Disputa territorial entre países asiáticos se acirrou nos últimos anos e tem potencial para se transformar num conflito armado. Entenda o que está em jogo e quem está envolvido.
O Mar da China Meridional faz parte do Oceano Pacífico e está situado ao sul da China, entre o Vietnã, a Malásia e as Filipinas. A disputa por suas águas e arquipélagos é considerada por analistas uma das mais perigosas da Ásia, com potencial para virar um conflito armado. Ela existe há séculos, mas se acirrou dramaticamente nos últimos anos.
Pelo mar passam anualmente mercadorias no valor de 5 trilhões de dólares e um terço do transporte naval do mundo. Além disso, estima-se que haja grandes reservas de petróleo e gás na região, que também é rica para a pesca.
China, Taiwan, Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei estão envolvidos na disputa. Os Estados Unidos não têm interesses territoriais na região, mas defendem que ela continue sendo considerada águas internacionais e, portanto, livre para a navegação. Para isso, conduzem nela operações do seu programa Freedom of Navigation (liberdade de navegação).
A China reclama para si mais de 80% do Mar da China Meridional, que tem ao todo 3,7 milhões de quilômetros quadrados, afirmando que a área historicamente pertence ao país. O mesmo argumento é usado por Taiwan. O Vietnã afirma que desde o século 17 manteve na prática a soberania sobre arquipélagos disputados.
Entenda a delicada relação entre a China e Taiwan
Já a argumentação das Filipinas se baseia na proximidade. Em alguns casos, ilhas e recifes contestados estão a mais de 800 quilômetros de distância do território continental chinês, mas a apenas 220 quilômetros das Filipinas.
Entre as áreas disputadas estão as Ilhas Spratly, um arquipélago de centenas de recifes de corais, ilhotas, atóis e bancos de areia. Elas são reclamadas por China, Taiwan, Vietnã, Filipinas e Brunei. Já as Ilhas Paracel são disputadas entre China, Taiwan e Vietnã.
Desde 2012, todas as Ilhas Paracel estão sob controle da China. No caso das Ilhas Spratly, oito são controladas pela China e 29 pelo Vietnã. Outras oito são controladas pelas Filipinas. Malásia, Brunei e Taiwan também controlam algumas ilhas desse arquipélago.
As Filipinas protestam contra escavações chinesas no Mar da China Meridional, para a formação de ilhas artificiais, e contra a construção de faróis, portos e uma pista de pouso.
Imagens de satélite divulgadas pelos EUA mostram que a China está ampliando também sua presença militar na região. Segundo o centro de estudos CSIS, as imagens mostram que a China estacionou mísseis de defesa aérea e outros sistemas militares em todas as sete ilhas artificiais que construiu no Mar da China Meridional.
China e Estados Unidos se acusam mutuamente de estarem militarizando o Mar da China Meridional, e a imprensa chinesa ligada ao Partido Comunista já ameaçou com guerra se os Estados Unidos bloquearem acesso a ilhas.
Em julho de 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem, em Haia, rejeitou as reivindicações territoriais chinesas no Mar da China Meridional, mas a China ignorou a decisão.
Coluna Zeitgeist
Foto: 1°- Imagem divulgada pelo CSIS mostra mísseis chineses em ilha artificial no Mar da China Meridional
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Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: DW
A delicada relação entre a China e Taiwan
Ilha se vê como uma nação soberana e democrática, mas governo comunista em Pequim a considera uma província rebelde que deve ser impedida à força de buscar a independência. Confira na coluna desta semana.
A questão taiwanesa é um dos temas mais delicados na República Popular da China, que considera a ilha de Taiwan (ou Formosa) como parte do seu território, na forma de uma província dissidente. Se a ilha tentar sua independência, deve ser impedida à força, na interpretação chinesa.
Já o governo de Taiwan, ou oficialmente República da China, vê-se como um estado soberano, com constituição, forças armadas, moeda e eleições democráticas. A capital é Taipé. Na prática, Taiwan é separado da China desde 1949, quando o aparato governamental do partido Kuomintang fugiu para a ilha, vindo do território continental chinês, que havia sido tomado pelos comunistas liderados por Mao Tse-tung.
