Países europeus selam histórica cooperação em defesa

Ao todo, 23 Estados-membros da UE assinam programa de investimento militar conjunto, que visa aumentar gradativamente orçamentos de defesa, além de fomentar projetos transnacionais e pesquisa.

Mogherini (centro) ao lado de ministros do Exterior e de Defesa europeus após assinatura de cooperação

Países da União Europeia (UE) lançaram oficialmente, nesta segunda-feira (13/11), uma nova era de cooperação em defesa, com um programa de investimento militar conjunto e desenvolvimento de projetos destinados a ajudar a UE a enfrentar seus desafios de segurança.

Ao todo, 23 dos 28 países-membros da UE assinaram suas participações na chamada Cooperação Estruturada Permanente (Pesco). O Reino Unido, que deve deixar o bloco comunitário em 2019, a Dinamarca, Irlanda, Portugal e Malta não aderiram à aliança.

A Pesco visa melhorar a coordenação da UE no desenvolvimento de sistemas de defesa e armas. A cooperação faz parte dos esforços liderados por Alemanha e França para remodelar a União Europeia, após a decisão do Reino Unido de deixar o bloco, e se segue ao anúncio em junho de um Fundo Europeu de Defesa de 5,5 bilhões de euros.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, descreveu o desfecho da nova aliança como um “momento histórico na defesa europeia” e acrescentou que ter 23 Estados-membros envolvidos é “algo grande”. Os países que não assinaram agora ainda podem se juntar ao Pesco futuramente.

Mogherini explicou que os países já apresentaram mais de 50 projetos conjuntos nos campos de capacitação de defesa e operações militares. As assinaturas dos 23 países-membros são um sinal de vontade política, e o programa só entrará em vigor uma vez que tenha sido legalmente aprovado, o que deve ocorrer em dezembro.

Esforços semelhantes para aprofundar laços militares na Europa fracassaram por décadas, em parte pela feroz oposição do Reino Unido a qualquer medida que possa levar a um exército europeu. Mas o Brexit (saída do Reino Unido da UE) e a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 trouxeram novamente ao foco a necessidade de fortalecer a segurança europeia.

“Complementar à Otan”

A chegada do presidente Donald Trump ao poder nos EUA – que repreendeu os parceiros europeus quanto a gastos militares numa cúpula da Otan em maio – também levou muitos a questionar se ainda se pode confiar em Washington para proteger a Europa, como se fez no passado.

“Foi importante para nós, especialmente após a eleição do presidente americano, o fato de podermos nos organizar de forma independente como europeus”, disse a ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen. “[A Pesco] é complementar à Otan, mas também compreendemos que ninguém resolverá os problemas de segurança que a Europa tem em seus arredores – temos de fazê-lo nós mesmos.”

A Otan manterá seu papel, mas Mogherini afirmou que a União Europeia poderia oferecer recursos que a aliança transatlântica não possui, como em questões de segurança naval e de desenvolvimento na África, onde a Otan não tem uma base de fato.

No âmbito da Pesco, os países da UE se comprometeram a aumentar as despesas militares, mas em não aderir especificamente à meta da Otan de alavancar para 2% do PIB para os orçamentos de Defesa até 2020. Ao trabalhar em projetos conjuntos, os países poderão usar seus gastos combinados para recursos necessários.

A Pesco poderia, em teoria, levar à criação de uma sede operacional ou base logística europeia, mas primeiramente se concentrará em projetos para desenvolver novos equipamentos militares, como tanques ou drones.

Com o acordo, os países se comprometem a “aumentar regularmente os orçamentos de defesa em termos reais”, além de dedicar 2% das despesas com defesa a pesquisa e tecnologia.

Mogherini argumentou que, ao coordenar seus esforços, os países europeus obteriam melhores resultados para o dinheiro gasto em defesa. “O verdadeiro problema não é o quanto gastamos, é o fato de que nós gastamos de forma fragmentada”, disse.

Fonte: DW

 

 

8 Comentários

  1. Não sei se já é possível afirmar:
    .
    — Mas, ao Washington/Donald Trump, pressionar a Europa para tentar trazê-la aos moldes e interesses dos norte-americanos [Defesa], acabou por conseguir criar o (Pesco), aos moldes e interesses da Europa.
    .
    Talvez eu precise de mais tempo para conhecer e poder analisar a proposta do (Pesco), contudo, a sensação que me domina neste momento é que, acabaram de encavar o cabo na pá que colocará a cal sobre a OTAN.
    .
    Saudações,
    .
    konner

  2. Uma decisão acertada, pois depender dos EUA tem se mostrado algo reprovavel, assim o bloco europeu caminha para ter seu próprio exercito, e não somente isso, mas tbm deenvolver sua industria para que a mesma se mostre competitiva diante do crescimento oriental.

