Instruções de evacuação aeromédica, orientação por bússola, rapel e transposição de curso d´água são algumas das atividades de campanha que os cadetes do 3º Esquadrão da Academia da Força Aérea (AFA) enfrentam nesta semana. O exercício prepara combatentes para cenários hostis.
A atividade é dividida em duas etapas. O primeiro momento é em sala de aula, quando os conhecimentos adquiridos nos anos anteriores são revistos. Depois é preciso colocar em prática. “O desafio é vencer a pressão psicológica e o cansaço. Temos atividades do início ao fim do dia, sem descanso”, afirma a Cadete Sophia Hernández Soares.
“Nestas instruções, o Cadete precisa desenvolver o autoconhecimento e suportar os rigores de um cenário de conflito”, afirma o coordenador do exercício, Major de Infantaria Marcelo Ferreira dos Santos. Mas não é apenas o desempenho prático que é observado. A interação com os colegas também passa pelo crivo dos instrutores. “Avaliamos a capacidade de liderança esperada de um oficial em combate”, conclui o Major.
Cadetes do 1º ano treinam para salto de emergência
As instruções relacionadas à atividade militar têm inicio logo após o Estágio de Adaptação dos cadetes que ingressam na AFA e se estendem ao longo dos quatro anos de formação. O primeiro desafio é o salto de emergência, ainda no 1º ano, com o objetivo de ensinar os futuros oficiais a abandonar uma aeronave em situação de risco.
Os militares do Esquadrão Aeroterreste de Salvamento (PARA-SAR) foram os responsáveis pelo intenso preparo para o curto momento do salto. O período contou com atividades teóricas e práticas, como o manuseio do equipamento de paraquedismo, aulas de aterragem de plataforma, além de um rigoroso preparo físico.
“Cumprir o salto de emergência é um pré-requisito para os cadetes aviadores, mas durante o treinamento também são trabalhados valores importantes para a atividade militar como determinação, coragem e tenacidade, importante para todos os quadros”, conta o Major F. Santos.
Desafio realizado este ano pela Cadete Fernanda Martins Feijó Pinheiro: “É uma experiência única, antes do ingresso não imaginava saltar de paraquedas, é algo que acaba surpreendendo até os familiares”, conta.
Atividades práticas são rotina no curso de infantaria. Este ano, as instruções já realizadas foram salto armado e mochilado, instrução de autodefesa de superfície e exercício prático de operações de paz.Os cadetes do 3º ano treinaram salto armado e mochilado, método de infiltração aeroterrestre em missões de patrulha. “Este é um dos melhores momentos do curso, pois simula bem um combate”, conta o cadete Vitor César Dias Silva. “O fato de estar saltando mochilado é bem diferente do salto realizado no 1º ano. Temos ainda que organizar o material e cumprir a missão de patrulha. É diferente de tudo por que já passamos”, afirma.
Já na instrução de autodefesa de superfície, os cadetes de infantaria do 4º Esquadrão foram orientados a conceber um plano de ação para a defesa de uma base aérea. E, pela primeira vez, também simularam uma tropa em Operação da Manutenção da Paz (Peacekeeping), efetuando práticas de montagem e operação de postos de controle, bem como de abordagem e busca a edificações.
O exercício foi desenvolvido em língua inglesa, de forma a promover uma elevação da proficiência e, ainda, aumentar o grau de realismo da atividade. “Trabalhamos de forma interdisciplinar com as matérias de Operações de Paz, Inglês Técnico de Infantaria e Autodefesa de Superfície”, conta o Cadete Aron Taier.