Os países da União Europeia (UE) lançam pacto de defesa

Países da União Europeia, agora irrestritos pela decisão do Reino Unido de sair, alcançaram uma ambição de 70 anos nesta quinta-feira para integrar suas defesas, lançando um pacto entre 25 governos da UE para financiar, desenvolver e enviar forças armadas juntos.

 GETTY  Imagens – Em primeiro plano Donald Tusk

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, classificou o ato como “notícias ruins para nossos inimigos”.

Inicialmente bloqueado pelo Parlamento francês na década de 1950 e posteriormente pelo Reino Unido, que temia a criação de um Exército da UE, o pacto busca acabar com gastos de bilhões de euros em políticas fragmentadas de defesa.

O acordo também busca diminuir a forte dependência europeia dos Estados Unidos.

“Há mais de meio século, uma ambiciosa visão da Comunidade Europeia de Defesa foi criada, mas o que faltava era a união e coragem para colocá-la em prática”, disse Tusk, que presidente cúpula da UE, sobre a tentativa fracassada na década de 1950.

“O sonho estava em desacordo com a realidade. Hoje este sonho se torna realidade”, disse em discurso para líderes da UE e militares de cada um dos 25 países envolvidos.

A Dinamarca, que possui uma opção de exclusão de questões de defesa da UE, e Malta, foram os únicos países da UE que não assinaram, ao lado do Reino Unido, de saída.

Fonte: Reuters

Edição: Plano Brasil

Líderes da UE acertam cooperação europeia de defesa

Com apoio da Otan, maioria dos Estados-membros concorda em financiar, desenvolver e implantar Forças Armadas conjuntas. Presidente do Conselho Europeu classifica pacto de “más notícias para inimigos”.

Líderes europeus, em Bruxelas, sob o cartaz com a frase: “Juntos temos mais força para enfrentar ameaças globais”

Líderes de 25 dos 28 Estados-membros da UE concordaram nesta quinta-feira (14/12) em financiar, desenvolver e implantar Forças Armadas conjuntas. Numa reunião de cúpula em Bruxelas, os principais políticos do bloco comunitário europeu também discutiram o tema migração e decidiram prorrogar em seis meses as sanções econômicas contra a Rússia.

O Reino Unido, que deixará o bloco comunitário, a Dinamarca e Malta foram os únicos países que não se juntaram ao acordo de defesa, conhecido como Cooperação Estruturada Permanente (Pesco, em inglês).

O plano, que alguns observadores dizem acreditar que reduzirá a dependência da UE nos Estados Unidos, tem ganhado força num momento em que políticos europeus vêm demonstrado preocupação em relação a Washington e ao presidente dos EUA, Donald Trump.

“Mais de meio século atrás, foi criada a visão ambiciosa de uma Comunidade Europeia de Defesa, mas o que faltava era a união e a coragem para implementá-la”, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. “O sonho estava em desacordo com a realidade. Hoje, esse sonho se torna realidade.” Tusk chegou a chamar o acordo de “más notícias para os nossos inimigos”.

O presidente da França, Emmanuel Macron, deu um novo impulso aos esforços para reviver a cooperação de defesa depois que os britânicos votaram, em 2016, para deixar o bloco comunitário europeu. Macron classificou o pacto de “progresso concreto”.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, por sua vez, afirmou que a Pesco tornaria a UE mais ágil no exterior e daria suporte à Otan.

Diferentemente de esforços anteriores para integrar as despesas e as forças de defesa europeias, a Otan apoia a Pesco. No entanto, o secretário-geral da ONU, Jens Stoltenberg, disse ser necessário tomar medidas para evitar que a nova força duplique capacidades da Otan.

“Deve haver coerência entre os desenvolvimentos da capacidade da Otan e da União Europeia”, disse Stoltenberg, que participou da cúpula na capital belga. “Não podemos arriscar que surjam requisitos conflitantes entre UE e Otan para as mesmas nações.”

A Pesco, cuja formulação já havia sido prevista no Tratado de Lisboa, de 2007, permitirá aos Estados-membros aprimorar conjuntamente suas capacidades militares, investir em projetos comuns e modernizar suas respectivas forças armadas.

Os primeiros passos para a criação efetiva da rede foram dados em 13 de novembro, quando os ministros europeus de defesa de 23 Estados-membros assinaram inicialmente uma notificação conjunta sobre a Pesco.

Nesta quinta-feira, não ficou completamente esclarecido como futuras missões militares da UE seriam financiadas. Um fundo de defesa da UE, com dinheiro da Comissão Europeia, ainda precisa ser aprovado, embora já esteja em andamento uma fase piloto para a pesquisa de defesa.

