Fracassa lançamento de míssil norte-coreano

Departamento de Defesa americano afirma que foguete explode após ser lançado da costa leste norte-coreana. Vice dos EUA, Mike Pence, chega à Coreia do Sul para visita de três dias em meio à tensão na Península da Coreia.

Neste domingo (16/04), a Coreia do Norte fez um teste fracassado de foguete. Segundo o Departamento de Defesa, em Washington, o míssil explodiu imediatamente após ser lançado das proximidades da cidade portuária de Sinpo, na costa leste norte-coreana.

“O comando das forças dos EUA no Pacífico detectou e seguiu o que acreditamos ser um míssil norte-coreano, disparado às 11h21 do Havaí em 15 de abril [05h51 deste domingo em Pyongyang]”, disse Dave Benham, porta-voz do Pentágono, acrescentando que “o míssil explodiu quase imediatamente”.

Os Estados Unidos confirmaram, assim, informação dada minutos antes pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul. Mais tarde, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, divulgou um breve comunicado sobre o lançamento. “O presidente e a sua equipe militar estão informados do mais recente lançamento fracassado de míssil da Coreia do Norte. O presidente não tem mais comentários”, disse Mattis, segundo o breve comunicado do Pentágono.

Chegada de vice-presidente

O teste de míssil norte-coreano acontece no mesmo dia em que o vice-presidente americano, Mike Pence, chega a Seul para visita de três dias que terá como ponto central a tensão na Península da Coreia diante dos avanços armamentistas de Pyongyang.

Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, Pence aterrissou em Seul poucas horas depois da fracassada tentativa de teste de armamento por parte da Coreia do Norte. Ainda não se sabe que tipo de míssil foi lançado. Um assessor da comitiva de Pence afirmou tratar-se, possivelmente, de um foguete de médio alcance.

Vice americano, Mike Pence, no Cemitério Nacional em Seul

O vice-presidente americano participará de um jantar com tropas americanas e sul-coreanas por ocasião do Domingo de Páscoa, e se reunirá nesta segunda-feira com o presidente sul-coreano em exercício, Hwang Kyo-ahn, e com o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Chung Sye-kyun.

O nervosismo que se vive na península ocupará a maior parte da agenda, e se espera que Pence e Hwang analisem maneiras de pressionar Pyongyang para que abandone seu programa nuclear e de mísseis por meio de uma maior pressão diplomática e também de sanções ainda mais duras.

A Casa Branca também indicou que serão examinadas opções militares como possível resposta a provocações do regime norte-coreano.

Mísseis norte-coreanos

O fracassado teste norte-coreano ocorre um dia após uma grande parada militar ter sido realizada em Pyongyang para homenagear o 105°aniversário do fundador do Estado comunista, Kim Il-sung, avô do atual ditador, Kim Jong-un.

O regime fez desfilar sobre caminhões um tipo de projétil nunca antes exibido em público e que poderá ser um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) de combustível sólido. No início do ano, Kim Jong-un, que presidiu o desfile de sábado, advertiu que o país estaria nas últimas etapas do desenvolvimento de um ICBM que seria capaz de atingir o território americano.

Um projétil de médio alcance lançado a partir de uma plataforma móvel, testado pela primeira vez em fevereiro, voltou a ser testado em 5 de abril, levando Washington a responder com o envio de um porta-aviões de propulsão nuclear para a Península da Coreia.

Fonte: DW

“Pôquer” com Coreia do Norte está ficando perigoso

No jogo de ameaças, a vantagem está com o regime norte-coreano, porque ele mantém o seu próprio povo como refém. É preciso recorrer mais à diplomacia, com ajuda da China, opina o jornalista Mathias von Hein.

Há algo tão perigoso quanto o barril de pólvora do Oriente Médio? Sim, o da Coreia. É preocupante que, após o lançamento de 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea síria, o presidente Donald Trump envie outro sinal de força: o deslocamento do porta-aviões nuclear Carl Vinson para a costa coreana, com seus quase 6 mil soldados e 85 jatos de guerra.

É preocupante porque não se sabe o propósito dessa pretensa demonstração de assertividade. Também preocupa o fato de que o ataque aéreo na Síria não parece fazer parte de uma estratégia maior – o bombardeio teve início justamente quando Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, estavam sentados à mesa, apreciando carne e vinho californiano. A intervenção na Síria deve ter sido entendida por Xi como um ponto de exclamação ao fim da declaração de Trump, dada dias atrás, de “resolver por conta própria o problema da Coreia do Norte”.

No total, Xi e Trump se reuniram durante sete horas na Flórida. A Coreia do Norte deve ter ocupado o topo da agenda. O presidente americano, no entanto, não conseguiu fazer com que seu convidado de Pequim decidisse tomar passos concretos frente à Coreia do Norte, embora a China esteja cada vez mais irritada com as ações unilaterais do líder norte-coreano, Kim Jong-un: somente no ano passado, Pyongyang realizou dois testes nucleares. Isso foi acompanhado de dezenas de lançamento de foguetes, um até mesmo a partir de um submarino. Não é essa a ideia que o Império do Meio tem de um ambiente estável e favorável a negócios, muito menos de uma boa vizinhança.

