Arábia Saudita e aliados aumentam em dois dias prazo para Catar aceitar exigências

Quatro Estados árabes que acusam o Catar de apoiar o terrorismo concordaram em ampliar até o final de terça-feira o prazo para Doha cumprir uma lista de exigências, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou aos dois lados sua preocupação a respeito da disputa.

O Catar classificou as acusações como infundadas e diz que as exigências –entre elas fechar a rede de televisão Al Jazeera, sediada em solo catari, e expulsar soldados turcos baseados no país– são tão severas que parecem concebidas para serem rejeitadas.

Arábia Saudita, Bahrein, Egito e Emirados Árabes Unidos aventaram a possibilidade de adotar novas sanções contra o Catar se este não cumprir as 13 exigências apresentadas a Doha por meio do Kuweit, que está agindo como mediador.

De acordo com um comunicado conjunto publicado pela agência de notícias estatal saudita SPA, os quatro países concordaram com um pedido do Kuweit e estenderam em 48 horas o prazo para o cumprimento, que se encerraria no domingo.

Os quatro países não especificaram que sanções adicionais poderiam impor a Doha, mas banqueiros comerciais da região acreditam que bancos sauditas, dos Emirados e do Bahrein podem receber diretrizes oficiais para retirar depósitos e empréstimos interbancários do Catar.

Os ministros das Relações Exteriores das quatro nações irão se reunir no Cairo na quarta-feira para discutir o questão do Catar, segundo o governo do Egito, e a mídia árabe noticiou que o chanceler catari, xeique Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, chegou ao Kuweit nesta segunda-feira para apresentar a resposta formal de Doha às exigências árabes.

Os quatro Estados cortaram laços diplomáticos e comerciais com o Catar em 5 de junho, acusando o país de apoiar o terrorismo, interferir em seus assuntos internos e promover a agenda do inimigo regional Irã, todas imputações que o Catar nega.

Os esforços de mediação, inclusive dos EUA, têm sido infrutíferos.

Trump conversou separadamente com os líderes da Arábia Saudita e do Catar e com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi para debater suas “preocupações com a disputa em andamento”, informou a Casa Branca.

“Ele reiterou a importância de se deter o financiamento terrorista e desacreditar a ideologia extremista. O presidente também enfatizou que a união na região é essencial para se conquistar os objetivos da Cúpula de Riad de derrotar o terrorismo e promover a estabilidade regional”, disse a Casa Branca.

Noah Browning / Tom Finn

Edição: Plano Brasil

Fonte: Reuters

5 Comentários

  1. não se enganem senhores…os eua estão por trás de tudo….e o único objetivo/intento por trás de tudo isso é acabar com a Al Jazira …pois ela se constitui hoje como uma das maiores pedras no sapato daquela gente….

    a Al Jazira é a maior emissora de televisão jornalística do Catar e a mais importante rede de televisão do mundo árabe…. sediada em Doha, transmite em língua árabe e inglês…iniciou suas transmissões em 1º de novembro daquele ano e logo se destacou por alcançar um nível de liberdade de expressão e de oposição raramente visto no mundo árabe, acostumado a uma mídia controlada e dócil, mera porta-voz de comunicados oficiais…..

    a Al Jazira já tinha uma atuação internacional, com sucursais e correspondentes espalhados pelo mundo, mas somente começou a chamar a atenção do Ocidente ao mostrar manifestações populares antiamericanas em seguida aos atentados de 11 de setembro. Sua cobertura das guerras do Afeganistão (2002) e do Iraque (2003) fugiu ao padrão ufanista geralmente adotado pelas grandes redes de TV estadunidenses….

    ao ter suas transmissões em Wall Street suspensas durante a Guerra do Iraque, sob a alegação de que as credenciais para jornalistas fornecidas pela Bolsa de Valores de Nova York se destinavam apenas a redes que oferecessem cobertura “responsável”, o canal árabe se viu na inusitada posição de defender, em manifesto, a liberdade de imprensa nos eua….na mesma ocasião, Al Jazira recebeu um prêmio por sua resistência à censura….a homenagem do grupo britânico Index on Censorship (Índice de Censura) foi concedida em razão da independência da Al Jazira e sua reputação de divulgar notícias confiáveis..o Index é um grupo de personalidades importantes da mídia, escritores e pessoas dedicadas a defender a liberdade de expressão….

