Angela Merkel anuncia candidatura a reeleição

Chanceler alemã vai concorrer a quarto mandato como chefe de governo da Alemanha. Em entrevista coletiva, ela confirma que pretende liderar seu partido nas eleições parlamentares do próximo ano.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, dissipou dúvidas sobre seu futuro político neste domingo (20/11), confirmando que se apresentará pela quarta vez consecutiva como candidata da União Democrata Cristã (CDU) a chefe de governo, nas eleições gerais em setembro do próximo ano.

“Depois de ser perguntada em repetidas ocasiões e dizer que daria a resposta no momento adequado, posso dizer que o momento adequado é agora”, disse a líder em Berlim, antes de continuar a ressaltar sua disposição tanto para se candidatar novamente como presidente da CDU, como para uma nova candidatura à reeleição nas eleições federais de 2017.

Em entrevista coletiva na sede de seu partido, Merkel, de 62 anos, frisou ter pensado muito antes de tomar a decisão e assumir sua responsabilidade, num momento de “dificuldade” e “incerteza”. “Esta decisão é tudo, menos trivial; nem para o país, nem para o partido, nem para mim, pessoalmente. Não se trata de uma decisão apenas para uma campanha eleitoral, mas para um mandato de quatro anos”, acrescentou.

Merkel lidera a CDU há 15 anos e governa a Alemanha há quase 11. Na última eleição parlamentar, em 2013, a líder conservadora alcançou seu melhor resultado, com apoio de 41,5% do eleitorado, chegando perto da maioria absoluta.

Com o anúncio de uma quarta candidatura, Merkel adiciona pressão sobre o Partido Social-Democrata (SPD), seu parceiro no governo de coalizão, que se vê obrigado a anunciar o nome da legenda para concorrer à chefia de governo alemã.

O líder democrata-cristã enfrentou uma série de dificuldades nos últimos meses, depois de severas críticas à sua política de migração, com queda na aprovação de seu governo, acompanhada por uma ascensão de partidos populistas de direita.

Início de carreira casual

Merkel começou na política de maneira mais casual que planejada. Aos 35 anos, a então vice-porta-voz do último chefe de governo da RDA, Lothar de Maizière, recebeu dele a possibilidade de dar vazão a seu talento para organização e comunicação. Merkel havia se filiado pouco antes à CDU. Aplicada por natureza, ela começou a desenvolver ambições.

Durante o governo do chanceler federal Helmut Kohl, ela ocupou, em 1994, o posto de ministra do Meio Ambiente e Segurança de Reatores – uma pasta importante e adequada para alguém que havia concluído um doutorado em Física. Frente à questão controversa, tanto hoje quanto na época, sobre o que fazer com o lixo atômico radioativo, Merkel mostrava-se irredutível em defesa do uso da energia nuclear – postura mantida até o acidente em Fukushima.

Chance com queda de Kohl

Quando Helmut Kohl perdeu as eleições parlamentares em 1998, a CDU entrou em estado de choque. Mas Angela Merkel não. Foi aí que ela vislumbrou seu lugar na era pós-Kohl. Wolfgang Schäuble, que se tornou na época presidente do partido, convidou-a para o cargo de secretária-geral.

“O que importa é virarmos manchete”, era sua diretriz na nova função. E durante o escândalo financeiro envolvendo doações para o partido, cujos protagonistas foram sobretudo Kohl e Schäuble, ela conduziu a queda moral do antigo chefe de governo.

Em abril de 2000, Merkel foi eleita presidente da CDU e, nas eleições parlamentares de 2005 foi a principal candidata dos democrata-cristãos. Ela chegou ao posto de chanceler federal, mesmo que a única coalizão possível tenha sido com os rivais social-democratas.

MD/ap/afp/dpa/rtr

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: DW

Enfraquecida, Merkel parte em busca de quarto mandato

A imagem de Angela Merkel, a “Rainha da Alemanha”, está abalada. Apesar de um curso político altamente controverso, ela pretende concorrer a um quarto mandato. Porém os anos mais difíceis ainda estão por vir.

Durante anos, não foi difícil definir a chanceler federal alemã, Angela Merkel, como ser humano e como política. Uma verdadeira história de sucesso. Surpreendiam-nos somente a sua forma rígida de ser, a natureza austera de suas aparições públicas, a sua retórica modesta, a voz um pouco aguda. Por muito tempo, ficou sem resposta a pergunta de por que alguém como ela podia ser tão bem-sucedida, podia irradiar tanta autoridade.

Agora, sabemos mais: a sua confiabilidade é garantida nas pesquisas de opinião pública. Diante dela, ninguém poderia pensar que ela teria outros interesses a não ser o cargo de chanceler federal. Também o seu estilo político distanciado tinha algo reconfortante e a sua vida privada sem glamour – viver modestamente, fazer a própria comida e praticar caminhadas nas férias – atendia à autoimagem de muitos alemães de tentar levar uma vida normal. Em 2013, durante a campanha eleitoral contra seu rival do Partido Social-Democrata (SPD), Peer Steinbrück, ela respondeu à exigência do apresentador, num duelo na TV, de enviar uma última mensagem aos eleitores: “Vocês me conhecem.” Isso teve um efeito positivo, soou como algo previsível. Hoje, muitos não estão mais seguros sobre o que podem esperar de Merkel.

Sozinha entre inimigos

Isso funcionou enquanto o mundo ainda estava em ordem. Na era pré-crise de refugiados, pré-Brexit, pré-Trump. Agora, ela tem que provar suas habilidades em tempos turbulentos. Pois somente a referência ao baixo nível de desemprego, ao constante crescimento e a um orçamento sólido não consegue mais acalmar todos. A Alemanha, a Europa, o mundo se tornou polarizado. Vivemos tempos difíceis. E existem cada vez mais parceiros difíceis.

