FOpEsp – Operação INCURSEX 2017: Acompanhando as Tarefas Operativas do Batalhão Tonelero nas Ações de Incursão Anfíbia

Fotografia 1: Quadros operacionais do Grupo Especial de Retomada e Resgate (GERR) do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero) desdobrados para executar série de ações levadas à efeito em decorrência da Operação INCURSEX 2017. (Fonte: Acervo do Batalhão Tonelero).

Texto elaborado por Rodney Alfredo P. Lisboa

No final do último mês de junho, tive a oportunidade de acompanhar, a convite do comandante do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav, também conhecido como “Batalhão Tonelero”), Capitão de Mar e Guerra (CMG) CAMPOS MELLO, as ações de Incursão Anfíbia levadas à efeito em decorrência da Operação INCURSEX 2017. Realizada entre os dias 19 e 30 de junho na Ilha da Marambaia, região de Mangaratiba (estado do Rio de Janeiro), esta edição do tradicional Exercício conduzido anualmente pela Marinha do Brasil (MB) foi executada valendo-se de uma Força de Incursão (FORINC) nucleada no Batalhão Tonelero.

O desencadeamento das ações levadas à efeito durante a Operação INCURSEX 2017 consideravam um cenário fictício, no qual forças insurgentes se rebelaram contra o governo do país Cinza valendo-se da força para impor sua vontade. Em resposta à iniciativa rebelde, o Comandante Supremo do país Tupí convocou seu Conselho Nacional de Defesa, que após deliberar acabou optando por enviar uma Força-Tarefa (FT) para a costa de Cinza. Como agravante da situação, acredita-se que os insurgentes estejam sendo treinados por tropas de dois países vizinhos (Amarelo e Vermelho). Nesse contexto, projetando um eventual apoio de Tupí à Cinza, coube à FORINC a tarefa de resgatar os nacionais de Cinza, destruir os paióis de Misseis Superfície Ar (MAS) que ameaçavam a aproximação das aeronaves de Tupí, inutilizar a embarcação artilhada que oferecia risco à FT de Tupí, neutralizar a capacidade de treinamento dissidente, levantar dados de inteligência de modo a encontrar evidências do envolvimento de Amarelo e Vermelho.

Fotografia 2: Capitão de Corveta (CC) REIS, integrante do Estado-Maior da Força de Incursão (FORINC), conduz briefing de apresentação da Operação INCURSEX 2017 para o Prof. Ms. Rodney Lisboa, editor do blog FOpEsp. (Fonte: Acervo de Rodney Alfredo P. Lisboa).

No desencadeamento das ações, programadas para ocorrer simultaneamente valendo-se da escuridão que antecede o alvorecer, encontrava-me no Centro de Operações (CO), teoricamente instalado em uma das embarcações de guerra da FT de Tupí (na prática o CO foi constituído em uma das edificações localizadas na ilha), quando foi alcançada a Hora H do Dia D (05:00hs da manhã do dia 29/06). Embora pudesse acompanhar a sucessão de eventos por meio de imagens de satélite projetadas em uma das paredes do CO, foi possível ouvir o eco provocado pela sequência de explosões e disparos procedentes dos diferentes locais onde a ofensiva era desencadeada.

A Operação INCURSEX 2017 buscou aprimorar o grau de aprestamento dos Comandos Anfíbios (COMANFs) nos procedimentos de incursão, especificamente no que se refere às atividades de reconhecimento, infiltração (aérea e marítima), entrada em compartimento, resgate de reféns, ações de comandos e condução de fogo. Além disso, o Exercício procurou testar a capacidade de controle da ação planejada pelos Estados-Maiores nos diversos níveis, sendo exploradas competências inerentes ao Comando e Controle, às atividades de Inteligência e Contra-Inteligência, bem como à coordenação de Apoio de Fogo. Entretanto, convém destacar que o principal objetivo do Exercício em questão foi empregar uma Força Naval Expedicionária para realizar Operações Militares no contexto de uma crise político estratégica, cumprindo missões de Operações Especiais (OpEsp).

