O presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil al Sisi, ratificou neste sábado o polêmico acordo de cessão de duas ilhas no mar Vermelho à Arábia Saudita, depois que o parlamento a aprovou em 14 de junho, informou hoje o governo.
O Cairo sempre defendeu que as ilhas de Tiran e Sanafir pertenciam à Arábia Saudita, mas estavam sob tutela egípcia porque o fundador do reino, Abd al-Aziz Al Saud, pediu a este país para protegê-las, uma vez que carecia então de uma força naval.
Com base nisto, ambos países assinaram em abril de 2016 um acordo para a devolução desses dois territórios ao reino saudita.
No último dia 21 de junho, durante um discurso no iftar (refeição após o jejum diurno do Ramadã), Al Sisi deu por liquidada a polêmica ao dizer que “o assunto está encerrado” com a aprovação do pacto no parlamento.
O governante egípcio assegurou que “as pátrias não se vendem nem se compram” e indicou que “os países estão liderados pela lei e as realidades”, em aparente resposta aos que lhe acusam de vender ou presentear território nacional à Arábia Saudita.
A aprovação no parlamento aconteceu após várias sentenças judiciais contrárias que frearam o acordo porque as consideravam que as ilhas de Tiran e Sanafir, situadas na entrada do golfo de Aqaba, eram egípcias.
No entanto, o Tribunal Constitucional decidiu suspender em 21 de junho de forma temporária a aplicação destas decisões porque algumas eram contraditórias, até que dite uma sentença sobre caso.
Os partidos políticos de oposição, movimentos de esquerda e ativistas egípcios rechaçaram a “venda” das ilhas e se mobilizaram, nos maiores protestos contra o governo de Al Sisi desde a sua chegada ao poder em 2013.
A Comissão Egípcia de Direitos e Liberdades informou que 146 pessoas foram detidas na semana passada após a convocação de protestos contra o pacto.
As duas pequenas ilhas se encontram em uma posição estratégica na entrada do golfo de Aqaba, desde onde se pode bloquear a passagem ao porto israelense de Eilat e ao jordaniano de Aqaba.
EFE
“Estamos lidando com um regime ditatorial que procura satisfazer seu aliado estratégico [Arábia Saudita] pelos bilhões de dólares em ajuda concedida ao Egito. Este regime não respeita nossos direitos, nem nossa terra”, argumenta o advogado Malek Adly .
Um grupo de advogados, que inclui os advogados Khaled Ali e Malek Adly, apresentaram um processo desafiando a posição do governo egípcio de Sisi.
A equipe jurídica forneceu evidências em apoio à propriedade do Egito das ilhas que incluíram mapas históricos, três itens de correspondência britânica datados de 1936, um atlas da Universidade de Cambridge de 1940 e documentos referentes ao controle do Egito sobre as ilhas sob uma Tratado marítimo de 1906, entre o Egito e o Império Otomano, portanto, antes da fundação da Arábia Saudita em 1932.
O advogado Adly, afirmou que, a decisão final envia uma mensagem para todo o país, que o presidente e seu governo, haviam traído o Egito, desistindo de parte de seu território.
“Ele também envia uma mensagem para os de fora, que este regime, está fazendo negócios ilegais com outros países”, observou o advogado.
“Eu acho que essa questão afetará outros assuntos futuros, pois esse governo desconsidera claramente nossa constituição, nossas leis e nosso povo”.
Segundo a professora de direito Dalia Hussein, esta é uma “questão sentimental” para o povo egípcio, dado o papel histórico das ilhas na defesa do país. Ela faz referência às guerras com Israel, incluindo a crise de Suez de 1956 e a Guerra de 1967.
Tiran e Sanafir estão estrategicamente posicionados na ponta sul do Golfo de Aqaba, que leva a Israel e à Jordânia, e se encontram nas principais rotas marítimas internacionais no Mar Vermelho.
As ilhas são vitais para a segurança da Península do Sinai no Egito e águas territoriais egípcias no Mar Vermelho, segundo analistas.
Informações adicionais de: The NewArab
Edição: Plano Brasil
Fonte: YAHOO
Tem umas ilhas da Arábia saudita que não me lembro o nome,que estão sob ocupação militar israelense,talvez a Arábia saudita não deve ser o novo dono destas ilhas…
Olha o entreguismo na sua versão egípcia. Assim como o FHC entregou o Brasil ao estrangeiro, Al Sisi entregou seu país aos sauditas. Tomara que o povo egípcio se revolta e tire esse canalha do poder.
O povo egípcio quando se revoltou foi para botar a Irmandade Muçulmana para correr pois não queria para si um regime teocrático fascista tal como o que assola o Irã meu caro “Teacher”!
No mais você repete a mesma cantilena fajuta da esquerda parasita “destepaiz”! FHC privatizou empresas estatais que além de ineficientes eram verdadeiros antros de corrupção tal como ficou a Petrobrás nos anos de Lulopetismo.
Você devia estudar história, isso o pouparia de passar vergonha….
Privatização. Talvez uma das poucas coisas boas feitas por este socialista fabiano…
Ilhas de grande valor estratégico, com certeza o objetivo é manter a faca no pescoço de Israel.
Até por que, no fim das contas, árabes, egípcios, palestinos, jordanianos só pensam em acabar com Israel. Mais do mesmo.