    a Al Jazira ganhou atenção de muitos no ocidente durante a caçada à Osama bin Laden e o Talibã no Afeganistão depois do ataques de 11 de Setembro nos eua…ela transmitiu vídeos que recebia do Osama bin laden e do Talibã, considerando novas imagens dos fugitivos mais procurados do mundo como notícias valiosas…alguns criticaram a rede por dar voz à terroristas…o chefe executivo da Al Jazira em Washington, Hafez al-Mirazi, comparou a situação com as mensagens de Ted Kaczynski para o The New York Times…a emissõra disse que foram dadas gravações porque ela tinha uma grande audiência árabe….muitas outras redes de televisão queriam adquirir as mesmas imagens….a proeminência da Al Jazira cresceu durante a guerra do Afeganistão porque ela havia aberto um escritório em Cabul antes da guerra começar…isso deu acesso melhor para gravar eventos do que outras redes, que compravam imagens da Al Jazira por até 250 mil dólares….

    o escritório em Cabul foi destruído pelos Estados Unidos em 2001…esperando ficar à frente de outros conflitos futuros, a Al Jazira então abriu escritórios em outras regiões de conflito….a Al Jazira mudou sua cobertura de esportes para um canal novo e separado em 1° de Novembro de 2003, permitindo mais notícias e programação de relações públicas no canal original….um website em inglês foi lançado no começo de Março de 2003….o canal tinha entre 1300 e 1400 empregados, dito pelo editor da redação para o The New York Times….haviam 23 escritórios ao redor do mundo e 70 correspondentes estrangeiros, com 450 jornalistas ao todo….

    em 1° de Abril de 2003 um A-10 estadunidense atirou no escritório da Al Jazira em Bagda, matando o reporter Tareq Ayyoub…..o ataque foi considerado um engano no entanto o Catar tinha dado aos eua um mapa preciso da localização do escritório para poupá-lo do ataque…

    cada vez mais as entrevistas da Al Jazira e outras imagens são retransmitidas em canais estadunidenses, britânicos e em outros canais ocidentais tais como cnn e a bbc….em janeiro de 2003 a bbc anunciou que assinaria um acordo com a Al Jazira para compartilhar instalações e informações, incluindo gravações de notícias….

    a disponibilidade da Al Jazira através do Oriente Médio mudou o cenário televisivo da região….anterior à chegada da Al Jazira, muitos cidadãos do Oriente Médio eram incapazes de assistir canais de TV que não fossem controlados pela estações televisivas nacionais….Al Jazira introduziu um nível de liberdade de expressão na televisão que era previamente desconhecido em muitos desses países….a Al Jazira apresentou opiniões controversas em relação a governos de muitos estados árabes no Golfo Persa, incluindo Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, e Catar…ela também apresentou opiniões controversas sobre a relação da Síria com o Líbano, e com o judiciário Egípcio….

    com o aumento do alcance e da influência da Al Jazira, alguns estudiosos incluindo Adel Iskandar descrevem a estação como uma transformação da definição de “mídia alternativa”….a Al Jazira apresenta uma nova direção no discurso de fluxo de notícias internacionais e mostras vozes sub representadas pela mídia popular tradicional independentemente de desequilíbrios globais no fluxo de informação….

    em 15 de novembro de 2006, Al Jazira lançou mundialmente seu canal de notícias em inglês, com o objetivo de enfocar os acontecimentos do Oriente Médio sob uma visão árabe, para um público acostumado a versões ditadas pelos interesses políticos de Washington e Londres….

    a Al Jazira não atrai o ódio só do Ocidente…o regime islâmico radical da Arábia Saudita só a tolera porque sabe que tomar medidas mais drásticas contra ela só fará aumentar a impopularidade da monarquia…

    a audiência da emissora está em constante crescimento e é formada principalmente por telespectadores residentes em países do mundo árabe e imigrantes na Europa, principalmente na França, onde vivem 4,5 milhões de árabes ou descendentes, e na Alemanha…. ?

    Perseguição aos cristãos: sangue dos cristãos vendido aos sauditas :

    https://www.youtube.com/watch?v=BplqM8oPGoo

  2. Meus caros,

    apenas uma breve colocação…

    Porque será que NÃO VEMOS nenhuma emissora( ou jornalistas) como a CBS, CNN, BBC, GLOBO. NBC, RFI ou jornais como o NYT, O GLOBO, LE FIGARO, EL PAIS, DALY MIRROR, WASHINGTON POST e etc auto-proclamados baluartes na defesa da imprensa livre, da liberdade de expressão não falarem um TÍL sequer contra este GROTESCO pedido destas cinco nações exigindo que o Qatar encerre as transmissões do canal de tv Al Jazeera????

    Por que um silêncio sepulcral retumba em toda a mídia ocidental sobre isso????

    Grato

  3. PRAEFECTUS,
    Também não entendo esse silêncio dessas emissoras. Só são contra quando de acordo com interesse dos EUA, caso contrário, ficam calados.

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