  3. Os países europeus (tirando a Polônia e alguns outros do leste europeu) não contribuem com a OTAN como deveriam, sucateiam sua forças armadas (a exemplo da Alemanha que hoje não possui um único submarino em operacional), e ainda por cima reclamam dos EUA e duvidam de sua capacidade de defender a Europa. Quanta hipocrisia hein?

    É fato, a OTAN assim como a UE morreu, e essa Pesco sem apoio americano será insignificante, pois apenas a Polônia e os países bálticos levam defesa a sério.

    Na realidade já passou da hora dos EUA deixarem a Europa a própria sorte. Não faz sentido defender parasitas que não desejam ser ajudados. Que sejam largados aos russos e islâmicos. Seria muito mais vantajoso aos americanos ampliar sua cooperação e influência com nações emergentes como Brasil, Indonésia e Índia, por exemplo.

    • Seu comentario é uma Piada? Dizer que Brasil é uma nação emergente? Rsrs
      Dizer que Alemanha não tem um submarino na activa? Ta louco?
      A Polonia tal como outros paises do leste so são meros peoes dos EUA ..so servem de posto de combate e base avançada dos EUA. Ve a França que tem um presidente que parece mais um cachorro quando ve o Trump. O Europa tal como ja foi dito publicamente é um Parceiro dos EUA para ser mandido pelo laço a redea curta. Sempre que aparece lider Europeu que meta em causa a OTAN aparece a ameaça Russa. A OTAN é como o BRICS que tem menbros traidores que se vira para onde mais convem paus de dois bicos..onde seguem ordens e interesses exteriores .
      Mas nem tudo que disse esta errado.. a UE morreu e apesar do cheiro so ainda não sabem.

  4. vou concordar com o alexandre e o profeta
    vejam o estados unidos nao nos querem como parceiros todos ao seu lado sao vassalos
    otan serve apenas para vender armamentos americano
    polonia e um pais que se compromete muito pois tem um governo que nao pensa em seu povo e sim em parte de apoiadores nazistas , enquanto a maioria dos poloneses não querem provocaçao com a russia mas uma minoria e apoio da imprensa faz a difeença
    sobre o brasil com esse governo entreguista nem da no coro o brasileiro esta fazendo
    diminui pela primeira vez a taxa de natalidade brasileira
    o objetivo dos estados unidos com parte do judiciario e mpf estao fazendo a agenda americana
    e contar os dias para esse chefe de quadrilha do temer e seu escudeirou aecio psdbesta sairem do poder
    brasil a acima de tudo
    quem disse que dependemos de algum estrangeiro somos autosuficientes e so ter um governo patriota

  5. Sinceramente não acho que haja uma intenção, ao menos agora, de substituir a OTAN. Para poder acabar com ela e retirar qualquer presença americana envolveria os europeus aumentarem de forma um tanto quanto drástica os seus orçamentos de defesa de forma geral, algo da ordem de dobrar ou maior, e não vejo hoje a menor vontade politica ou apoio da população a algo do tipo. De forma geral, a população europeia se acostumou a presença da OTAN e dos EUA, e o clima de paz que isso trouxe, e tudo isso sem custo a eles, para manter essa situação por conta própria seria uma conta que não creio que eles estejam dispostos a pagar. Então creio que vai ficar só nisso que eles disseram na carta mesmo, cooperar para otimizar recursos e fazer mais com o mesmo, ao invés de realmente passar a gastar mais e olhar a questão com mais seriedade.

  6. para ter uma relevância real nesse novo mundo que vem ai (china)
    largar a Otan significaria pacto de defesa europeia e recurços com a Russia
    para essa liderança terceirizada que o dinheiro acima de tudo e todos não rola
    por isso o perigo russo e o perigo do exemplo russo dessa mesma liderança ser chutada do governo e botarem lideres de verdade que pensem em seu povo não só dinheiro de seus patrocinadores(exemplo a imigração) e por bem ou por mal a Europa não vai largar seu escudo nuclear isso e só uma forma de fortalecer suas grandes empresas privadas de defesa

  7. w ………..SE os EU por sí só tem capacidade bélica e dinheiro e sempre encarou o aliados como capachildos pode então ficar sem necessitar da Otan….os europeus caíram na real e agora liderados pela Alemanha programam uma alternativa,sendo provável que a Otan esteja com seus dias contados….o Reino Unido saltou fora da UE e agora está melhor economicamente e cad vez mais gente do continente europeu quer imigrar para lá

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