Por muito tempo o Reino Unido impediu uma cooperação mais estreia entre exércitos europeus, mas a decisão britânica de deixar o bloco comunitário provavelmente simplificará o processo de integração para o resto da UE.

Desacordo sobre migração

Por outro lado, o tema migração e alocação de refugiados mostra divisões latentes entre membros da EU. O chamado grupo Visegrad – formado por República Tcheca, Hungria, Polônia e Eslováquia – anunciou planejar desembolsar cerca de 35 milhões de euros para um projeto que visa aumentar a segurança fronteiriça na Líbia, ponto de partida para muitos migrantes que procuram realizar a perigosa travessia do Mar Mediterrâneo.

Outros países da EU têm criticado o Visegrad por não ter contribuído adequadamente para soluções para gerenciar o fluxo migratório, como as cotas de acolhimento de refugiados. Na cúpula de quinta-feira, os quatro países mantiveram sua oposição às cotas.

“As cotas não funcionam, são ineficazes”, disse o premiê eslovaco, Robert Fico. “A decisão sobre as cotas realmente dividiu a UE”, acrescentou, referindo-se ao desejo da Comissão Europeia de impor cotas obrigatórias.

Tusk também criticou o plano de cotas do Executivo da Comissão Europeia, classificando-o de “ineficaz” e “altamente divisivo”. Mas outros líderes europeus, incluindo a chanceler federal alemã, Angela Merkel, alertaram que a abordagem de Tusk arriscaria enfraquecer o senso de solidariedade dentro do bloco.

“Precisamos de solidariedade não apenas na regulação e na condução da migração, ou na fronteira externa. Isso é bom e importante, mas também precisamos de solidariedade interna”, disse Merkel. “Em minha opinião, não pode haver solidariedade seletiva entre os Estados-membros europeus.” O tema migração será retomado nesta sexta-feira em Bruxelas, assim como discussões sobre as negociações do Brexit.

UE prorroga sanções contra Moscou

Também no primeiro dia da cúpula, os líderes da União Europeia concordaram em manter as sanções econômicas contra a Rússiapor seu papel no conflito no leste ucraniano por mais seis meses.

“UE unida na renovação das sanções econômicas contra a Rússia”, escreveu Tusk, em sua conta no Twitter.

A UE estabeleceu as sanções em vigor em julho de 2014, depois que Moscou anexou a Península da Crimeia. As medidas restritivas visam indústrias financeira, energética e de defesa e limitam o acesso da Rússia aos mercados do bloco europeu.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, saudou a extensão das sanções. “É uma importante decisão política dos líderes da União Europeia de prosseguir com as sanções econômicas contra a Rússia por violar a integridade territorial da Ucrânia e a falta de vontade de parar as agressões híbridas contra o nosso país”, escreveu Poroshenko em sua página oficial no Facebook.

Para suspender das sanções, a UE estabeleceu como condição a implementação por parte de Moscou do Acordo de Minsk, que exige um cessar-fogo incondicional e que forças ucranianas e os rebeldes pró-Rússia retirem armas pesadas da linha de frente no leste ucraniano.

Fonte: DW

 

 

 

 

 

3 Comentários

  1. Nós da America do Sul e America Latina deveríamos fazer um Pacto como este , porém sem a Participação do Tiozinho e seus Capachos europeus , a UNASUL foi lançado , vamos avançar !

  2. Mas meu caro alguns paises da America do Sul são simples bois de manada nada fazem sem ordem e consentimento do Titiozinho. So olhar a nação Tucupin com sua geração fã de cowboy fortão

  3. Quanto a Europa essa de Força Militar da UE em nada vai dar porque
    1° Como os EUA diz a Europa é um aliado pra ser levado na trela por redeas curta. Ou seja a Europa so mais um capacho.
    2° As forças Armadas Europeias tenhem se tornar independentes do made in EUA revitalizar suas industrias de defesa e tecnologia para não estar dependente de caça 5g e sistemas anti missil made in EUA.
    3° Os EUA continua sua demanda de ameaças a todo lado tornando a Europa refem com as ” ameaça” Russa e a “ameaça ” terrorista que eles mesmo criaram
    4° Os EUA mandam e desmandam nos Paises do Leste ( ex URSS ) com a ameaça Russa e Promesa de defesa paises esses que fazem parte da UE.
    5 ° O numero de bases militares e militares e equipamentos dos EUA em solo Europeu é superior a muitos dos paises da UE.
    6° esse de Exercito Europeu ao meu ver nada mais é o livre transito da NATO disfarçado de “exercito UE” nos paises da Europa e uma forma de Aumentar os gastos na defesa tal como EUA querem.

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