. A empresa é conhecida por sua capacidade de inovação e por produzir aeronaves que atendem tanto o mercado civil quanto o militar.
Desde sua criação, a EMBRAER se destacou por sua habilidade de desenvolver aeronaves que atendem às necessidades específicas dos mercados em que opera. A diversificação de seu portfólio inclui jatos regionais, aviões comerciais, aviões executivos e aeronaves militares, o que permitiu à empresa se tornar um player global na indústria aeronáutica.
Principais Projetos da EMBRAER
EMB 110 Bandeirante

C-95A 2296, 5º Esquadrão de Transporte Aéreo (foto Rudnei Dias da Cunha).
- Lançamento: 1972
- Características: Aeronave turboélice de transporte regional, com capacidade para até 21 passageiros.
- Impacto: O Bandeirante foi o primeiro avião produzido pela EMBRAER, e seu sucesso ajudou a estabelecer a reputação da empresa. Utilizado tanto para transporte civil quanto militar, o Bandeirante foi exportado para vários países, contribuindo para a internacionalização da EMBRAER.
EMB 120 Brasília

EMBRAER 120 Brasília
- Lançamento: 1985
- Características: Aeronave turboélice pressurizada, com capacidade para 30 passageiros.
- Impacto: O Brasília tornou-se um dos aviões regionais mais populares do mundo devido à sua eficiência e confiabilidade. Foi um marco importante na consolidação da EMBRAER no mercado de aviação regional.
Família ERJ 145

Família ERJ 145
- Lançamento: 1996
- Características: Jatos regionais com capacidade para 37 a 50 passageiros.
- Impacto: A família ERJ 145 foi crucial para a EMBRAER se estabelecer como líder no segmento de jatos regionais. Com mais de 1.200 unidades produzidas, esses aviões são operados por companhias aéreas em todo o mundo.
Família E-Jets (E170/E175/E190/E195)

Família E Jet
- Lançamento: 2004
- Características: Jatos regionais de nova geração, com capacidade para 70 a 130 passageiros.
- Impacto: Os E-Jets revolucionaram o mercado de aviação regional com sua eficiência de combustível, conforto e tecnologia avançada. A família E-Jets é amplamente utilizada por grandes companhias aéreas, elevando a EMBRAER a uma posição de destaque no mercado global de jatos comerciais.
Família E-Jets E2

E-Jets E2
- Lançamento: 2018
- Características: Atualização da família E-Jets, com melhorias em eficiência de combustível, redução de emissões e conforto.
- Impacto: A família E2 reafirma a posição da EMBRAER como líder em tecnologia de jatos regionais, atendendo às demandas crescentes por aeronaves mais eficientes e sustentáveis.
Principais Projetos Militares da EMBRAER
EMB-326GB/AT-26 Xavante

EMB-326GB/AT-26 Xavante
- Lançamento: 1971
- Características: Treinador avançado e aeronave de ataque leve, equipado com turbofan Viper Mk.II da Rolls-Royce, capaz de operar a uma velocidade máxima de aproximadamente 800 km/h.
- Impacto: O Xavante foi a primeira aeronave a jato produzida em série no Brasil, sendo crucial para a formação de pilotos e missões de ataque leve da Força Aérea Brasileira. Exportado para vários países, o Xavante consolidou a capacidade da EMBRAER em fabricar aeronaves militares.
EMB 312 Tucano

EMB 312 Tucano
- Lançamento: 1980
- Características: Aeronave de treinamento básico a turboélice, com capacidade para dois tripulantes.
- Impacto: O Tucano foi um sucesso internacional, com mais de 600 unidades produzidas e exportadas para várias forças aéreas. Sua eficiência e versatilidade consolidaram a reputação da EMBRAER no mercado de treinadores militares.
A-29 Super Tucano

A-29 Super Tucano
- Lançamento: 2003
- Características: Aeronave turboélice de ataque leve e treinamento avançado, equipada com armamentos sofisticados e tecnologia de última geração.
- Impacto: Utilizado por diversas forças aéreas ao redor do mundo, o Super Tucano é reconhecido por sua eficiência em missões de ataque ao solo, contra-insurgência e treinamento. Seu desempenho superior e versatilidade fizeram dele um dos produtos mais bem-sucedidos da EMBRAER.
AMX A-1

