No dia 12 de junho de 1990, a Rússia declarou sua independência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O Congresso dos Deputados do Povo aprovou a soberania, acelerando a desintegração da União Soviética.
Três meses após ter sido eleito presidente do Soviete Supremo, Boris Ieltsin conseguiu aprovar no parlamento a declaração de soberania das instituições russas sobre as da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), o que acabou por esvaziar a autoridade de Mikhail Gorbatchov, então presidente da União. Foi dado assim, no dia 12 de junho de 1990, o primeiro passo oficial para a desintegração progressiva da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A recém-adquirida soberania russa estimulou as reivindicações de autonomia das demais repúblicas, que deram início a uma série de negociações separatistas. Do Báltico ao Cáucaso, ouviam-se os ecos da liberdade. Reformas econômicas de grande porte eram planejadas por Moscou. O antigo regime da União Soviética tornava-se de repente parte da história. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas passava a ser apenas um verbete nas enciclopédias.
Nova nação sem mobilização nacional
Ao aprovar a soberania russa, o Parlamento não foi guiado por tendências nacionalistas. O regime comunista não foi derrubado por qualquer espécie de manifestação popular. Nenhum movimento ou organização reivindicou para si o mérito da emancipação política. A população russa não chegou a lutar por reformas através da mobilização nacional. A nova nação surgiu por vias burocráticas.
A revista Argumenti i fakty comentou assim a desintegração do sistema: “Nosso país chegou à última gota de esperança de uma mudança radical, pois a Rússia é a locomotiva de toda a União”. E a locomotiva dava sinais de partida: as “nações periféricas”, hostis ao antigo governo soviético, sinalizavam estar de acordo com seus novos destinos. Ao querer estabelecer relações individuais e diferenciadas com cada república da União, a cúpula do novo regime acabava por tornar realidade a descentralização do poder.
Muitas questões ficaram em aberto. Do que dependeria o futuro das demais nações soviéticas? Da boa vontade dos empregados aduaneiros e ferroviários, como queria crer parte do círculo do poder em Moscou? E que rumos tomaria o presidente da URSS, Mikhail Gorbatchov?
Em agosto de 1991, uma tentativa de golpe tentou reimplantar o sistema de linha dura do ex-governo soviético. A residência de férias de Gorbatchov foi cercada por militares, que planejavam forçar sua renúncia. Embora grotesco, o episódio selou o futuro da política russa. Boris Ieltsin, então presidente do parlamento, assumiu a liderança antigolpista e saiu fortalecido do conflito.
Gorbatchov perdia gradualmente espaço para o populista Ieltsin. Em dezembro de 1991, o pai da Perestroica e da Glasnost acabou por renunciar. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas deixou de existir. Surgiram vários Estados independentes, originados das repúblicas autônomas, agregando as mais de cem etnias e nacionalidades que compunham a chamada União Soviética. Foi criada a Federação Russa, cuja presidência foi assumida por Ieltsin.
Fonte: DW
Nenhum comentariozinho dos russófilos !!!???… 🙂