Marinha Russa recebe submarino mais poderoso e caro de sua história

Visita de Pútin ao Ártico coincidiu com lançamento de novo submarino Kazan, do projeto 885 Iásen.
Launching the Kazan, a Project 885M Yasen-class nuclear-powered multipurpose attack submarine
Embarcação comporta mísseis testados pela Rússia na Síria. Foto:Alexander Ryumin/TASS

Em 30 de março, a Marinha russa recebeu o novo submarino Kazan, do projeto 885 Iásen, criado pela Empresa de Construção Naval da cidade de Severodvinsk (1.260 km a norte de Moscou).

Os navios do projeto 885 são os mais modernos da Rússia e estão equipados com o armamento secreto. Devido a suas capacidades militares, esses são equiparados a submarinos americanos da classe Seawolf e Virginia, cuja construção foi congelada pelos EUA devido a questões financeiras.

“O submarino Kazan não é um brinquedo barato. Seu custo é comparável ao dos navios norte-americanos. Um cruzador estratégico desse tipo pode custar até 200 bilhões de rublos [cerca de US$ 3,5 bilhões]”, explica o professor da Academia de Ciências Militares da Rússia, Vadím Koziúlin.

Segundo ele, o Kazan recebeu sistemas, componentes e mecanismos que nunca tinham sido utilizados antes. Mas, devido ao alto custo e à necessidade de otimizar o orçamento militar, Moscou poderá reduzir o número de submarinos encomendados pela Marinha.

“No total, até 2020, de acordo com o programa de desenvolvimento de armas, a Marinha russa deve receber oito submarinos do projeto Iásen. Mas devido aos cortes no orçamento e à crise econômica, a construção dos dois últimos navios poderá atrasar ou até ser cancelada”, diz Koziúlin.

Parâmetros técnicos

O projeto 885 é a quintessência de tudo o que foi desenvolvido pelo setor de defesa russo na construção naval subaquática durante os últimos 50 anos.

Pela primeira vez, os engenheiros russos instalaram lançadores de torpedos na frente do navio, o que permitiu instalar uma antena do novo sistema hidroacústico.

O submarino recebeu oito lançadores verticais para mísseis. Seu casco é feito de aço não magnético de alta resistência, que permite submergir a mais de 600 metros de profundidade (os submarinos convencionais alcançam, no máximo, 300 metros).

Assim, o navio é praticamente inatingível para todos os tipos de armamentos antissubmarinos modernos.

Sua velocidade subaquática máxima é de mais de 30 nós (60 km/h), e ele tem apenas um reator nuclear, enquanto os outros submarinos do projeto têm dois.

Armamento

Na parte central do casco, os engenheiros instalaram um compartimento de mísseis com 8 silos universais que podem lançar mísseis antinavio táticos ONIKS (24 mísseis, três em cada silo) ou mísseis de cruzeiro de longo alcance Kalibr, que já haviam comprovado sua potência em ataques na Síria. O alcance efetivo dos Kalibr é de até 2,5 mil quilômetros.

Além disso, o submarino está equipado com seis sistemas de torpedos universais de calibre de 650 e 533 milímetros, que permitem abrir fogo contra todos os tipos de torpedos modernos, instalar minas e lançar veículos submarinos não tripulados.

“O submarino Kazan é pode realizar todos os tipo de tarefas, inclusive combater contra grupos de porta-aviões e realizar ataques de mísseis maciços contra alvos costeiros”, diz o diretor do departamento político, militar e econômico do Instituto dos Estudos Estratégicos da Rússia, Ivan Konoválov.

O lançamento do novo submarino coincidiu com o Fórum Internacional “Ártico, Território do Diálogo”, realizado entre 29 e 30 de março e que contou com a presença do presidente russo Vladímir Pútin.

“Durante o evento, Moscou demonstrou sua disposição em desenvolver a região do Ártico junto a parceiros ocidentais. Assim, o presidente decidiu não participar do lançamento do submarino nuclear Kazan em Severodvinsk”, diz Konoválov.

Fonte: Gazeta Russa

2 Comentários

  1. Meu caro Edilson,

    me permita um aparte aqui por gentileza, gostaria de falar sobre o propalado ataque com o agente neurotóxico Sarim, perpetrado supostamente por tropas do governo sírio segundo a mídia ocidental.

    NÃO É VERDADE, não foi um ataque químico efetuado por tropas do governo sírio.

    De acordo com informações o que ocorreu foi que um deposito de armas dos rebeldes na cidade de an Sheikhoun, sofreu bombardeio por parte de aviões do governo sírio e com o impacto das bombas no edifício o gás armazenado ali “vazou”. Isso é o que de fato ocorreu. Mas jamais os rebeldes vão confirmar que tivessem sob sua guarda este tipo de agente.

    É óbvio que o governo sírio não teria nenhum interesse em usar tal tipo de arma, afinal, está vencendo as batalhas em suas frentes de combate, e não iria querer sofrer um desgaste incomensurável deste neste momento.

    O que ocorre é que estão aproveitando um fato premeditado ou não para botar pressão no Trump para peitar os russos (aliado de Assad). Isso é fato. Existe pessoas não só nos EUA mas na Europa e OM também, que, não querem de forma alguma uma aproximação entre a Rússia (Putin) e os EUA (Trump).

    Está armado o imbróglio, vamos ver o que ocorre nos próximos dias. Haja coração!

    Grato

  2. Este submarino é muito sofisticado,tecnologia sensível,e letal armamento secreto e claro com plus+ , é claro que Rússia não irá divulgar.

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