AMX A-1
- Lançamento: 1986 (primeiro voo)
- Características: Aeronave de ataque ao solo e reconhecimento, desenvolvida em parceria com as italianas Alenia e Aermacchi, equipada com motor Rolls-Royce Spey e capacidade de transportar uma variedade de armamentos.
- Impacto: O AMX foi fundamental para a modernização das forças aéreas brasileira e italiana, oferecendo capacidades avançadas de ataque e reconhecimento. Sua produção colaborativa fortaleceu os laços industriais e tecnológicos entre Brasil e Itália.
R-99A e R-99B

R-99A e R-99B
- Lançamento: 1999
- Características: Aeronaves de vigilância e reconhecimento equipadas com radares avançados e sistemas de sensores.
- Impacto: As versões R-99A e R-99B desempenham papéis cruciais na vigilância aérea e na coleta de dados de inteligência. Utilizadas pela Força Aérea Brasileira, essas aeronaves melhoraram significativamente a capacidade de monitoramento e defesa do espaço aéreo nacional.
KC-390 Millennium

KC-390 Millennium
- Lançamento: 2015
- Características: Aeronave militar de transporte tático e reabastecimento aéreo, com capacidade para transportar até 26 toneladas de carga.
- Impacto: O KC-390 é um marco no segmento militar, oferecendo desempenho superior e versatilidade. Utilizado pela Força Aérea Brasileira e outras forças armadas ao redor do mundo, o KC-390 demonstra a capacidade da EMBRAER de competir com grandes fabricantes globais de aeronaves militares.
Atualmente, a indústria de defesa do Brasil é composta por um mix de empresas estatais e privadas, com uma diversificação significativa em termos de produtos e tecnologias. Embraer Defesa & Segurança continua sendo um dos principais atores, com o desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390 e do caça Gripen E/F em parceria com a sueca Saab.
Helibras
A Helibras (Helicópteros do Brasil S.A.) foi fundada em 1978 em Itajubá, Minas Gerais, como uma parceria entre a brasileira Aerotec e a francesa Aérospatiale, que mais tarde se tornaria parte do conglomerado Airbus Group. O objetivo inicial era a fabricação sob licença do helicóptero AS350 Ecureuil, também conhecido como Esquilo. Em 1980, a Helibras entregou seu primeiro helicóptero, marcando o início de uma trajetória que a consolidaria como a única fabricante de helicópteros no Brasil.
Ao longo das décadas, a Helibras expandiu suas operações, aumentando sua linha de produção, modernizando suas instalações e estabelecendo uma sólida infraestrutura de suporte e manutenção. Em 2006, a Airbus Helicopters (então Eurocopter) adquiriu a totalidade das ações da Helibras, fortalecendo ainda mais a capacidade tecnológica e produtiva da empresa. Hoje, a Helibras desempenha um papel crucial na indústria aeroespacial brasileira, fornecendo helicópteros tanto para o mercado civil quanto militar.
Linha Civil
A linha de helicópteros civis da Helibras é diversa, atendendo a uma variedade de necessidades, desde transporte executivo até operações de resgate e segurança pública. Os principais modelos incluem:
-
AS350 B3e Esquilo
H125 (AS350 B3e Esquilo): Amplamente utilizado para transporte executivo, turismo, operações policiais e missões de resgate, o H125 é conhecido por sua versatilidade e desempenho em condições extremas, incluindo altas altitudes e temperaturas elevadas.
- H130 (EC130 T2): Este helicóptero monomotor é popular para turismo e transporte de passageiros devido ao seu design confortável e silencioso. O H130 é equipado com avançados sistemas de segurança e oferece excelente visibilidade para os passageiros.

EC130 T2
- H135: Utilizado em serviços de emergência médica, segurança pública e transporte executivo, o H135 é valorizado por sua cabine espaçosa, baixos níveis de ruído e custos operacionais reduzidos.

H135
- H145: Versátil e confiável, o H145 é frequentemente empregado em missões de resgate, serviços de emergência médica, operações policiais e transporte executivo. Seu design modular permite rápidas reconfigurações para diferentes tipos de missão.

