Defesa & Geopolítica

Síria: As previsões dos ocidentais sobre “um pântano” ou “uma armadilha síria” para a Rússia não se tornaram realidade

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A visita do presidente russo Vladimir Putin à Síria para dar pessoalmente a ordem de retirada parcial das tropas é um gesto para os que duvidam da Rússia, declarou um cientista político russo. Moscou atingiu seu objetivo principal na Síria apesar de todas as previsões sombrias.

“O presidente russo pôs fim ao Daesh [organização terrorista proibida na Rússia]. Os grupos armados mais violentos foram derrotados pelo Exército sírio, a Força Aeroespacial russa e os voluntários iranianos […] A fase seguinte, acredito, será a da trégua, resolução pacífica e a busca de compromissos”, disse especialista em geopolítica Araik Stepanyan, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

Ao mesmo tempo, o papel da coalizão internacional liderada pelos EUA foi mínimo e também foi muito diferente da operação russa.

Moscou “eliminou o terrorismo”, salvou a integridade do Estado sírio e a legitimidade de seu poder, bem como “empurrou as partes opositoras para a mesa de negociações”, acrescentou o especialista.

Quanto à retirada das tropas, o especialista russo supõe que uma parte da Força Aeroespacial vai ficar no país “para os casos de emergência”. Além disso, os sapadores continuam ações de desminagem dos povoados sírios. Os oficiais do Centro de Reconciliação e a polícia militar também continuarão seu trabalho.

Os países ocidentais tentarão fazer vista grossa à visita surpresa de Putin.

“Para os meios de comunicação principais, organizar um show mediático, por exemplo, uma visita do presidente dos EUA ao Afeganistão, é apenas sua prerrogativa. […] Agora eles vão criticar a viagem de Putin ou afirmar que o papel da Rússia foi ‘minúsculo’. Uma grande parte tentará silenciá-lo, basicamente”, estimou Stepanyan.

O fato de que o presidente russo ter ido à Síria para declarar a vitória sobre o Daesh “é um choque para eles”. Isso significa que todas as previsões dos analistas ocidentais sobre “um pântano” ou “uma armadilha síria” para a Rússia não se tornaram realidade.

Moscou mostrou que, mesmo com uma presença militar limitada, pode alcançar importantes sucessos, concluiu o especialista.

Fonte: Sputnik

Na Síria, Putin anuncia retirada parcial de tropas russas

Em visita surpresa a base militar e ao lado de Assad, presidente russo declara vitória contra “Estado Islâmico”. Essa é a primeira vez que um chefe de governo vai ao país desde o início da guerra civil, em 2011.

Putin foi recebido por Assad na base militar de Hmeimim

Em visita surpresa a uma base militar russa na Síria, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta segunda-feira (11/12) a vitória contra o terrorismo no país e anunciou a retirada da maior parte do contingente militar russo do território sírio.

“Em quase dois anos, as Forças Armadas russas, em colaboração com o Exército sírio, destruíram em grande parte os terroristas internacionais. Por isso, tomei a decisão de ordenar o regresso à Rússia da maior parte do contingente militar russo que está na Síria”, declarou Putin, na base aérea de Hmeimim, localizada na província litorânea síria de Lataquia.

Recebido pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, Putin discursou para as tropas e saudou seu “excelente” desempenho no país. “Vocês mostraram as melhores qualidades de um soldado russo: coragem, espírito de grupo, determinação e habilidades excelentes. A pátria tem orgulho de vocês”, destacou.

“Se os terroristas levantarem novamente a cabeça, então, atacaremos com uma força nunca vista”, advertiu Putin. “Nunca esqueceremos os mortos e as perdas causadas pela luta contra o terrorismo, na Síria e na Rússia”, completou.

Essa foi a primeira visita de Putin à Síria, onde Moscou realiza desde 2015 uma campanha aérea contra o grupo extremista “Estado Islâmico” (EI). A investida ajudou as forças do regime de Assad na retomada de territórios ocupados por terroristas e rebeldes. O presidente sírio foi recebido por Putin na Rússia em duas ocasiões – a última em 21 de novembro.

A ida de Putin à Síria foi também a primeira visita de um chefe de governo ou Estado estrangeiro ao país desde o início da guerra civil, em 2011.

O ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, e o chefe das forças russas na Síria, o general Serguei Surovikine, não divulgaram quantos soldados russos permanecerão no país. Surovikine anunciou que 23 aeronaves, dois helicópteros e unidades especiais serão retiradas do território sírio.

Em comunicado, Assad agradeceu Putin pela participação na luta contra o terrorismo e afirmou que o povo sírio sempre se lembrará da ajuda das Forças Armadas da Rússia. O líder sírio destacou ainda que a memória dos “mártires” dos Exércitos russo e sírio e seus sacrifícios permanecerão como “faróis para as gerações futuras”.

Ceticismo

Os EUA reagiram com ceticismo ao anúncio de Moscou. “As declarações da Rússia sobre a retirada das suas tropas não correspondem muitas vezes a reduções reais de efetivos militares e não afetam as prioridades dos Estados Unidos na Síria”, declarou o porta-voz do Ministério da Defesa americano, Adrian Rankine-Galloway.

“A coalizão internacional continuará a operar na Síria e a dar apoio às forças locais em terra”, acrescentou Rankine-Galloway.

A Rússia é um dos principais aliados internacionais do governo de Damasco. Lançada em setembro de 2015, a intervenção militar russa na Síria mudou a situação do conflito, permitindo às forças governamentais recuperar a antiga cidade de Palmira e expulsar os rebeldes do EI de seu bastião em Aleppo, no noroeste do país.

Em março de 2016, o presidente russo já havia anunciado a primeira retirada de uma parte das forças russas enviadas à Síria ao constatar uma melhoria da situação.

Fonte: DW

 

 

 

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