Em vez de acabar com o Nafta, o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, o presidente americano eleito Donald Trump e seus conselheiros parecem prontos para realizar mudanças expressivas ao acordo que regula o comércio dos Estados Unidos com o México e o Canadá, uma estratégia que pode ser difícil de negociar e perigosa para a economia regional.
Trump criticou duramente o Nafta ao longo da sua campanha e ameaçou retirar os EUA do tratado — mas apenas se o México não concordar com mudanças substanciais.
O déficit comercial dos EUA com o México cresceu 9,5% em 2015, para US$ 60,7 bilhões, enquanto o déficit com o Canadá caiu 57%, para US$ 15,5 bilhões.
Em um vídeo divulgado na segunda-feira esboçando algumas medidas que ele adotaria em seus primeiros 100 dias de governo, Trump falou proeminentemente sobre suas intenções comerciais, mas não mencionou o Nafta. Em vez disso, ele disse que decretaria uma ação executiva no primeiro dia notificando os 11 demais países da Parceria Transpacífico que os EUA estariam deixando o acordo proposto, que foi concluído em 2015, mas ainda não foi aprovado pelo Congresso.
Logo depois de assumir a presidência, Trump deve pedir às autoridades do governo para examinar as consequências de abandonar o Nafta, de acordo com um memorando da equipe de transição, segundo a rede americana de TV CNN.
Se Trump conquistar as concessões que busca do México, o Canadá deverá tentar obter vantagens similares com o parceiro do Nafta. Qualquer negociação com o Canadá, que tem um acordo comercial com os EUA anterior ao Nafta, deve trazer à tona problemas espinhosos que há muito complicam a relação dos dois países, incluindo importações de madeira da Columbia Britânica, o apoio do Canadá a seus produtores de leite e a rotulagem nos EUA de carne bovina produzida a partir de gado nascido ou criado no Canadá.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse depois da eleição nos EUA que ele e seu governo estão prontos para discutir mudanças no Nafta que visem melhorar os direitos dos trabalhadores e salários no continente.
Os EUA importaram e exportaram US$ 1,1 trilhão em produtos com o Canadá e o México no ano passado, ante cerca de US$ 700 bilhões da União Europeia e US$ 600 bilhões com a China.
EUA, Canadá e México estão entrelaçados em um sistema complexo de cadeias de abastecimento, com alguns componentes cruzando fronteiras mais de uma vez antes de o produto final ser vendido aos consumidores.
Desmembrar o Nafta iria afetar vários setores e seria um golpe para o México, que se promove por oferecer acesso livre de impostos aos EUA às manufaturas globais.
As autoridades mexicanas dizem que desejam atualizar o tratado de 22 anos, incluindo novos capítulos sobre comércio eletrônico e outros aspectos que não existiam em meados da década de 90.
Mas as autoridades do México estão cautelosas quanto à revisão de tarifas e cotas de exportação. “Nós não podemos nos perder em um velho debate sobre tarifas tradicionais […] essa é uma discussão do século passado”, disse o ministro da Economia, Ildefonso Guajardo em uma conferência para empresários no início do mês. Reabrir o tratado criaria “uma longa fila” de interesses especiais nos três países, todos tentando obter proteção, disse ele.
Jaime Serra, ministro do Comércio do México quando o Nafta foi negociado, disse medidas como a restrição voluntária das exportações não devem ser negociadas. Cotas de exportação, disse ele, seriam “o começo do protecionismo puro e um tiro no pé para os dois países”.
Concluído no governo de George H. W. Bush e aprovado com emendas na administração Bill Clinton, o Nafta eliminou tarifas entre os países da América do Norte e fixou regras de investimento, trabalho e meio ambiente.
Trump repetidamente defendeu tarifas sobre importação de produtos mexicanos de dois dígitos para reduzir o déficit comercial, o que ele vincula à perda de empregos na manufatura nos EUA. Embora o Congresso dê aos presidentes a capacidade de criar grandes tarifas emergenciais, eles podem ser advertidos pela Organização Mundial de Comércio.
Os alertas de Trump podem dar início a negociações que terminariam com tarifas relativamente baixas ou outras barreiras aos produtos mexicanos.
Alguns especialistas que acompanham os planos de comércio de Trump dizem que ele deve negociar a remoção de algumas provisões do Nafta que se tornaram impopulares, como o sistema de arbitragem internacional para acordos entre governos e investidores privados.
Se Trump não conseguir o que deseja nas negociações, como presidente ele tem poder para retirar os EUA do Nafta em uma questão de meses e poderá fazer isso, talvez alertando sobre uma decisão como essa já em seus primeiros dias de governo, dizem advogados. Se os EUA deixarem o Nafta, então o acordo poderá ser substituído por acordos de comércio bilaterais, que os assessores de Trump dizem preferir, em vez de vínculos multilaterais.
WILLIAM MAULDIN / DAVID LUHNOW
Foto: Jorge Nunez/European Press Photo Agency – Presidente eleito dos EUA Donald Trump (à dir.), cumprimenta o Presidente do México Enrique Pena Nieto em encontro na Cidade do México, Agosto – 2016.
Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: WSJ
O Trump vai negocia o quê? … O muro ? … se essa moda pegar … será que a politica do “fazer muros” será a tônica nos dias atuais … bons tempos eram aqueles em que os homens faziam pontes …. essa era do Kali Yuga ( era do ferro ) onde o homem cada vez fica mais bestializado está indo ao abismo … só o socialíssimo Jesus para tirá-lo do caminho que leva precipício .
A coisa é simples e sempre foi assim desde o principio da humanidade, quem vai pagar o pato é o pobre e nesse caso ai o México (que já não é mais que um apêndice dos EUA). Com o Canada a coisa será diferente, porque as elites deles não vivem pagando pau lá em Miami eles moram em Toronto ou Vancouver entre outras cidades e não aceitam ser vassalos e ai o Trump vai falar mansinho.
E vamos aguardar a nossa cota (não esperem nada dos Chineses) de sacrifício para que os EUA voltem a ser o pais do sonho, o pessoal que batia panela e tem como líder e referencia o Kim deve estar adorando (lá de Miami).
* E o rio Tiete ainda fede e as promessas já duram uns 22 anos e custaram uns 3 bi de doletas, mas o que importa é bater penela em higinópolis.
Sds
Tem um americano aqui, incansável , que defende as ideias da globalização, e que se calou desde a vitória do Trump, sumiu o rapaz, talvez esteja arrumando as malas na embaixada americana no Brasil, para poder voltar desempregado ao EUA agora em janeiro, rsrsrsrs
Ele dizia que o Brasil estava na contra mão do Mundo por privilegiar o Mercosul, que o bom era o acordo Transpacífico que Peru, Colômbia e Chile assinaram aqui na América do Sul. Todos nós sabemos que o Mercosul tem seus problemas, isso é claro, mas pelo menos, nós somos os líderes, nós damos as cartas e nós temos os melhores superavits com países como a Argentina , e o que é melhor, com produtos manufaturados. Agora, que estamos em tempos de Bretix, Trumpix e outros exits protecionistas mundo afora, percebemos o quanto a realidade é outra, quando o acordo é tipo “caracú”, onde um entra com a chibata e o outro entra com o c#@&, nem os EUA aguentam, kkkkk que venham os acordos bilaterais e que nosso País tenha altivez nas negociações, o que eu duvido muito, com esse governo que está ai, kkkkkkkkkk