Fotografia 3: Durante a Operação INCURSEX 2017, operadores da 2ª Companhia de Operações Especiais (2ª CiaOpEsp) do Batalhão Tonelero executam Salto Livre Operacional (SLOP) a partir do Helicóptero UH-14/15 visando infiltração (simulada) em território hostil. (Fonte: Acervo do Batalhão Tonelero).

O Exercício contou com a participação de cerca de 300 militares do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), além de meios navais, aeronavais (fornecidos pela MB) e aéreos (disponibilizados pela Força Aérea Brasileira (FAB]). Participaram da Operação as seguintes Organizações Militares (OM):

  • Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra (ComFFE);
  • Comando da Tropa de Reforço (ComTrRef);
  • Comando da Divisão Anfíbia (ComDivAnf);
  • Comando do Desenvolvimento Doutrinário do Corpo de Fuzileiros Navais (CDDCFN);
  • Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav);
  • Batalhão de Comando e Controle (BtlCmdoCt);
  • Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea (BtlCtAetatDAAe);
  • Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais (BtlLogFuzNav);
  • 3º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais – Batalhão Paissandu (3BtlInfFuzNav);
  • Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC);
  • 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2).

No que se refere aos meios envolvidos, estiveram envolvidas no Exercício as seguintes meios:

  • Submarino S30 Tupi;
  • Navio Patrulha Oceânico (NaPaOc) P121 Apa;
  • Fragata F43 Liberal;
  • Embarcação de Desembarque de Carga Geral (EDCG) L20 Marambaia (fazendo as ações do Navio Doca Multipropósito (NDM) Bahia G-40;
  • Helicóptero UH-14/15 do 2º Esquadrão de Emprego Geral (HU-2) da MB;
  • Aeronave C-95 Bandeirantes da FAB;
  • Embarcações de Casco Semi Rígido (ECSR) Flexboat SR-620;
  • ECSR Gamper;
  • Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) Phantom 3;
  • ARP Mavic Pro.

Especificamente no caso da MB, a Operação INCURSEX 2017 exercitou a capacidade de mobilização e resposta rápida no que se refere ao emprego de Forças Navais Expedicionárias em situações de crise, utilizando-se de tropas altamente preparadas para o combate em missões de risco elevado. Cabe esclarecer que as Forças Navais podem atuar em todas as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB [também conhecidas pelo termo “Amazônia Azul’]) e em regiões de Fronteiras, fazendo uso dos meios da Esquadra e da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE). Caso seja necessário, os meios navais também podem ser apoiados por recursos ofertados pela FAB e pelos Distritos Navais (DN) considerando operações realizadas em faixas de fronteira terrestre.

Fotografia 4: Centro de Operações (CO) da Operação INCURSEX 2017. Instalado nas dependências de uma das edificações da ilha da Marambaia, caso a ofensiva retratada no Exercício fosse real tanto o CO quanto o Estado-Maior que nele trabalha estariam situados em um dos navios da Força-Tarefa (FT) posicionados nas águas próximas à costa do país a ser invadido. (Fonte: Acervo de Rodney Alfredo P. Lisboa).
Fotografia 5: Integrantes da Força de Incursão (FORINC) executam procedimentos de infiltração anfíbia (simulada) em território adverso a partir de Embarcações de Casco Semi Rígido (ECSR). (Fonte: Acervo do Batalhão Tonelero).
Fotografia 6: Por ocasião da Operação INCURSEX 2017, elementos do GERR do Batalhão Tonelero infiltram território inimigo (simulado) executando procedimento de segurança de perímetro a fim de prover proteção para conclusão de desembarque aerotático (Fast Rope). (Fonte: Acervo do Batalhão Tonelero).
Agradecimentos:
O blog FOpEsp agradece à FFE e, sobretudo, ao BtlOpEspFuzNav (Batalhão Tonelero) pelo convite que nos foi apresentado para acompanhar in loco a sucessão de eventos realizados por ocasião da Operação INCURSEX 2017. Externamos nossa gratidão a todos os COMANFs pelo suporte ofertado no decorrer do Exercício.

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