Por Iuri Gomes, para o Plano Brasil
O Kursk era um submarino nuclear da classe OSCAR II, lançador de mísseis de cruzeiro(SSGN), foi comissionado na frota do mar do norte em 1994, era um dos mais novos de sua classe e o mais poderoso submarino anti-navio do mundo.
O Kursk fazia parte da frota do norte da Rússia, que havia sofrido cortes de financiamento ao longo dos anos 1990. Muitos de seus submarinos estavam ancorados e enferrujando na base naval Zapadnaya Litsa, a 100 quilômetros (62 milhas) a partir de Murmansk, pois havia muito pouco recursos para uma quantidade tão grande de navios. No fim da década, em 1999, houve uma espécie de renascimento para a frota. O Kursk realizou uma missão de reconhecimento com sucesso na região do Mediterrâneo, seguindo a sexta frota americana durante a guerra do Kosovo. Em agosto do ano 2000 a Frota Russa buscava o maior exercício naval após nove anos do colapso da União Soviética, envolvendo quatro submarinos de ataque, o navio capitânia da Frota do Norte Pyotr Velikiy (“Pedro, o Grande” Cruzador nuclear classe- Kirov) e uma flotilha de navios menores. Em 12 de agosto de 2000, oK-141kursk sofreu uma explosão enquanto se preparava para disparar contra “Pyotr Velikiy” no exercício. Os relatórios posteriores indicavam que a explosão foi devido à falha de um dos torpedos do Kursk movidos a peróxido de hidrogênio do modelo Type 65.
A explosão foi equivalente à detonação 100-250 kg de TNT e registrou um tremor de terra de 2.2 na escala Richter. O submarino afundou em águas relativamente rasas, assentando em 108 metros de profundidade e cerca de 135 quilômetros ao largo Severomorsk . A segunda explosão, 135 segundos após o evento inicial, medida entre 3,5 e 4,4 graus na escala Richter, o equivalente a 3-7 toneladas de TNT. Uma dessas explosões fez com que grandes pedaços de detritos fosse lançados em volta do submarino. Apesar de tentativas de resgate oferecidas pelos norte-americanos, britânicos e noruegueses, a Rússia recusou as ofertas iniciais de resgate temendo que os segredos de uma de suas mais poderosas armas vazassem. Todos os 118 marinheiros e oficiais a bordo de Kursk pereceram. O Capitão Tenente Dmitriy Kolesnikov, um dos sobreviventes da primeira explosão, sobreviveu no compartimento 9 na popa do barco, depois da segunda explosão, que destruiu os espaços a frente do compartimento 9 do submarino. Mergulhadores de resgate encontraram notas sobre seu corpo junto com outros 22 marinheiros de 118 a bordo. A segunda explosão destruiu uma grande parte do submarino (pelo menos 4 dos 9 compartimentos) matando até 95 dos 118 membros da tripulação e fazendo com que o submarino afundasse. Cerca de 23 membros da tripulação sobreviveram ao naufrágio e refugiou-se no nono compartimento onde morreram devido ao envenenamento por monóxido de carbono na sequência de um incêndio no local (entre 6 e 32 horas após o naufrágio).
Carta:
A nota do Capitão-Tenente do submarino Kursk Dmitri Kolesnikov:
“Está escuro aqui a escrever, mas vou tentar pelo tato, parece que não há chances, 10-20%. Vamos torcer para que pelo menos alguém leia isto. Aqui está a lista de pessoal de outras seções, que estão agora no nono e tentará sair. Cumprimentos a todos, sem necessidade de ficar desesperados.”
Depois dessa tragédia, o governo russo começou a investir em modernos equipamentos de resgate e novas medidas para garantir a segurança dos submarinistas
Hoje a marinha russa dispõe de um dos mais modernos navios de resgate do mundo, o Project 21300S “ Igor Belousov “ , O projeto “Igor Belousov” consiste em um navio de salvamento e resgate de submarinos e inaugura uma nova era no resgate a tripulações sinistradas. O navio é dotado dos mais modernos sistemas e sensores entre eles ROVS (Veículos submarinos não tripulados) e sistemas remotos de salvamento de origem italiana.
[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=cA43syfTLTk[/embedyt]
Lembro do Kusk. Tempos difíceis.
O mais impressionante foi conseguirem serrar o casco e remover esse leviatã do leito do mar. Impressionante.
Não foi a Rússia quem fez isso, foi a Smit, empresa especializada em resgate de navios juntamente com outra empresa que, se vc me desculpar, não me recordo o nome agora.
Um tio meu é o responsável pela Smit no Atlantico Sul e me contou uma história sobre o ocorrido.
DIz ele que após i içamento do Kursk, em uma reunião a portas fechadas com as empresas envolvidas, Putin demitiu 3 altos oficiais da Marinha PORQUE disseram a ele ser impossível içar o sub do fundo do mar. Isso, na frente dos engenheiros da Smit.
Omissão total do governo russo na época, que deixou os poucos sobreviventes condenados a morte por “segredos de estado”.
Os primeiros homens rãs russos que desceram no Kursk não tinham material para abrir o submarino.
Quando então presidente resolveu pedir ajuda ao moderno navio de resgate norueguês da Stolt Comex Seaway que com seus homens rãs desceram a abriram rapidamente o submarino, já estavam todos mortos.
Governo russo tentou mentir dizendo que todos tinham morrido na explosão, quando depois apareceram os bilhetes em corpos dos marinheiros.
Criou um mal estar entre as famílias das vitimas/mídia e o governo russo, episodio que foi abafado na época.
Não houve nada de errado, com a atitude do governo russo a não ser a falta de um navio para resgate.Esses tripulantes e os familiares sabem ou deveriam saber quê o fim deles, vai ser esse mesmo se acontecer algo de errado.O submarino não é convencional e a tecnologia dele vai prevalecer sobre as vidas humanas.Não adianta ser emotivo nessas horas e sim racional.Se fosse meu filho ou mesmo eu tripulante eu não iria gostar mas teria de me conformar.
Jesus, não houve negligência do governo russo?
Vai assistir documentários que retratam o decorrer dos momentos após o acidente, veja a forma que o governo tratou os familiares, a sociedade, a divulgação de informações, as indenizações etc…, veja a relação Estado-Sociedade na Rússia.
Nunca me esqueço de ver um documentário de 2 horas, não sei se ainda está disponível no YouTube, retratando a ação do Estado russo nesse ocorrindo…com um simples documentário desses a gente consegue ter uma forte noção de como é viver em um país fechado, onde apenas alguns poucos amigos do Estado tem acesso a informação verdadeira! A ação governamental no caso Kursk é o retrato de um país sem liberdade alguma!
Abraço!