Defesa & Geopolítica

Tribunal argentino condena 29 pessoas à prisão perpétua por crimes da ditadura

Posted by

A Argentina condenou na quarta-feira 29 pessoas à prisão perpétua em um julgamento envolvendo cerca de 800 casos de sequestro, tortura e assassinato cometidos durante a ditadura que dominou o país entre 1976 e 1983.

Os ex-oficiais da marinha argentina e outros membros da Escola Naval da Mecânica Naval, conhecida como ESMA, onde o regime militar realizou e torturou milhares de esquerdistas de 1976 a 1983, acompanharam a sentença de julgamento de cinco anos por seu papel durante o período de 1976- Ditadura de 1983 junto com seus advogados em Buenos Aires, 29 de novembro de 2017. REUTERS / Marcos Brindicci

Muitos dos réus, incluindo os ex-capitães da Marinha Alfredo Astiz e Jorge “Tigre” Acosta, já cumprem penas de prisão perpétua por crimes cometidos na Escola de Mecânica da Armada (Esma) que foi convertida em uma prisão clandestina e centro de tortura durante a ditadura.

Entretanto, pela primeira vez no chamado mega caso da Esma, as penas incluíram condenações por “voos da morte”, quando pessoas eram drogadas e seus corpos jogados no Rio da Prata.

REUTERS – Astiz – o chamado “anjo da morte” – disse que agiu para salvar a Argentina do terrorismo de esquerda

“Dar sedativos a nossos entes queridos antes ou depois do voo antes de jogá-los no rio ou no mar é inacreditável; é deplorável”, disse Lita Boitano, presidente da organização Familiares de Desaparecidos e Detidos por Razões Políticas.

Lita, que perdeu dois filhos durante a ditadura, estava entre as centenas de pessoas reunidas do lado de fora do tribunal em Buenos Aires ouvindo as condenações. A leitura das sentenças demorou mais de três horas.

AFP – Jorge Eduardo Acosta foi apelidado de “tigre” durante o regime militar

Além das penas de prisão perpétua, 19 pessoas foram condenadas a entre 8 e 25 anos de prisão. Seis foram inocentadas, incluindo Juan Alemann, que foi ministro de Finanças durante a ditadura e um dos poucos civis que haviam sido acusados de planejar abusos de direitos.

Grupos de direitos humanos estimam que o governo militar argentino matou até 30 mil pessoas durante a ditadura. A maior parte desses corpos nunca foi encontrada.

Reportagem de Maximiliano Rizzi e Miguel Lobianco

Fonte: Reuters

Edição: Plano Brasil

shared on wplocker.com