No âmbito internacional, os dois governos se viram durante muitos tempos como representantes únicos da nação chinesa e consideraram o outro lado como ilegítimo. Até os anos 1970, a maioria dos países alinhados aos Estados Unidos considerava a República da China (Taiwan) como a única China, enquanto que o bloco comunista dava esse status à República Popular da China.
No Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, a cadeira reservada à China era ocupada pelo governo da República da China, ou Taiwan. Só em 1971 as Nações Unidas mudaram de posição, passando a reconhecer a República Popular da China como representante da nação chinesa.
Já os Estados Unidos, de longe o principal aliado de Taiwan, trocaram o reconhecimento diplomático de Taiwan para a China em 1979, num processo de aproximação com Pequim. Desde então, os EUA não reconhecem diplomaticamente Taiwan e nenhum presidente americano jamais ligou para um líder taiwanês. Ainda assim, os americanos mantiveram a parceria com Taiwan, a quem fornecem armas, e se declaram comprometidos com a segurança da ilha.
Apesar de, formalmente, os dois lados ainda se verem como representantes de toda a China, a questão se relativizou nos últimos anos. A República Popular da China, por exemplo, considera que há apenas uma China, composta do território continental e de Taiwan, mas diferentes interpretações do que seria essa uma China. A eleição de Ma Ying-jeou em Taiwan, em 2008, também ajudou a aproximar os países.
Desde os anos 1980, os dois lados também se aproximaram movidos por interesses comerciais. A China é hoje o maior parceiro comercial de Taiwan. Já a ilha é um dos principais investidores na República Popular.
Histórico
Em 1895, a dinastia Qing cedeu Taiwan ao Japão, depois da derrota na Primeira Guerra Sino-Japonesa. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, os Aliados devolveram Taiwan à China, que era então governada por Chiang Kai-shek e se chamava oficialmente República da China.
Só que, nos anos seguintes, as forças de Chiang Kai-shek foram sendo sistematicamente derrotadas pelos comunistas liderados por Mao Tse-tung. Como resultado, Chiang e seu aparato governamental, formado pelo partido Kuomintang, fugiram para a ilha de Taiwan em 1949.
O que era uma ditadura tornou-se ao poucos uma democracia, num processo liderado pelo filho de Chiang Kai-shek, Chiang Ching-kuo. Assim, em 2000 foi eleito o primeiro presidente não ligado ao Kuomintang, Chen Shui-ban.
Coluna Zeitgeist
Foto: Taipé, a capital de Taiwan
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Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: DW
Taiwan é parte da China isso é inegável, eu não entendo o porque de Pequim ter deixado Chiang Kai-shek ter ficado tanto tempo por lá sem ser incomodado?
Chiang Kai-shek morreu em 1975 e convenhamos que nessa época a China ainda nem sonhava em ter essas ilhas artificiais descritas no artigo. A falta de força econômica e militar da China foi o maior motivo para que Chiang Kai-shek permanecer no poder. Acredito que Taiwan ainda terá uma boa sobrevida mas o destino dela é o mesmo de Hong Kong.
Sds
A China sabe que não conseguira o direito a essas águas sem guerra, e uma guerra é o que Ela menos quer. O que Ela quer é fazer pressão e obrigar a vizinhança a negociar, é uma especie de poupança diplomática, coisa de Pais focado e governado para os interesses da nação.
* O maior motivo da diversidade da culinária Chinesa e de seus vizinhos foram épocas de vacas pra lá de magras, e é com essa “caterva” (é o que Trump pensa de quem não é do Centro e Norte da Europa) que Trump quer exercitar habilidades politicas. Como diz um amigo, Eles sabem muito bem porque tem aquela culinária bem sortida.
** Convêm lembrar que a culinária Japonesa é bem mais amena porque sofreram bem menos, mais ainda assim sabem muito bem porque a vizinhança tem aquele cardápio.
Sds