O delegado federal Fábio Galvão, último remanescente da equipe de José Mariano Beltrame na Segurança, estava no cargo há sete anos. Assume o coronel do Exército Augusto Naylor.
O subcretário de Segurança do Rio de Janeiro, delegado federal Fábio Galvão, foi exonerado na terça-feira (14) pelo secretário da pasta, general Richard Nunes. No lugar dele assume o coronel da reserva do Exército Brasileiro Augusto Cesar Naylor.
O delegado Galvão era o último remanescente da equipe do ex-secretário de Segurança José Mariano Beltrame na pasta. Ele ocupou o cargo entre 2011 e 2018.
Em nota, o secretário Richard Nunes agradeceu “os serviços prestados pelo delegado Fábio Galvão”. O documento não informa por que ocorreu a mudança.
O G1 apurou que o delegado Galvão desagradou a cúpula da segurança do RJ ao ser contrário à nomeação do delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa para o cargo de chefe da corporação.
Galvão também se opôs à determinação de Nunes para que a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) voltasse a ser subordina à Polícia Civil, e não mais ao secretário de Segurança.
A resistência de Galvão aconteceu porque a Draco concentra as investigações contra grupos de milicianos que agem no RJ e algumas delas são integradas por policiais civis. A Polícia Civil defende o retorno da delegacia à sua estrutura. Em sua posse, em março, Rivaldo Barbosa declarou que reabsorver a Draco era uma de suas prioridades.
Na Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), o delegado Galvão coordenou operações que resultaram na prisão de 1.288 criminosos, sendo 375 agentes públicos de segurança acusados de corrupção.
A subsecretaria ainda atuou nas prisões dos traficantes Luís Cláudio Machado, conhecido como Marreta, e Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, ambos detidos no Paraguai.
Sucessor participou de ações no Alemão e em grandes eventos
Aos 60 anos, o coronel da reserva Augusto Naylor coordenou as atividades de Inteligência na Operação Terremoto, realizada no Complexo de favelas do Alemão, em novembro de 2010, por tropas do Exército.
O oficial também atuou diretamente na Operação Arcanjo, quando houve ocupação dos Complexos do Alemão e da Penha por tropas do Exército, entre 2010 e 2012. Naylor já integrou as Forças Especiais, unidade de elite do Exército brasileiro.
Além disso, o militar foi chefe da Central de Inteligência do 5º Jogos Mundiais Militares, no Rio em 2011. No ano seguinte, atuou no planejamento e execução da atividade de Inteligência, com foco na Segurança, do Comando Militar do Leste na Rio+20.
Na Olimpíada, o coronel foi supervisor e assessor de Inteligência da Autoridade Pública Olímpica, entre 2013 e 2016.
Antes de ser nomeado para a subsecretaria, o oficial estava no setor de Inteligência do Gabinete de Intervenção Federal.
Fonte: G1