Plano Brasil/ Tecnologia: Raytheon Standard Missile 6 (SM-6)

O RIM-174 Standard Extended Range Active Missile (ERAM) ou Standard Missile 6 (SM-6) é um míssil produzido pela Raytheon para a Marinha dos Estados Unidos (US Navy). Implantado em cruzadores e destroyers da US Navy, o míssil SM-6 é atualmente a arma mais capaz e moderna na defesa aérea da frota, o mesmo pode atuar contra todos os tipos de ameaças: aeronaves tripuladas e não tripuladas; mísseis antinavio, mísseis de cruzeiro antinavio; defesa terminal de mísseis balísticos  e alvos de superfície. O míssil é considerado uma ameaça tripla, sendo o único no mundo a fornecer capacidade antiaérea, defesa contra mísseis balísticos e guerra antisuperfície.

O SM-6 usa a fuselagem do míssil SM-2ER block IV, seeker do AIM-120C AMRAAM e motor foguete do SM-3. A capacidade operacional inicial foi planejada para 2013 e foi alcançada em 27 de novembro de 2013. O SM-6 não pretende substituir os mísseis da série SM-2, mas servirá ao lado e fornecerá maior poder de fogo e maior alcance. Em janeiro de 2017, o departamento de defesa dos EUA aprovou as vendas do míssil SM-6 para diversos clientes internacionais, muitos deles procuram um míssil multifuncional para reforçar seus programas de construção naval.

Descrição

O SM-6 é um míssil de dois estágios, com um booster de lançamento que é ejetado após 6 segundos. Lançado verticalmente a partir de um sistema de lançamento MK 41 VLS, o SM-6 é compatível com cruzadores e destroyers AEGIS atuais e futuros. O seeker com radar ativo é uma versão ampliada e adaptada do seeker do AIM-120C AMRAAM (34 cm versus 18 cm).  O radar ativo irá melhorar a capacidade do míssil contra alvos altamente ágeis e alvos além do alcance efetivo do radar iluminador; outra melhoria advinda do radar ativo será  uma  maior capacidade de disparar mísseis simultaneamente. As estimativas a cerca  do  alcance do SM-6 variam, seu alcance oficial publicada é de 240 km contra alvos aéreos e de até 460km contra alvos de superfície. Ao contrário de outros mísseis da família SM-2, o SM-6 pode ser periodicamente testado e certificado sem a remoção do sistema de lançamento vertical.

O SM-6 oferece um maior alcance em relação aos mísseis da série SM-2, sendo capaz de interceptar alvos a até 34.000m de altitude ou rente ao mar, além de atuar na defesa terminal de mísseis balísticos em complemento ao SM-3. Ao contrário de outros interceptadores de mísseis balísticos o SM-6 usa uma ogiva explosiva para derrotar ameaças de mísseis balísticos; outros interceptadores de defesa de míssil, como o SM-3, usam a tecnologia de energia cinética hit-to-kill  que destrói o alvo através do impacto direto do míssil interceptador. A ogiva explosiva é necessária para a capacidade multimissão do míssil.

O SM-6 pode ser empregado em vários modos: guiamento inercial com aquisição terminal usando o  radar ativo; radar semiativo durante todo o caminho; engajamento cooperativo através do Naval Integrated Fire Control–Counter Air (NIFC-CA) que é um programa desenhado para link entre navios da US Navy e vários sensores aéreos, tais como o F-35 e E-2D, em uma rede única de sensores integrados. No modo semiativo o míssil depende do navio para iluminar e determinar o alvo, no modo ativo o míssil recebe atualização de meio curso do navio ou aeronave e na fase terminal o próprio míssil envia um sinal eletromagnético através do próprio radar; no engajamento cooperativo o alvo é designado por um ativo (navio ou aeronave)  diferente do navio lançador. O seeker com radar ativo tem a capacidade de detectar um míssil de cruzeiro terrestre voando rente ao solo.

