Polícia britânica deixa de compartilhar dados sobre ataque de Manchester com EUA após vazamentos

A polícia britânica parou de compartilhar informações sobre o ataque de Manchester com os Estados Unidos, disse à Reuters uma fonte das forças britânicas antiterrorismo nesta quinta-feira, após a polícia afirmar que vazamentos para a mídia norte-americana colocaram a investigação em risco.

A polícia está procurando um suspeito fabricante de bombas após um agressor suicida, o britânico Salman Abedi, detonar um dispositivo sofisticado em uma casa de shows lotada de crianças na noite de segunda-feira, matando 22 pessoas e deixando 64 feridos.

A decisão de parar de compartilhar informações da polícia com agências norte-americanas é um passo extraordinário, já que o Reino Unido vê os Estados Unidos como seu aliado mais próximo em segurança e inteligência.

“Será assim até o momento em que tivermos garantias de que não haverá nenhuma outra divulgação não autorizada”, disse a fonte das forças antiterrorismo, sob condição de anonimato.

Andy Bruce / Kylie MacLellan

Foto: Oli Scarff / AFP / Getty Images – Ian Hopkins chefe de polícia da Grande Manchester e Teresa May, após reunião em Manchester para discutir o ataque terrorista na cidade. 

Reportagem de Guy Faulconbridge e Estelle Shirbon

Fonte: Reuters

Por que as investigações sobre o atentado em Manchester provocaram uma crise entre o Reino Unido e os EUA

Ministra do Interior britânica, Amber Rudd, afirmou ter ficado “irritada” com a divulgação da informação. Ela acrescentou que “isso não deveria se repetir”.

O atentado durante um show da cantora americana Ariana Grande em Manchester, na Inglaterra, causou uma crise entre o Reino Unido e os Estados Unidos.

O motivo foi o vazamento, pela imprensa americana, de informações sigilosas sobre o ataque – que matou 22 pessoas e deixou outras 64 feridas na última segunda-feira.

A imprensa americana publicou o nome do autor do atentado e imagens de partes do artefato explosivo antes de a polícia britânica autorizar sua divulgação. As informações e as imagens teriam sido vazadas por autoridades americanas.

Funcionários do alto escalão do governo britânico ficaram “furiosos”, argumentando que o vazamento prejudicou a investigação.

Oito homens foram detidos após o ataque, realizado pelo homem-bomba suicida Salman Abedi.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, deve tratar do assunto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando ambos se encontrarem, ainda nesta quinta-feira, em uma reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Detalhes sobre a identidade de Abedi foram divulgados pela mídia americana menos de 24 horas após o ataque na Arena de Manchester, antes de a polícia britânica liberar a informação.

Segundo o analista para assuntos de segurança da BBC Gordon Corera, o governo diz acreditar que a Casa Branca não é a culpada pelo vazamento, mas, sim, autoridades policiais americanas.

Como parte de um acordo, a polícia britânica compartilha suas informações de investigações de crimes de terrorismo com forças policiais ou de inteligência dos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Canadá.

Nesta quinta-feira, segundo a BBC apurou, a polícia britânica decidiu deixar de compartilhar informações sobre os desdobramentos das investigações com os EUA.

Mais prisões

O encontro entre May e Trump, durante um encontro da Otan em Bruxelas, na Bélgica, ocorre enquanto a polícia britânica continua a investigar a suposta rede ligada a Abedi.

Na manhã de terça-feira, investigadores realizaram uma explosão controlada ao fazer uma busca em uma propriedade na região de Moss Side, em Manchester.

Dois homens também foram detidos depois de uma batida em um endereço na região de Withington, na Grande Manchester.

No total, oito homens, incluindo o irmão mais velho de Abedi, Ismail, de 23 anos, foram presos em uma série de operações em Manchester, Wigan e Nuneaton. Uma mulher também foi presa, mas acabou liberada na manhã desta quinta-feira.

Em outro desdobramento, o pai de Abedi e seu irmão mais novo, Hashem, de 20 anos, foram detidos na Líbia.

Investigação

O chefe da polícia de Manchester, Ian Hopkins, afirmou que “está muito claro que estamos investigando uma rede (de terrorismo)”.

“As investigações continuam. Há uma série de investigações acontecendo, além de operações policiais, por toda a Grande Manchester”, disse ele na quarta-feira.

Algumas das vítimas, entre crianças e adolescentes, estavam deixando a arena onde o show aconteceu quando Abedi detonou o explosivo. Outras, aguardavam para buscar filhos ou amigos que tinham assistido ao show.

Das 64 pessoas feridas, 20 estão em estado crítico. Doze delas são crianças.

Filho de pais líbios, Salman Abedi, de 22 anos, nasceu em Manchester e estudou na Universidade de Salford.

Um ex-colega disse à BBC em condição de anonimato que Abedi era um “cara muito brincalhão”, mas também “de pavio muito curto” e que se zangava “por pouco”.

Ele acrescentou que Abedi saía “com as pessoas erradas e que se deixou levar por elas”.

Segundo o ex-colega, o autor do atentado se tornou “mais e mais religioso” depois de sair da escola.

Um trabalhador comunitário muçulmano, que também não quis ser identificado, afirmou à BBC que duas pessoas que conheceram Abedi na universidade telefonaram para a polícia cinco anos atrás para alertá-la sobre as visões extremistas dele.

Abedi estaria “apoiando o terrorismo” e que não via problema nas ações de “homens-bomba”, disseram eles.

BBC BRASIL

Fonte: Terra

Nível de ameaça terrorista no Reino Unido vai continuar “crítico”, diz May

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse nesta quinta-feira que o nível de ameaça no Reino Unido vai continuar “crítico”, após um ataque suicida em um local de shows em Manchester na segunda-feira.

O nível de ameaça foi elevado para crítico, o nível máximo, na terça-feira, pela primeira vez em 10 anos.

“O nível de ameaça, como avaliado pelo centro independente de análise conjunta de terrorismo, vai continuar crítico e o público deve continuar vigilante”, disse May após um encontro do comitê de resposta de emergência do governo.

Kylie MacLellan

Fonte: Reuters

 

 

4 Comentários

  1. A europa que se prepare , isso ta se tornando rotina , ateh as festinhas rave dos drogadinhos corre-ra riscos de explosoes , tudo culpa dos socialistas abestados e suas politicas de multi-culturalismo ,kkkk, que imbecis !

  2. É verdadeiramente preocupante e escandaloso como vem vazado informações sensíveis das agências de segurança americanas, Elas precisam urgentemente de serem passadas a pente fino e remodelações. Pois estão se tornando um quarto, quinto, sexto, sétimo Poder, na medida que estão saindo das sombras para se tornarem ativas sob os holofotes da mídia, nada mais incoerente do que isso… Serviço secreto que não é secreto.

    E a imprensa dos EUA paga por furos de reportagem, tem neguinho que até vive disso virando repórter amador. A ética com as vítimas dos ocorridos que vá para o espaço, e danos as investigações policiais e ao país não estão nem aí.
    A imprensa gringa, e a brasileira que vai atrás seguindo os mesmos passos, estão se tornando verdadeiros perigos em seu desespero por ibope… Matam pessoas vivas, derrubam moedas, tentam manipular eleições sendo parciais etc. São o quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, Poder, também.

    Para quem não sabe, um desses tantos poderes modernos é o das tais ONGs.
    Bem, que tal termos o nosso Poder também, o dos comentaristas de internet?!! rsrsrs!

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