Vladimir Putin: “Nunca procuramos inimigos, precisamos é de amigos”

A Rússia nunca irá aceitar pressões externas, avisou Vladimir Putin, esta quinta-feira, durante o tradicional discurso do Estado da Nação, em pleno Kremlin, perante deputados de ambas as câmaras da Assembleia Federal (Soviete da Federação e Duma), membros do Governo e diversos convidados.

“Ao contrário dos nossos parceiros externos que veem a Rússia como inimigo, nunca procuramos inimigos, precisamos é de amigos”, afirmou o Presidente da Rússia, garantindo, ainda assim, que irá sempre “defender” os interesses próprios “além-fronteiras.”

Nesta comunicação ao país, Putin começou por olhar para dentro e considerou que “as principais causas do abrandamento da economia russa estão relacionadas mais com problemas internos do que com as sanções externas”. Putin referiu-se sobretudo à quebra no investimento, a uma certa incapacidade de lidar com novas tecnologias e a um ambiente de negócios e comercial pouco favorável.

O Presidente reconhece, no entanto, potencial na indústria russa das novas tecnologias e apela ao investimento sem pressão neste setor.

O chefe de Estado prometeu tornar estas áreas prioritárias para ajudar a promover o crescimento econômico de uma forma sustentável e declarou 2017 como “o ano da ecologia”. Nesse sentido, prometeu desenvolver legislação que promova uma cada vez maior dependência das matérias-primas e que defenda os recursos naturais da Rússia. “De uma forma geral, temos um bom potencial para aumentar a exportação não energética”, revelou, enaltecendo o facto de a agricultura ter ultrapassado a venda de armas este ano em termos de exportações.

Vladimir Putin destacou a crescente proximidade com a China, a caminho de se tornar, disse, no maior mercado do mundo, à frente dos Estados Unidos. Assumiu que uma parceria com a Índia é uma das prioridades além-fronteiras, sendo a Rússia “um ‘pivot’ de longo prazo na Ásia.”

A cooperação com Washington e com Donald Trump, o próximo Presidente norte-americano, voltou a ser referida no plano da luta antiterrorismo. Essa cooperação, sublinhou Vladimir Putin, é de interesse global.

“Estamos prontos a colaborar com a nova Administração norte-americana. É importante normalizar e desenvolver as relações bilaterais numa base de igualdade e de benefício mútuo. Partilhamos a responsabilidade na garantia de segurança e estabilidade a nível global”, disse o Presidente da Rússia.

Sobre a União Europeia, Putin referiu-se à recente resolução do Parlamento Europeu contra a alegada propaganda russa por certos meios de comunicação. “Fomos acusados pelo ocidente de recorrer à censura no nosso país, mas agora são eles que a fazem. A Rússia opõe-se a quaisquer monopólios , seja em termos de excecionalismo seja na tentativa de impor regras ao comércio internacional, na restrição da liberdade de expressão ou na censura do espaço de informação global”, afirmou.

O discurso do Estado da Nação decorreu na Sala de Mármore, do Kremlin. É uma comunicação ao país iniciada em fevereiro de 1994 pelo primeiro Presidente da Federação russa, após a dissolução da união Soviética, Boris Ieltsin. A preparação do discurso deste ano terá sido o motivo que impediu Putin de participar, terça-feira, nas cerimônias fúnebres em Cuba, pela morte de Fidel Castro.

Francisco Marques

Foto: Pavel Golovkin / AP – Presidente russo Vladimir Putin no Kremlin, Moscou, Rússia – 01 de Dezembro de 2016. 

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: euronews

8 Comentários

  1. Isso sempre esteve bem claro!
    A Rússia não quer conflito
    Os caras querem é novos laços de cooperação economica e em outras diversas areas

    Só na cabeça TRILOGIOPATA e da JANAINA GOLPISTA PASCHOAL é q a Russia é vilã na história

    Boa sorte, Putin

  2. A Rússia foi Regalada por Deus com o Estadista Vladimir Putin,tal como a França com De Gaulle no Século passado ,todos os dois Satanizados pelos EUA !

  3. Putin faz eu lembrar uma music cantada por Carmem Miranda ‘Tai, Eu fiz tudo pra voce gostar de mim/ai meu bem nao faz assim comigo nao…’Putin e o portavoz dos Oligarcas que desmantelaram a Uniao Sovietica, usurparam a riqueza do pais, abriram as portas do pais para penetracao do imperialismo e procuram ser tratados como parceiros, como iguais pelos Chefoes imperialistas. Sans chances como dizem os franceses. Os draculas imperialistas nao so querem sugar seu sangue, querem come-lo vivo.

    • “Bush/Clinton são o portavoz dos Oligarcas que desmantelaram a USA, usurparam a riqueza do pais, abriram as portas do pais para penetracao do imperialismo e procuram ser tratados como parceiros, como iguais pelos Chefoes imperialistas globalistas.”. Adaptação perfeita para ambos os casos. Não acha?

  4. quanto a relaçao com o presidente americano, donaldo trump, eles vao dizer que querem cooperar , vao apertar as maos,depois vao se acusar de quem nao conseguem dialogar, ranger os dentes , se chamarem de tiranos e terminar batendo cabeça e cavando trincheiras igual mesma cousa que agora igual sempre.

  5. A Rússia opõe-se a quaisquer monopólios , seja em termos de excecionalismo seja na tentativa de impor regras ao comércio internacional, na restrição da liberdade de expressão ou na censura do espaço de informação global

    Ou seja é contra megalômanos banqueiros conglomerados principalmente na esfera economica que querem o mundo todo só pra 1% de grupinho de pessoas.

  6. rsrsrsrsrsrssrsrsrss. Agora conta a do papagaio. rsrsrssrsrssss. Quer dizer que na Rússia atual não há monopólios, elite industrial ou econômica ou banqueiros gananciosos, bem como políticos que não adoram o poder de controlar os demais patrícios e escraviza-los? rsrsrssrsrsrsrssrsssss. Em que mundo o Senhor vive? Quero ir pra lá também. rsrsrsrsrsrsrsrrsss.

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