A US Navy está adicionando um GPS ao SM-6 conferindo ao mesmo a capacidade de atacar alvos no solo. Em fevereiro de 2016, o Secretário de Defesa Ashton Carter confirmou que o SM-6 poderia ser modificado para atuar como uma arma antinavio, o míssil é capaz de destruir navios até a classe de fragata e causar danos consideráveis em destroyers. Como E-2D tem a capacidade de  acompanhar alvos de superfície e no ar, o SM-6 permitirá  a US Navy atacar inimigos de superfície além do horizonte radar com um míssil Mach 3.5 .

Testes

Em 15 de julho de 2014 o USS John Paul Jones (DDG 53) usou um SM-6 para destruir um alvo supersónico a alta altitude (AQM-37). O AQM-37 é um zagão alvo que chega a Mach 4 e 30.000m de altitude.

Em 14 de agosto de 2014 a Marinha e a Raytheon testaram um SM-6 contra um míssil de cruzeiro subsônico voando baixo sobre a terra. Ser capaz de discernir com sucesso um alvo lento como um míssil de cruzeiro lançado de terra tem o potencial de fornecer significativa vantagem tática. Por exemplo, o seeker ativo poderia ajudar o SM-6 a localizar um míssil de cruzeiro lançado por trás de uma montanha.

Em 24 de outubro de 2014 o USS Chancellorsville (CG 62) disparou dois mísseis SM-6 contra alvos anti-navio e mísseis de cruzeiro. Como parte do cenário o navio lançou os interceptores SM-6 antes do próprio radar ver as ameaças, usando informações de direcionamento de outro navio AEGIS na área, o USS Sampson (DDG 102). O primeiro SM-6 interceptou um alvo supersónico a baixa altitude (GQM-163A); enquanto o segundo interceptou um alvo subsônico a baixa altitude (BQM-74E). Neste teste foi possível observar a capacidade do SM-6 de interceptar um alvo supersônico rente ao mar, no caso o GQM-163A que serviu de alvo chega a Mach 2,6 a 3m de altitude ou a Mach 3 – Mach 4 a 17.000m de altitude.

Em 3 de agosto de 2015 a Marinha dos EUA disparou um Standard Missile-6, interceptando e destruindo um míssil balístico de curto alcance. O teste bem sucedido da Agência de Defesa de Mísseis dos EUA (MDA) provou que um SM-6 modificado pode eliminar a ameaça de mísseis balísticos em seus últimos segundos de voo.

Em uma demonstração em 18 de janeiro de 2016 o míssil afundou o descomissionado USS Reuben James .O teste foi uma demonstração do conceito da Marinha dos Estados Unidos de “letalidade distribuída”, empregando navios em formações dispersas para aumentar o poderio ofensivo da força de superfície. O SM-6 passa a fornecer a US Navy a capacidade de atacar navios inimigos a 460km com um míssil Mach 3,5. ­

Em 14 de setembro de 2016 um SM-6 destruiu um alvo subsônico designado pelo F-35, o alvo estava além do horizonte radar em média altitude. Neste teste foi observada a capacidade do SM-6 destruir um alvo através do Naval Integrated Fire Control–Counter Air ( NIFC-CA).

Em 19 de dezembro de 2016 a Marinha dos EUA disparou dois SM-6 (um encarregou-se de reunir dados de telemetria e outro de interceptar o alvo) do USS JOHN PAUL JONES (DDG-53) durante um evento de teste, interceptando um míssil balístico de médio alcance em seus últimos segundos de voo. Isso sugere que o alvo representava uma ogiva manobrável como as encontradas nos mísseis balísticos antinavio DF-21D e DF-26.  O teste marcou a segunda vez que um SM-6 demonstrou sua capacidade de interceptar um míssil balístico em seus últimos segundos de voo. O primeiro foi durante um ensaio em agosto de 2015.

