Emirados Árabes têm interesse em participar do projeto da corveta Tamandaré

Brasília, 11/05/2017 – Os Emirados Árabes estão interessados no projeto de desenvolvimento da corveta classe Tamandaré, da Marinha do Brasil. A manifestação foi feita durante reunião do ministro Raul Jungmann com seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Albawardi Alfalasi. “Temos interesse em participar de projetos  em todas áreas, seja militar ou comercial”, afirmou o ministro Mohamed.

O ministro Jungmann mostrou-se favorável à parceria. “Vemos com bons olhos a cooperação neste projeto”, e informou que a comitiva árabe irá amanhã (12) visitar a fábrica da Emgepron, empresa naval vinculada ao Comando da Marinha.

Jungmann também afirmou ao colega dos Emirados Árabes que a parceria poderá ser ampla, incluindo outros setores da economia, inclusive, com compensação em offset. o ministro brasileiro lembrou durante o encontro das tratativas do governo dos Emirados com a empresa Embraer sobre o cargueiro KC-390.

Presente na reunião, o comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira, explicou a comitiva a configuração da corveta Tamandaré e suas vantagens comerciais e de emprego militar. “O projeto tem um conceito estratégico de média intensidade e de baixo custo. Creio que atende as necessidades de ambos os países”, acrescentou o almirante.

Os Emirados Árabes, por intermédio da empresa Calidus, desenvolvem com a brasileira Novaer, a aeronave B250, que se encontra em fase de certificação.

Durante a reunião, o secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa (MD), Flávio Basílio, ressaltou os instrumentos financeiros disponíveis para fortalecer a base industrial de defesa como o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Podemos nos valer desses mecanismos para dar suporte à base industrial, com a possibilidade de diversificação dos portfólios, argumentou o secretário do MD. Ele ainda lembrou que os Emirados Árabes possuem um importante fundo soberano, considerado o maior do mundo.

Jungmann sugeriu que mais empresas dos Emirados Árabes participassem da próxima edição da LAAD – feira de defesa e segurança, prevista para acontecer em 2019. Ele recordou que em fevereiro deste ano 18 empresas brasileiras participaram da IDEX, feira internacional de defesa, que ocorreu em Abu Dhabi.

O governo dos Emirados Árabes também demonstrou interesse em conhecer o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON). Neste sentido, Jungmann falou que o Brasil possui o desafio de proteger a terceira maior fronteira do mundo. “Esse é um tema prioritário e de grande preocupação para nós.” Jungmann convidou a comitiva para conhecer o projeto piloto implantado no Mato Grosso do Sul, que “utiliza o estado da arte em termos de tecnologia.”

No encontro ficou decidido a criação de um comitê bilateral para tratar dos temas de defesa. Jungmann designou o vice-chefe de Assuntos Estratégicos, general Fernando Goulart, para participar do comitê.

Os Emirados Árabes são um dos dez maiores compradores de produtos de defesa do mundo. No Congresso Nacional tramita o acordo de proteção das informações militares, que poderá ampliar ainda mais a cooperação entre os dois países.

Esta semana a comitiva dos Emirados Árabes visitou, além da Novaer, os parques industriais da Avibras e Embraer.

Participaram também do encontro, o secretário-geral do MD, general Joaquim Silva e Luna; o brigadeiro Alvani Adão da Silva, substituindo interinamente o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (ECMFA); a embaixadora dos Emirados Árabes Unidos, Hafsa Al Ulama; além de outras autoridades civis e militares.

Memorando

Ao final do encontro, o diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), Carlos Frederico Aguiar, e o diretor da empresa da Tawazun,  Saif Alhajiri, assinaram um memorando de entendimento sobre cooperação industrial de defesa. A Tawazun holding abrange mais de 14 companhias do setor de defesa e fabrica itens como armas, tanques e outros veículos militares.

Em seu discurso, o diretor da Tawazun disse que a indústria de defesa do seu país é recente, mas possui produtos com alcance internacional. “Queremos compartilhar conhecimento com as empresas brasileiras”, disse Saif.

Já o diretor da ABIMDE, Carlos Aguiar, falou que a entidade contribui com as Forças Armadas e com o governo federal na formulação de políticas públicas para o setor de defesa. “Nos grandes eventos esportivos, com total integração entre as Forças Armadas e de segurança pública, ficou comprovada a qualidade dos nossos produtos.”

Em março deste ano, Jungmann recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes, xeique Abdullah Bin Zayed Al Nahyan. Na oportunidade, o xeique Abdullah informou que seu país gostaria de abrir um escritório no Brasil para tratar dos assuntos de defesa.