H 145
Linha Militar
No segmento militar, a Helibras tem uma forte presença, fornecendo helicópteros que atendem às rigorosas demandas das Forças Armadas brasileiras. Os principais modelos incluem:
- H225M (EC725 Caracal): Desenvolvido para missões de combate, resgate e transporte tático, o H225M é um helicóptero bimotor pesado com capacidades avançadas de defesa e autoproteção. Este modelo é utilizado pela Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira.

EC725 Caracal
- Fennec (AS550/AS555): Empregado pelo Exército Brasileiro, o Fennec é um helicóptero leve utilizado para reconhecimento, transporte de tropas e suporte aéreo. Sua agilidade e capacidade de operar em ambientes adversos o tornam ideal para missões táticas.

Fennec
- Panther (AS565): Este helicóptero bimotor é utilizado pela Marinha do Brasil para missões navais, incluindo patrulhamento, busca e resgate, e transporte de pessoal. O Panther é conhecido por sua durabilidade e capacidade de operar em condições marítimas desafiadoras.

Panther
AVIBRAS
A AVIBRAS Indústria Aeroespacial S.A. é uma das principais empresas de defesa do Brasil, conhecida por sua inovação e excelência no desenvolvimento de sistemas de defesa e veículos aeroespaciais. Fundada em 1961, a AVIBRAS tem se destacado por suas contribuições significativas para a segurança nacional e para o desenvolvimento tecnológico do país. A empresa é reconhecida por seus produtos avançados em diversos segmentos, incluindo veículos civis e militares, foguetes, e sistemas de defesa.
Desde sua criação, a AVIBRAS se dedicou a desenvolver tecnologias de ponta que atendem às necessidades das Forças Armadas brasileiras e de clientes internacionais. A diversificação de seu portfólio inclui desde veículos blindados até sofisticados sistemas de artilharia e mísseis, além de veículos civis de alta tecnologia.
Principais Projetos da AVIBRAS

