Sanções forçaram a Rússia e reduzir gastos militares, diz estudo

AFP/Arquivos / Olga MALTSEVACadetes do Exército russo marcham na praça Dvortsovaya, durante ensaio para parada do Dia da Vitória, em São Petersburgo, 24 de abril de 2018. O dia da vitória sobre a Alemanha nazista é celebrado em 9 de maio.

Os gastos militares da Rússia caíram bruscamente em 2017 pela primeira vez desde 1998, devido aos efeitos da série de sanções impostas pelo Ocidente, segundo uma análise detalhada que será publicada nesta quarta-feira.

Apesar das fortes tensões entre Moscou e o Ocidente, provocadas pela crise na Ucrânia em 2014 e as profundas divisões com relação à Síria, as despesas militares da Rússia foram de 66,3 bilhões de dólares em 2017, 20% menos que em 2016, segundo o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI).

A última vez que Moscou se viu obrigado a cortar despesas no setor foi em 1998, no auge de uma forte crise econômica.

“A modernização militar continua sendo uma prioridade para a Rússia, mas o orçamento militar foi reduzido por problemas econômicos que o país experimentou desde 2014”, disse o analista sênior do SIPRI Siemon Wezeman, em alusão às sanções ocidentais impostas a Moscou por sua anexação da península ucraniana da Crimeia.

Até agora, a Rússia protegeu em grande medida seu orçamento de defesa, impondo cortes em setores como infraestrutura e educação. O ano de 2017 foi a primeira vez que os russos não tiveram outra opção que ampliar o âmbito da aplicação, segundo Wezeman.

“Já não é possível manter a defesa em um nível alto, nem mantê-la em crescimento”, destacou. “Isto pode significar que a Rússia terá que engolir o orgulho”.

– “Motivo de grande preocupação” –

As tensões entre a Otan e a Rússia estão em níveis que não se viam desde a Guerra Fria, devido à guerra na Síria e à crise diplomática originada depois que o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha, Yulia, foram envenenados no Reino Unido.

Londres acusa Moscou do ataque, o que o governo russo rejeita taxativamente. O Executivo pediu acesso a Serguei e Yulia Skripal como cidadãos russos.

Enquanto isso, os 29 Estados-membros da Otan gastaram 900 bilhões de dólares com defesa em 2017: 52% dos gastos mundiais na área, segundo o SIPRI.

As despesas militares na Europa central e Ocidental aumentaram, respectivamente, 12% e 1,7% em 2017, devido, “em parte, à percepção de uma ameaça crescente da Rússia”.

Os Estados Unidos, que continuam sendo o país que mais gasta com defesa (610 bilhões de dólares), dedicou mais recursos ao setor do que as sete nações que o seguem na lista – China, Arábia Saudita, Rússia, Índia, França, Reino Unido e Japão – juntas, segundo o SIPRI.

O instituto independente apontou que o gasto mundial em defesa atingiu seu maior nível desde o fim da Guerra Fria, com 1,74 trilhão de dólares em 2017, mas apenas representou um crescimento marginal.

“O elevado gasto com defesa continuado no mundo é motivo de grande preocupação”, afirmou o presidente da organização, Jan Eliasson, em uma declaração.

“Arruína a busca de soluções pacíficas para os conflitos de todo o mundo”, advertiu.

 

Fonte: AFP

9 Comentários

  1. Ninguem impoe sanções a Arábia Saudita pela sua intromissão no iemen, não lhes acusam de financiar extremistas sunitas ou infernizam a China por querer meter a mao em ilhas do mar amarelo, razão disso no mundo árabe quanto pior, mais caro o petróleo e sobre a China essa e movida por capitais estrangeiros, que produzem la tudo de consumo barato para todo o globo.

  2. Esse texto é tendencioso. Se a Rússia diminui o gasto de defesa em 3 bilhões, esse dinheiro pode ter para outras áreas de pesquisa e desenvolvimento. O governo Russo já disse diversas vezes que não está em corridas armamentistas.

  3. ACABOU O DINHEIRO… simples assim… isso pode acontecer com qualquer um… até a China chegará ao seu limite… dinheiro não dá em árvores… só os nossos socialistas é que ainda não aprenderam essa verdade… e assim nos quebraram em pouco tempo ao desperdiçar BILHÕES em estádios de futebol e olímpicos que agora não passam de elefantes brancos que para nada servem… sem falar nos outros BILHÕES que simplesmente nos roubaram… na cara dura mesmo…

  4. Ate agora mera suposições tanto de um lado quanto de outro, esperar pra ver que esta falando a verdade

  5. Mais um órgão ‘internacional’ e ‘isento/imparcial’, com algum relatório ‘bombástico’, kkkkkk. Curioso que esses órgãos ‘internacionais e imparciais’ sempre soltam uns relatórios/estudos/pesquisas ‘sérios’, chamando a atenção para alguma característica negativa do lado geopolítico que não é alinhado ao bloco ocidental, kkkkk, mas tudo bem! Ainda assim, vamos acreditar na ‘imparcialidade’ desses institutos ‘sérios’, kkkkkk.

  6. Ora pois! Se acreditarmos que as tais sanções do “mundo livre”, força a Moscou reduzir seus gastos com defesa. Tudo bem, é devido a concorrência ilegal externa.

    Mas e os países da OTAN que estão a diminuir gastos militares? Ninguém os estão atacando com sanções, a logica nos leva a incompetência política e econômica ocidental…. É isto então?

    Sabem o por que muitos países ocidentais (e alguns brazileiros) não gostam da Russia e do Putin???
    Resposta: É por que a Russia e o Putin os fazem sentir vergonha!

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