Fonte: Ministério da Defesa

39 Comentários

  1. que grande oportunidade! Essa não podemos deixar escapar. Parceiro com um bolso quase sem fundo querendo comprar tecnologia e que nós temos para vender…

  2. Que os Boms Ventos acompanhe esta iniciativa.

    Diversidades de Conhecimento faz a grande diferença ser muito mais produtivas a todos[as]

  3. A Tamandaré parece já nascer com desenho desatualizado. Parece o Gripen que voará entre os caças de 5 geração do Chile e Peru no futuro. Serve também como prosub para manter oficiais da Marinha empregados por um bom tempo na Emgepron. Há quanto tempo rola projetos como o VLS da Aeronautica e o do Submarino nuclear da Marinha? Isso é um poço sem fundos de recursos.

    • Nada ver o “especialista”, o desenho da classe Tamandaré foi feita com base na classe Barroso, com melhorias na aerodinâmica do casco e com um desenho focado na diminuição de seu RCS.

      • Amigo nem perca o seu tempo esse tal de wolfpack é daqueles que só sabe reclamar e falar mal de tudo, basta ver os comentários dele aqui e em sites por ai. Mal sabe ele que esse desenho da tamandaré ai de cima é preliminar e que a Vard juntamente com a fincantieri deve alterar algumas coisas tendo em vista a experiência da mesma em projetar todo tipo de embarcação para a marinha Italiana e outras marinhas ao redor do mundo

      • Juninho se vc não tem capacidade para entender, vou te explicar. Mesmo o EAU entrando no negócio, a brincadeira ficará tão ou mais cara que os SBN, e sem tempo definido para lançamento do primeiro bote. Esse é o melhor dos mundos para oficiais da Marinha o Estado bancando a farra enternamente e não cobrando metas. Você não e se trabalha não tem renda para fazer imposto de renda, mas paga a gasolina, o carro, a internet, mais cara do mundo para bancar esta farra criança.

      • Estupido é … . Vai trabalhar e ver quanto custa manter esta farra da Marinha com seus projetos absurdos e irrealista que leva a uma anta como vc se iludir quanto sua capacidade de defender a costa bradileira.

      • Vocês gostam de bancar com seus impostos os gordos oficiais da Marinha, enternos sangue-sugas da Nação. A Tamandaré é um absurdo que levará os últimos recursos do Marinha. Vcs parecem um lambe rola mortadelas que pensam que dinheiro nasce em árvore.

  4. Os amigos conjecturam quais são as empresas que devem apresentar proposta afinal? E como chama essa empresa dos emirados capaz de fabricar a corveta?

    • Creio que seja uma subsidiária da fincantieri nos Emirados, bem plausível essa parceria tendo em vista que a Vard que esta ajudando a melhorar o projeto da Tamandaré foi comprada pela fincantieri a pouco tempo, mas confesso que tenho mais esperança que os Emirados comprem o KC-390, eles já visitaram esse protótipo várias vezes e a Embraer fez questão de ir até Abu Dhabi no ano passado, vamos esperar o próximo Le Bourget mês que vem. Muito suspeita são essas visitas constantes de membros dos Emirados ligados ao setor de defesa nos últimos meses ao Brasil e principalmente a forma acelerada que foi aprovada na comissão de relações exteriores do senado na semana passada do acordo de defesa que foi assinado entre os dois países nesse ano, quem conhece o senado sabe que esse tipo de acordo demora mais ou menos, no melhor da hipóteses, 2 anos. Para os senadores da comissão se mobilizarem para aprovar um acordo desse, de forma tão acelerada é porque algo esta prestes a acontecer e depende da aprovação desse acordo entre os países, como disse esperemos até mês que vem

  5. Sua participação é bem vinda, principalmente caso eles consigam modificar bastante o projeto da tamandaré, principalmente sua capacidade de fogo fraquinha. Ops, a Marinha do Brasil já declarou que quer algo mediano, ou seja, com capacidade para enfrentar apenas Paraguais da vida.

    • isto como sempre , tradilao da Republiqueta , chamam de Realidade Nacional , devemos informar ao provavel inimigo , oara nos combater dentro desta realidade , isso foi sempre uma piada !

  6. Excelente notícia, mesmo com o edital já na praça.
    Torçamos para que a iniciativa siga em frente e, quem sabe, consigamos uma linha de financiamento, senão, acho difícil chegar nas 4 unidades programadas.

  7. O que eu não consigo entender é como um país como os Emirados Árabes,que têm dinheiro para comprar o que quiser acaba se interessando por um projeto que mal saiu do fase de maquete de uma empresa que até hoje nunca fez nada que justificasse sua existência como a engeprom,alguém ai poderia decifrar este enigma?

    • Isso é um.. Mistéééério!!!

      Mas tem mais,
      Tempos atrás vi um vídeo* asiático da compra de helicópteros Caracal por Cingapura, pois no final do vídeo ao invés de mostrarem a Airbus Helicopters e quem sabe caracals da Força Aérea Francesa, me aparece o Caracal brasileiro com o exocet preso do lado voando entre montanhas e uma enorme frase: Marinha do Brasil, e ainda uma vista aérea da Helibras embasando a matéria.
      Mistéééério!!!


