Tito Lívio Barcellos Pereira especial para o Plano Brasil
Oriundos das bases aéreas de Shaykovka (região da Kaluga, na Rússia Europeia) e Mozdok (Rep. Autônoma da Ossétia do Norte, no Cáucaso) e escoltados por quatro caças Sukhoi Su-30SM (“Flanker-H” no código da OTAN), cerca de seis bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-22M3 (“Backfire” na OTAN) realizaram missões de bombardeio a alvos do Estado Islâmico da Síria e do Iraque (EI) na cidade de Deir ez-Zor, localizada no leste da Síria, onde tropas do governo sírio estão sob cerco a mais de quatro anos pelos militantes wahabitas.
Os alvos atingidos consistiram em sua maioria em depósitos de munições e outras estruturas logísticas utilizadas pelo grupo nos arredores da cidade sitiada. O agrupamento das Forças Aeroespaciais da Federação Russa (Vozdushno-Kosmicheskiye Sily – VKS em russo) sobrevoou os territórios do Irã e do Iraque para chegar em território sírio e realizar os ataques com maior eficácia. Julgando pelas imagens e videos divulgados é possível que essa missão foi executada com o emprego de bombas de queda livre FAB-250, no qual o Tu-22M3 pode levar 69 artefatos desse tipo consigo, totalizando 24 mil kg de carga bélica.
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Vale destacar que as Forças Armadas da Federação Russa já vem realizando várias missões de bombardeio e ataque com mísseis de cruzeiro no leste da Síria, desde novembro de 2015, disparados de corvetas da Flotilha do Cáspio e sua frota de bombardeiros estratégicos a partir do espaço aéreo iraquiano e iraniano. A própria base aérea de Hamadan no oeste do Irã, chegou a ter um esquadrão de bombardeiros estratégicos Tu-22M3, bombardeiros táticos Sukhoi Su-34 (“Fullback” na OTAN) e aviões de reabastecimento aéreo Ilyushin Il-78 (“Midas” na OTAN) e provavelmente, pode ter estado de prontidão para possível assistência ao grupo em trânsito.
A cidade de Dier ez-Zor, com cerca de 240 mil habitantes, é o principal centro urbano do leste da Síria, controlado pelo governo desde o começo do conflito, em 2011, vem sofrendo constantes ataques do Estado Islâmico, sem sucesso até o presente momento, mas com a relativa estabilização da frente ocidental com a reconquista de Aleppo (a principal cidade do país) e a implementação do novo acordo de cessar-fogo e início das negociações entre o governo e forças “rebeldes”, muitos dos contingentes sírios puderam ser deslocados para o leste para conter os militantes wahabitas.