Após perder eleição em dezembro, Yahya Jammeh, que comanda o país há 22 anos, se recusa a deixar a Presidência. Presidente eleito toma posse na embaixada da Gâmbia em Dacar.
O conflito pela Presidência da Gâmbia atingiu seu ápice nesta quinta-feira (19/01), quando tropas do Senegal, integradas no contingente da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), entraram no país para expulsar o ex-presidente Yahya Jammeh, que se recusa a deixar o poder em Banjul.
A operação militar começou pouco depois de o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma resolução que respalda as gestões da Cedeao para conseguir que Jammeh entregue o poder. A operação teve início após a posse do presidente eleito, em dezembro, Adama Barrow, num ato realizado na embaixada da Gâmbia em Dacar.
A ONU reiterou seu pedido a Jammeh para que transfira o poder e expressou seu “total apoio” às ações da Cedeao, mas sem se referir concretamente à possibilidade de uma intervenção militar para forçar a saída do ex-presidente.
A organização regional, que agrupa 15 países da região e que tentou mediar na crise, mantém soldados da Nigéria, Gana, Mali, Togo e Senegal na fronteira gambiana há dias.
Durante sua posse, Barrow ordenou ao exército de seu país que lhe mostre lealdade e não ofereça resistência perante a iminente intervenção da coalizão militar regional. A Cedeao deu a Jammeh um ultimato, que expirou na meia-noite da quarta-feira, para que ele saísse antes de iniciar sua intervenção militar.
Apoio regional
As operações das tropas senegalesas na Gâmbia são apoiadas pela Nigéria, que anunciou ter efetuado nesta quinta-feira voos de reconhecimento sobre Banjul. O Gana também disse ter posto 205 militares ao dispor da CEDEAO.
Após aceitar sua derrota no pleito no início de dezembro, Jammeh voltou atrás para tentar impugnar os resultados alegando supostos erros na apuração dos votos. Desde então, a União Africana, a ONU e a comunidade internacional pediram ao ex-presidente, que está no poder há 22 anos, que se retire e aceite o resultado das urnas.
Fonte: DW