Tillerson diz que EUA vão cooperar com Rússia quando for do interesse americano

Em reunião de ministros do G20 na Alemanha, secretário de Defesa americano reafirma compromisso com aliados da Otan e insta Moscou a “honrar seus compromissos e trabalhar para atenuar a violência na Ucrânia”.

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou nesta quinta-feira (16/02) que os Estados Unidos vão cooperar com a Rússia quando isso beneficiar os americanos. Tillerson participa da reunião de ministros do G20 que ocorre até esta sexta-feira em Bonn, no oeste da Alemanha. É a primeira participação num evento internacional do novo secretário de Estado.

“Os EUA vão considerar trabalhar com a Rússia quando encontrarmos áreas de cooperação prática que vão beneficiar a população americana”, declarou Tillerson, depois de um encontro com o ministro russo, Serguei Lavrov. Tillerson também instou Moscou a “honrar seus compromissos com os acordos de Minsk e trabalhar para atenuar a violência na Ucrânia”.

O secretário ainda reforçou o compromisso dos EUA com seus aliados. “Onde não estivermos de acordo [com a Rússia], vamos defender os interesses e valores dos Estados Unidos e de seus aliados”, disse. A declaração foi feita um dia depois de o secretário de Defesa, James Mattis, ameaçar “moderar o comprometimento” com a Otan caso outros países-membros não elevem seus gastos com defesa.

O encontro entre Tillerson e Lavrov ocorreu pouco depois da renúncia de Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional do presidente Donald Trump. Ele negou às autoridades em Washington ter conversado com um embaixador russo sobre a retirada das sanções à Rússia impostas pelo governo do ex-presidente Barack Obama em reação a uma suposta interferência russa nas eleições presidenciais americanas.

Conflito no leste da Ucrânia

Em seu pronunciamento, o ministro alemão do Exterior, Sigmar Gabriel, apelou à Rússia para que use sua influência junto aos separatistas ucranianos para facilitar a retirada de armas e pôr fim à violência no leste da Ucrânia. Em conversa com Lavrov, Gabriel ressaltou que a remoção de armas pesadas é “essencial” para fortalecer o frágil acordo de Minsk, que estabeleceu um cessar-fogo na região. Contudo, as tensões entre os separatistas e forças do governo ucraniano têm aumentado nas últimas semanas.

Gabriel também ressaltou que formas de estabelecer a paz duradoura na Ucrânia devem ser um dos principais temas da Conferência de Segurança de Munique, neste fim de semana.

A reunião de dois dias de ministros do Exterior do G20 em Bonn é um preparativo para a próxima reunião de cúpula do grupo, que terá lugar em Hamburgo, em julho.

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: DW

1 Comentário

  1. No mesmo encontro, Pence (vice-presidente do EUA) disse em conferência:

    “que os EUA “continuariam a manter a Rússia “responsável”…e que os Estados Unidos se manterão firmes contra Moscou, ao mesmo tempo em que procurarão caminhos para a cooperação”.

    Já Lavrov em sua fala, posterior à de Pence, disse que
    “o momento em que o Ocidente dava as cartas acabou” e descartando a OTAN como uma relíquia da Guerra Fria, acrescentou:

    “Eu espero que (o mundo) escolha uma ordem mundial democrática – um pós-Ocidente – Em que cada país é definido por sua soberania “.

    Lavrov disse que “Moscou queria construir relações com Washington, de forma “pragmática, com respeito mútuo e reconhecimento de nossa responsabilidade pela estabilidade global”.

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    Como o diplomata sueco S Astrom disse uma vez: “A diplomacia é uma maneira de dizer às pessoas para irem para o inferno e fazê-los ansiosos pela viagem”

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