      * https://www.youtube.com/watch?v=PZlMccUXq3k

    • Absorver tecnologia, conhecimento, e prender como se faz. NENHUM outro pais vai repassar todo o conhecimento nessa area, mesmo que vc construa o navio sob licenca, mas se vc torna socio, um parceiro, ai sim consegue aprender como se faz. Apesar de uns não acreditarem, sim temos o conhecimento para construir navio, faltava apenas a verba, agora vamos ter um parceiro com o bolo cheio e apetite por conhecimento, e em 10 anos estaram produzindo os SEUS proprios navios, ja o Brasil…

      • Pois é, deveríamos ser exportadores de submarinos diesel, desde após os alemães terem nos passado sua expertice. Mas por negligência comercial, estamos novamente num rolo de tecnologia de submarinos, desta vez com os franceses, é duro isso, nosso dinheiro desaparecendo por projetos e mais projetos inconclusos, e quando concluídos não são devidamente aproveitados para gerarem retorno do investimento através de exportações.
        Óbvio que a intenção dos Emirados é adquirir conhecimento técnico de bandeja dos brasileiros, sob o disfarce-conviniência de parceria, para depois passarem a produzir visando o mercado internacional. Eles sabem que sua renda do petróleo não é eterna, e que equipamento militar tem mercado. Mas vamos torcer que saia não uma simples parceria passageira, apenas para as Tamandaré, mas uma aliança industrial contínua e abrangente.

      • Mas estamos absorvendo Tecnologias desde as MK 10 e continuamos na mesma situaçao , esta Engepron a tres decadas existe e nenhum projeto de Modernizaçao do AMRJ , querem trazer uma empresa esteangeira para isso.

  8. Seria uma âncora econômica para o projeto, sabemos que a Marinha tem o histórico de jamais cumprir suas compras desde a virada do século XIX para o XX com os navios couraçados cancelados ou mesmo as Fragatas nos anos 80/90, com a entrada de outro país mesmo que a Marinha reduza drasticamente suas encomendas a “produção/construção” dos navios se manteria para cliente estrangeiro.

  9. Um navio para águas marrons nada mais, que aliás servirá muito bem a Arábia Saudita, já para o Brasil….

  10. É muita sorte para um pedinte arrumar um sócio rico… se deixarem escapar a oportunidade veremos que esse país chamado Brasil não tem mais jeito… ai será jogar a ancora com a corda amarrada ao pescoço…

      • …………….não creio que sejamos um “sócio pedinte”pois temos dinheiro pra fabricar as naves….esse dinheiro apenas e tão somente foi escondido pelo ministro de fazenda do atual governo….. porém é sempre bom ter um sócio já engajado em programa de produção de armas pois daí pode haver coincidências e necessidades mútuas pra uma parceria promissora pois capital não falta pros Emirados Árabes…lá a autoridade financeira vê oportunidades de exportação e o daqui entreguista, espertamente só vê crise e mais crises já que está a serviço de Wall Street…….lastimável……

      • Engraçado como tem muita gente que acha que o Brasil é muito mais rico do que realmente é, devem ter engolido muita propaganda do pt…

        Pib per capita do Brasil U$8 mil, dos Emirados árabes U$40 mil.

        Não me venham com o pib total porque o do Brasil só é grande porque o país é grande e tem população grande, mas também quer dizer que precisa gastar muito mais dinheiro com segurança, educação, saúde, estradas, etc.

      • O pessoal dazisquerdas não estudam lógica em cursos dazumanas que eles costumam frequentar… rsrsrssrsrsss… nem sabem o que vem a ser proporção… 🙂

  11. Olha aí uma oportunidade de ouro para o Brasil !
    Quem sabe com essa parceria com os Árabes o projeto das Tamandarés sofra modificações quanto a capacidade de tripulantes (para menos tripulantes, claro ), automatização máxima do navio etc..
    Sistemas de Armas bilhões nacional; isso é tão importante que respinga até no míssil nacional Marlin (MANSUP ).
    Após essa parceria, podemos pensar numa nova versão das Niterois com 4000t de deslocamento.
    O Brasil deve buscar esse caminho;sempre desenvolver seus equipamentos com países de igualdade econômica e tecnológica, ao invés de ficar lambendo o chão que europeus e norte americanos pisam.
    Chega de tanta submissão a essa gente !
    Não sei quanto a vocês, mas eu estou cansado de ver meu país sempre de joelhos para as nações ricas.

    • ……………o Brasil é rico porém o problema é gerir sua riqueza…..como um ministro de fazenda como este que protela os projetos militares serve ao país adiando a construção de armamento pra daqui a vinte anos? ele serve aos Estados Unidos que não quer que o Brasil se ARME!!…..outro problema é que gente “dazdireita” que realmente deve ter engolido muita propaganda do “gorpi” condena o antigo governo (autor do PROSUB e outros projetos militares)….. gente desse tipo só faz atrasar as FFAAs, do país…..são zeros a direita…..Kkkk……………

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