Defesa & Geopolítica

Acordo para aquisição de sistemas S-400 da Turquia pode exceder US$ 2,0 bi

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E.M.Pinto

Em uma entrevista para agência de notícias TASS, o CEO da empresa estatal ROSTEC, Sergey Chemezov declarou que o contrato para fornecimento de sistemas de defesa aérea S-400 Triumf para a Turquia pode exceder os US$2,0 bilhões.

Envolto em uma tempestade especulações, silêncio e intrigas, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou no passado 2 de setembro em Ankara, que havia assinado um acordo com Moscou para efetivar a compra de  sistemas S-400, alegando que já havia feito inclusive um pagamento antecipado.

A informação foi então confirmada semanas depois pelo assessor presidencial russo para cooperação militar e técnica, Vladimir Kozhin, ao informar que a implementação do acordo seria iniciada em muito breve. Por sua vez, esta  foi reforçada pelo lado turco, na pessoa do subsecretário da indústria de defesa, Ismail Demir que confidenciou o início da entrega das baterias para no máximo dois anos.

O S-400 Triumf é o mais recente sistema de defesa antiaéreo de longo alcance em operação na Rússia. Seu histórico remonta a um passado recente, mais precisamente, ao final da década de 1980. O anúncio do programa de desenvolvimento para a então Força Aérea Russa foi feito em janeiro de 1993 e o sistema entrou em testes na secreta base de Kapustin Yar em Astrakhan em 12 de fevereiro de 1999, com a previsão para a sua implantação já em 2001, o que acabou não ocorrendo.

Em 2003, após atrasos e testes com armas balísticas e interceptação de alvos de baixo RCS, tornou-se evidente que o sistema não estava pronto, fato que só veio a ocorrer, após inúmeros embates entre a Força Aérea Russa, os projetistas e construtores do sistema.

Considerado apto em fevereiro de 2004 uma bateria seguiu então para testes contra mísseis balísticos, interceptando com sucesso um míssil 48N6DM atualizado. Após entrega apara avaliação pela força aérea russa, apenas em 2007, é que o sistema foi aprovado para o serviço. Atualmente a Rússia possui 41 batalhões em 21 regimentos os quais são equipados com cerca de 320 lançadores.

Um batalhão S-400 regular consiste em pelo menos oito lançadores com 32 mísseis e um posto de comando móvel. O sistema é projetado para destruir mísseis de aeronaves, cruzeiros e balísticos, incluindo mísseis de médio alcance e alvos de superfície.

O S-400 pode envolver alvos a uma distância de 400 quilômetros e a uma altitude de até 30 quilômetros, esta acapacidade teria sido ampliada recentemente com a introdução de novas armas. Numa controversa declaração, o vice-comandante da Força Aeroespacial da Rússia, Viktor Gumenny, afirmou em abril passado que os sistemas S-400 começaram a receber neste ano, mísseis capazes de destruir alvos no espaço próximo.

Após as suas evoluções as baterias de S-400 passaram a ser desejadas por inúmeros países.

Ainda em 2011 a Bielorrússia anunciou a intenção de compras, cujas entregas começaram em 2015, tendo pelo menos 2 sistemas entregues em  2016. A Argélia por usa vez é um dos usuários do S-400 cujo número de baterias é desconhecido. Porém, como futuros operadores têm-se a República Popular da China que confirmou oficialmente a aquisição de pelo menos seis batalhões, porém especialistas apontam para a execução de outros contratos podendo triplicar a encomenda.

Mais recentemente o Vietnã, Irã a Índia anunciaram negociações avançadas com a Rússia sendo que a Índia já efetivou a aquisição aprovando a compra cinco batalhões, juntamente com 6.000 mísseis do sistema em dezembro de 2015. O Vietnã anunciou a aquisição de 5-6 baterias do sistema e o Irã segue em discussões ainda não aprovadas por Moscou.

Em 2017, Arábia Saudita aderiu ao sistema ao assinar um contrato em outubro de 2017 durante a visita oficial do rei saudita Salman I a Moscou, desta forma a nação Árabe iniciou as conversações para aquisição do sistema de defesa aérea. Dos potenciais operadores, a Armênia havia manifestado interesse no sistema em 2011, mas, de lá para cá pouco o quase nada se ouviu.

Recentemente, o Egito iniciou negociações assim como o Bahrain. Já o Cazaquistão, encontra-se em fase de implantação de um sistema de defesa aérea conjunto com a Rússia que contempla o uso das baterias de S-400 para defesa aérea.

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