O que está por trás da decisão da Guatemala de seguir EUA e mudar embaixada em Israel para Jerusalém

A Guatemala anunciou no domingo que planeja transferir sua embaixada em Israel para Jerusalém, acompanhando uma decisão semelhante dos Estados Unidos.

O presidente da Guatemala, Jimmy Morales, comunicou decisão ao primeiro-ministro isralense, Benjamin Netanyahu. Foto: AFP

Arturo Wallace

O presidente guatemalteco, Jimmy Morales, afirmou no Facebook que pediu a seu chanceler que inicie os procedimentos para mudar a embaixada que atualmente está em Tel Aviv – onde fica quase a totalidade das representações estrangeiras em Israel.

Morales diz ter discutido o tema com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e que os dois países mantêm excelentes relações desde que a Guatemala apoiou a criação do Estado de Israel, em 1948.

O chanceler israelense, Emmanuel Nahshon, elogiou no Twitter o gesto. “Obrigado, Guatemala, por sua importante decisão de mudar sua embaixada para Jerusalém. Ótima notícia e amizade verdadeira!”

A Guatemala foi o segundo país a votar a favor do reconhecimento de Israel pela ONU (os EUA foram o primeiro) e a primeira nação latino-americana a estabelecer laços diplomáticos com o Estado judaico.

Também foi a primeira nação a abrir uma embaixada em Jerusalém e a manteve até 1980, quando seguiu os demais países e transferiu a missão para Tel Aviv.

O país centro-americano integrou ainda a Comissão Especial para a Palestina, grupo na ONU que advogou a criação do Estado judaico. Em Tel Aviv, há uma rua batizada em homenagem ao diplomata guatemalteco Jorge García Granados – sinal da amizade histórica entre os dois países.

Ajuda externa

Há indícios, porém, de que a decisão sobre a transferência da embaixada também tenha sido influenciada pela importância dos EUA para a Guatemala.

Em 2016, segundo a USAID (agência de cooperação internacional dos EUA), a Guatemala recebeu cerca de US$ 297 milhões (R$ 991 milhões) dos Estados Unidos em ajuda externa. O país é o terceiro maior receptor da ajuda dos EUA na América Central.

A rua Granados, em Ramat Gan (Tel Aviv), foi batizada em homenagem ao diplomata guatemalteco Jorge García Granados. Foto: Google Maps.

Na semana passada, o presidente Donald Trump ameaçou cortar os repasses para países que votassem a favor de uma resolução da ONU que condenou a decisão americana de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

A Guatemala foi um dos nove países a votar contra a resolução, ao lado de Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Togo – além dos EUA e de Israel.

Já 128 países condenaram o ato de Trump, que representou uma guinada na postura histórica dos EUA em relação ao conflito israelo-palestino. Outros 35 países se abstiveram, e 21 não compareceram à votação.

A resolução não tem efeitos práticos.

A Guatemala foi um dos países a integrar a Comissão Especial para a Palestina na ONU.

A decisão do governo guatemalteco também pode ter sido estimulada pela influente comunidade judaica no país e por igrejas evangélicas locais simpáticas à causa israelense.

O status de Jerusalém é um tema polêmico. Israel considera a cidade inteira como sua capital, mas os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino.

Hoje todos os países – inclusive o Brasil – mantêm suas embaixadas em Tel Aviv, a maior cidade israelense.

Após a decisão de Trump, o governo brasileiro divulgou uma nota afirmando que “o status final da cidade de Jerusalém deverá ser definido em negociações que assegurem o estabelecimento de dois Estados vivendo em paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas e com livre acesso aos lugares santos das três religiões monoteístas [cristianismo, judaísmo e islamismo]”.

Fonte: BBC Brasil.com

 

 

 

 

8 Comentários

  1. O nome disso? Prostituição politica/diplomática! Uma vergonha/humilhação para qualquer país que se prese, e que apenas escancara que a Guatemala não é um país soberano, apenas mais um estado do EUA, a diferença dos outros estados deles é que este possui direito a voto na ONU.

  2. o pronunciamento do governo brasileiro mostra bem o sentido dessa busca de paz !
    jerusalém e de israel desde 1967 e nunca vai ter paz com dois estados
    já e hora de acabar com essa hipocrisia criada pela ONU para agradar sheiks árabes

  3. Presidente da Guatemala recebeu dinheiro para tomar essa decisão com certeza. Um país sem soberania.
    Brasil nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel e não vsi reconhecer.

  4. Guatemala está corretissima em sua soberana atitude.

    Desde os primordios todos sempre souberam que Jerusalém é a indivisivel capital de Israel.

    O Brasil se tiver vergonha na cara seguirá o exemplo deste e de outros paises que assim já estão procedendo.

  5. Outrossim,

    a matéria da BBC é apenas mimi querendo diminuir o gesto correto da Guatemala. São pessoas que não entendem nada sobre este assunto. E, a bem da verdade, com extrema má vontade com o povo israelita.

  6. Guatemala, Hondura, Brasil sao o que os gringos chamam de seu quintal, e sua burguesia, sua elites suas galinhas, suas classes politica seus porcos, seus trabalhadores seus burros de carga. Seus militares seus cachorros bulldogs. Sendo assim o que se pode esperar da republica banana da Guatemala se nao fazer o que os gringos mandam e estes fazem o que os Sionistas mandam.

1 Trackback / Pingback

  1. O que está por trás da decisão da Guatemala de seguir EUA e mudar embaixada em Israel para Jerusalém | DFNS.net em Português

Comentários não permitidos.