O reiterado desejo chinês de uma Península Coreana livre de armas nucleares é digno de crédito. A China apoia as sanções, acirradas em novembro, contra a Coreia do Norte, já isolada em grande parte, advertindo sobre novas medidas para o caso de novos testes com armas nucleares e foguetes. No entanto: mais do que qualquer outra coisa, a China teme um colapso do regime norte-coreano, com milhões de refugiados e possivelmente, no final, tropas americanas em suas fronteiras. Como o especialista americano em política externa Victor Cha formulou apropriadamente em 2010, a Coreia do Norte é “um país de opções miseráveis.”

Trump também terá de fazer essa constatação. Ao contrário da Síria, os EUA possuem sérios interesses estratégicos de segurança nacional na Península da Coreia. Embora muita coisa ainda dê errado nos testes nucleares da Coreia do Norte, os engenheiros aprendem com isso, e os projéteis estão melhorando. Em alguns anos, eles poderão atingir os EUA, eventualmente carregados com armas nucleares.

Se a desistência da atual “estratégia da paciência”, anunciada pelo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, aliada a ameaças é o caminho certo para combater esse perigo – isso é outra questão. Com a presença de tropas americanas na Coreia do Sul, já é visível o poderio militar. Mas é perigoso participar de uma disputa de poder com Pyongyang no momento errado. E um incêndio sem chamas não se apaga com gasolina, mesmo que esse pareça ser o único líquido ao alcance.

Agradando ou não: no jogo de ameaças, a vantagem está com o regime norte-coreano, porque ele mantém o seu próprio povo como refém, podendo, da mesma forma, raptar seus irmãos e irmãs da Coreia do Sul. Cerca de 25 milhões de pessoas – quase metade de todos os sul-coreanos – vivem em Seul, uma cidade que está dentro do alcance da artilharia do vizinho comunista. Como se os sul-coreanos não tivessem já suficientes motivos para se preocupar, a mídia americana fez citações sobre “ataques nucleares preventivos” contra a Coreia do Norte, entre outros, por parte do ex-chefe da CIA James Woolsey.

Essa seria, certamente, a pior entre as opções miseráveis, enquanto a melhor talvez fosse ainda: é preciso oferecer algo em contrapartida à Coreia do Norte – mesmo que isso seja difícil diante do regime injusto em Pyongyang.

Jornalista da DW Matthias von Hein

Essa ideia não é alheia a Donald Trump. Durante a campanha eleitoral, ele declarou abertamente que, se necessário, comeria até hambúrgueres com Kim Jong-un para resolver o problema dos foguetes. Um tratado de paz poderia ser o começo.

Se uma nova arquitetura de segurança levar em consideração os interesses de Pequim, isso poderia levar a uma maior pressão por parte da China sobre Kim. Mas os próprios norte-coreanos terão de se livrar de seu regime arbitrário.

Foto: TV norte-coreana – imagens dos mísseis balísticos lançados por submarinos ‘Pukkuksong’ (SLBM) ​​em caminhões pela primeira vez; o país continua a perseguir uma política agressiva de dissuasão militar e nuclear.

Fonte: DW

 

11 Comentários

  1. Será que foi ?… será que o próprio governo da Coreia não providenciou o fracasso e assim este sai melhor diante da opiam local e não se passaria por um fraco ? … rsrsr .. como se o louco respeitasse a opinião local .
    .
    Más muita coisa ainda vai acontecer .. essa história não terminou por ai … isso ninguém duvida.

  2. ………..as informações do “fracasso” do foguete vieram pelas agencias de informação internacionais as quais recebem notícias do governo dos EU…..eu não confio nessa informação….muito “conveniente”……e,,,favorável….oportuna………… e por aí vai

  3. Se fracassou, isso quer dizer 2 coisas

    1. Não são maquetes como tem gente que diz
    2. Eles estão na base do “erro-tentativa” e vão errando até acertar

    Ora, se até a Rússia tem dificuldades de vez em quando com o Bulava
    Ora, se até a Inglaterra errou recentemente no lançamento de um ICBM

    Ciencia é assim: erros, acertos e mais erros … e os ganhos são demorados

    Mas se já chegaram até aqui, é questão de tempo eles atingirem um estado de aperfeiçoamento o mais breve que a gente imagina

    Abraço a todos!

    • O problema é que não dá mais tempo pra tentar acertar… TRUMP tá fungando no cangote do china… não passa de amanhã e… virou churrasquinho coreano bem passado… 🙂

  4. Minha torcida é para o —— ,ele enfiando os seus vizinhos e ** AMIGOS ** do BOZO TRUMPALHÃO ,festejarei muito ! Quero ver depois a Cara do BOZO .

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