Astros II
Astros II (Artillery SaTuration ROcket System)
- Lançamento: 1983
- Características: Sistema de lançamento de foguetes de artilharia de saturação, capaz de disparar diferentes calibres de foguetes (30km a 300km).
- Impacto: O Astros II é um dos sistemas de artilharia mais avançados do mundo, utilizado por diversas forças armadas, incluindo a brasileira. Sua modularidade e precisão fazem dele uma ferramenta essencial para a defesa nacional.
Astros 2020
- Lançamento: 2013
- Características: Atualização do sistema Astros II, com melhorias em precisão, alcance e integração de novos mísseis táticos.
- Impacto: O Astros 2020 representa um avanço significativo em relação ao seu antecessor, oferecendo capacidades aprimoradas que atendem às exigências modernas de combate.
FOG-MPM (Foguete de Artilharia de Alta Precisão)
- Lançamento: 1990
- Características: Foguete guiado por laser para ataques de precisão, com alcance de até 30 km.
- Impacto: O FOG-MPM oferece uma capacidade estratégica para ataques de precisão, minimizando danos colaterais e aumentando a eficácia em missões específicas.
Veículos Militares
AV-VB4 RE Guará
- Lançamento: 2005
- Características: Veículo blindado leve de transporte de tropas, com alta mobilidade e proteção balística.
- Impacto: Utilizado pelas Forças Armadas Brasileiras, o Guará é ideal para missões de reconhecimento e transporte em terrenos difíceis, oferecendo segurança e versatilidade às tropas.
Tupi
- Lançamento: 1980
- Características: Veículo blindado de transporte de pessoal (APC) desenvolvido em parceria com a Alemanha.
- Impacto: O Tupi proporcionou às Forças Armadas Brasileiras um veículo robusto e confiável para operações diversas, contribuindo para a modernização da frota militar.
AV-SS 40
- Lançamento: 1995
- Características: Sistema de mísseis superfície-superfície de curto alcance, com precisão melhorada e capacidade de transporte em plataformas móveis.
- Impacto: O AV-SS 40 aprimora a capacidade defensiva das forças terrestres, oferecendo uma solução eficaz para a neutralização de ameaças a curta distância.
Skyfire 70
- Lançamento: 1988
- Características: Sistema de foguetes ar-superfície utilizado em helicópteros e aeronaves de ataque leve.
- Impacto: Amplamente utilizado por forças aéreas em todo o mundo, o Skyfire 70 proporciona uma solução de ataque aéreo eficiente e versátil, melhorando a capacidade de suporte aéreo aproximado.
Produção de Mísseis e Foguetes
Primórdios e Desenvolvimento
A produção de mísseis e foguetes no Brasil começou de forma mais estruturada nas décadas de 1960 e 1970. Antes disso, a produção era limitada e concentrada em pequenas unidades militares.
Primeiras Empresas e Setores
- Avibras Aeroespacial S.A.: Fundada em 1961, especializou-se na produção de foguetes e sistemas de artilharia de foguetes, destacando-se pelo sistema ASTROS.
- Mectron – Engenharia, Indústria e Comércio S/A: Fundada em 1991, desenvolveu mísseis ar-ar, ar-superfície e superfície-ar, como o MAA-1 Piranha.
- Orbisat da Amazônia: Fundada em 2002, produziu radares e sistemas de monitoramento, colaborando em projetos de mísseis.
Setores e Produtos
Foguetes e Sistemas de Artilharia
- Avibras: Sistema ASTROS II, foguetes SS-30, SS-40, SS-60 e SS-80.
Mísseis
- Mectron: Míssil ar-ar MAA-1 Piranha, míssil antinavio MAN-1, míssil ar-superfície MAA-1B.
Tecnologias Associadas
- Orbisat: Radares de controle e monitoramento.
SABER M60
Empresas que Fecharam suas Portas
- Mectron – Engenharia, Indústria e Comércio S/A: Fechou em 2017.
- Órbita – Sistemas Aeroespaciais: Fechou nos anos 2000.
Situação Atual das Indústrias de Defesa no Brasil
A indústria de defesa do Brasil, especialmente no setor de mísseis e foguetes, continua a ser uma área estratégica. Empresas como Avibras são referências mundiais em sistemas de artilharia de foguetes, com o ASTROS II amplamente exportado e atualmente está envolta em disputas judiciais com pedidos de compra por estatais extrangeiras e empresas privadas do setor.
Principais Empresas Atuais
- Avibras Aeroespacial S.A.: Continua a desenvolver e modernizar o sistema ASTROS e investir em novas tecnologias para mísseis e foguetes.
- Embraer Defesa & Segurança: Envolvida em projetos de mísseis e tecnologias associadas.
- SIATT – Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico: Fundada em 2015, desenvolve sistemas de guiagem e controle para mísseis.
Indústria Naval Militar
Primórdios e Desenvolvimento
A indústria naval militar no Brasil começou a se estruturar no final do século XIX e início do século XX, impulsionada pela necessidade de proteger a extensa costa brasileira.
Primeiras Empresas e Setores
- Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ): Fundado em 1763, envolvido na construção e manutenção de navios de guerra.
- Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A. (Ishibras): Fundado em 1959, produziu navios de guerra e embarcações auxiliares.

Fragatas classe Niterói
- Estaleiro Mauá: Fundado em 1845, fabricou navios de apoio e patrulha.
Navios de Guerra
- AMRJ: Fragatas, corvetas e submarinos.
- Ishibras: Fragatas da classe Niterói.
Embarcações Auxiliares
- Estaleiro Mauá: Navios de apoio logístico e navios-patrulha.
Manutenção e Modernização
- AMRJ: Modernização e manutenção de diversos tipos de navios militares.
Empresas que Fecharam suas Portas
- Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A. (Ishibras): Fechou nos anos 1990.
- Estaleiro Verolme: Fechou nos anos 1990.
Situação Atual das Indústrias de Defesa no Brasil
Principais Empresas Atuais
- Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ): Continua sendo um dos principais centros de construção e manutenção de navios militares.
- Itaguaí Construções Navais (ICN): Fundada em 2009, em parceria com a francesa DCNS (atual Naval Group), envolvida na construção de submarinos.

Submarino SBR Riachuelo
- Estaleiro Brasfels: Parte do grupo Keppel FELS, envolvido na construção e manutenção de navios militares.
- Estaleiro INACE: Construção de navios-patrulha e embarcações menores.
- Estaleiro Brasil Sul: localizado em Itajaí, é uma importante infraestrutura naval no Brasil especializada na construção e reparo de navios, que hoje congrega a construção das fragatas classe Tamandaré.

Fragatas Classe Tamandaré