Comparativo

Aster 30

Míssil superfície-ar fabricado pelo consorcio europeu Eurosam e que equipa várias fragatas e destroyers europeus; 510kg ; 120km de alcance; velocidade de Mach 4,5; seeker com radar ativo.

5V55RM

Míssil do sistema russo S-300F, introduzido em 1984 em vários navios soviéticos; 1.664kg; 75km de alcance; velocidade de Mach 6 ; seeker com radar semiativo.

48N6 – 48N6E2

Mísseis do sistema russo S-300FM, o 48N6 foi introduzido apenas no cruzador russo Admiral Nakhimov (classe Kirov) e o 48N6E2 no cruzador “Pedro, o Grande” (classe Kirov); 1.800-1.900kg; 0 48N6 tem alcance de 150km (limitado eletronicamente a 93km) e 48N6E2 alcance de 200km; velocidade de Mach 6 ; seeker com radar semiativo.

Conclusão

Com um único modelo de míssil a US Navy terá uma arma capaz de atuar contra qualquer aeronave ou míssil num raio de 240km do Grupo de Ataque incluindo alvos além do horizonte radar e mísseis de cruzeiro supersônicos rente ao mar; poderá atuar na defesa terminal de mísseis balísticos  de curto e médio alcance; com velocidade de Mach 3,5 estenderá a gama de letalidade da força para bem além do alcance do atual míssil antisuperfície RGM-84 Harpoon  e em caso de necessidade poderá atacar alvos em solo como um míssil de pronta resposta Mach 3,5.

O SM-6 será a principal arma da US Navy contra os mísseis de cruzeiro supersônicos que surgem na Rússia e China além de ser mais uma barreira contra os mísseis balísticos antinavio DF-21D ou DF-26, isso ajuda a explicar por que a US Navy está tão confiante de sua capacidade de operar dentro dos anéis de ameaça dessas armas. Implantado pela primeira vez em 2013, a Raytheon construiu mais de 300 mísseis até esta data de um total planejado de 1.800 mísseis, com muitos anos de produção no horizonte o míssil SM-6 continuará a evoluir para atender às necessidades de combate da frota.

Ficha Técnica

  • Fabricante: Raytheon
  • Em serviço: 2003 – hoje
  • Operadores: Marinha do Estados Unidos ; Marinha da Coreia do Sul ; Força Marítima de Auto Defesa do Japão
  • Peso: 1.500kg
  • Comprimento: 6,6m
  • Diâmetro: 0,53m
  • Ogiva: 64kg
  • Teto de voo: 34.000m
  • Alcance: 240 – 460km
  • Velocidade: Mach 3,5

 

Fonte: Tecnomilitar

10 Comentários

  1. Meus caros,

    a Rússia que não é boba nem nada, começou a projetar “Husky” o conceito de submarino de quinta geração.

    Pois é meus amigos, já está sendo conduzido um projeto preliminar dos subsistemas do submarino nuclear de quinta geração do projeto Husky .

    As características e perspectivas do submarino que será multi-propósito, seus armamentos e equipamentos dependerão das tarefas estabelecidas pela Marinha russa ora em estudo.

    De acordo com informações o esboço final do conceito Husky deverão estar prontos em dois anos. O novo submarino é projetado pelo escritório Malakhit em St Petersburg. Lembrando que, atualmente, a Rússia está construindo uma série de submarinos de quarta geração do projecto 885 (código Yasen).

    Grato

  2. Meu caro, poderia me explicar qual a diferença entre um submarino de 5° geração para um de geração anterior ???… qual seriam as melhoras, em tese, adquiridas nessa nova geração ???… grato…

    • Zé ninguém meu caro,

      entender essa equação elementar, parte do mesmo pressuposto conceito aplicado para designar as gerações das aeronaves de combate. Ou seja, se refere as novas perspectivas de uso do equipamento a partir das novas tecnologias desenvolvidas para tal. Simples!

      Abraço.

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