Merkel desafiou várias vezes a Rússia de Putin, mas naquela época a reputação da chanceler federal ainda estava intacta na Alemanha e, dentro da União Europeia (UE), ela era poderosa. Mas essa nova fraqueza, de não ser mais intocável, também foi utilizada pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o novo homem forte no Bósforo. Mesmo pequenos Estados do sudeste da Europa, que há mais de 20 anos viam a Alemanha como madrinha no intuito de serem aceitos na UE, se voltam agora politicamente contra a “chanceler da Europa”, porque eles estão novamente absolutamente convencidos do Estado-nacional.

Nesse contexto, Angela Merkel tem que agora exercer o papel da última “defensora do Ocidente liberal”, como escreveu o jornal New York Times.

Largada eleitoral tumultuada

Para poder desempenhar essa função a longo prazo, ela precisa encontrar uma maioria que, em setembro do próximo ano, a confirme como chefe alemã de governo. O que é muito provável. No entanto, ela já tropeçou no caminho até lá. O próximo presidente alemão não virá do partido de Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), nem da União Social Cristã (CSU), mas do SPD. Um atestado de pobreza para a CDU, o maior partido na coalizão de governo em Berlim, como também para a sua legenda-irmã bávara, a CSU. Merkel hesitou tanto, até ser atropelada pelo presidente dos sociais-democratas e vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel. Nos livros de histórias, isso vai ficar como uma dura derrota para a chefe alemã de governo, levando ainda mais em conta que ela nunca teve sorte com a indicação de um nome para a presidência do país.

O impacto das mudanças políticas

Por mais de dez anos, tudo que aconteceu antes de 2015 – ano do grande afluxo de refugiados para a Alemanha – foi o material com que foi escrita a narrativa de Merkel: a sua infância, adolescência e seus estudos universitários na ex-Alemanha Oriental; a constelação familiar protestante, pouco política, mas com sinais de obstinada diligência. Tudo isso – aliado à oportunidade de 1989 – proporcionou a Merkel, como uma mulher jovem de aparência conservadora, uma ascensão rápida e pouco habitual no sistema político dominado por homens na era Helmut Kohl.

Quando este perdeu a sua auréola de santo devido ao escândalo das doações partidárias até hoje não esclarecido, ela se engajou corajosamente, sendo eleita presidente da CDU no ano 2000. Foi o nascimento do mito Merkel, cuja tendência ascendente perdurou até meados de 2015.

Desde então, a realidade ultrapassou a política. Parecia que Merkel tinha encontrado o seu tema na política de refugiados. Mais ainda, ela tinha uma visão política. No lugar de sua antiga marca – o longo silêncio, as decisões tardias –, ela empregou a assertividade, ao menos verbalmente. Foi um ato humanitário, sem cálculo tático, um “momento de beleza política”, escreveu a revista Spiegel em retrospecto. Há muito que ela se arrependeu, em parte, do que não pôde ver, não pôde conter no segundo semestre de 2015: o afluxo descontrolado de centenas de milhares de refugiados. Já na ocasião, podia-se escutar o clamor: Será que ela sabe o que faz?

Perda máxima de controle

Ela não conseguiu desviar o momento histórico para uma política racional. Ela fez com que a CSU se voltasse contra ela, sobrecarregou os estados, viu como o medo real e imaginário crescia em partes da sociedade e como o partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) incitava cidadãos irados. Também dentro do próprio partido, ela desgastou a capacidade de sofrimento dos conservadores. Na legenda-irmã bávara, CSU, nem todos querem mais fazer campanha eleitoral ou colar cartazes para ela.

Na União Europeia, a reputação de Merkel não é diferente. Primeiramente, ela deixa entrar centenas de milhares de refugiados e abre as fronteiras alemãs, para, em seguida, redistribuir a carga com todos, sem consulta prévia. Um jogo que os vizinhos europeus não jogaram e não jogam.

O mandato mais difícil pela frente

Merkel deverá – se ainda é possível prever algo nos dias de hoje – ser eleita para um quarto mandato como chanceler federal da Alemanha. Porque poderá formar novamente uma grande coalizão de governo entre a sua União CDU/CSU, mesmo que essas legendas conservadoras tenham perdido votos do eleitorado alemão, com o ainda mais desgastado entre os eleitores SPD. Mas essa seria a vontade dos alemães, seria a resposta certa para o voto de protesto?

O problema de Merkel é: como pessoa e apoiada pela CDU/CSU, ela é a número 1 para as eleições parlamentares na Alemanha, mas como chanceler federal, ela deverá enfrentar um cenário partidário bastante polarizado. Para a chefe alemã de governo, os anos mais difíceis ainda estão por vir. Isso também levanta a questão se a própria Merkel poderá determinar o fim de seu tempo como chanceler federal da Alemanha.

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: DW

Merkel para sempre?

Diferente dos sistemas de governo presidencialistas, como no Brasil, a chanceler federal Angela Merkel pode, teoricamente, governar a Alemanha até o fim da vida. Na Europa, isso não é nenhuma exceção.

A Constituição alemã não prevê qualquer limite para a duração do cargo de chanceler federal. Nesse ponto, a Alemanha não é nenhuma exceção na Europa, onde somente o presidente francês precisa entregar o posto após dez anos ou dois mandatos consecutivos.

Em sistemas parlamentaristas, como na Alemanha, o chefe de governo – chanceler federal ou governador – não é eleito diretamente pelo povo. Isso cabe ao Parlamento. Assim, ao votar nas eleições parlamentares, o eleitor tem influência sobre quem estará à frente do governo após as eleições.

Segundo Frank Decker, professor de Ciências Políticas da Universidade de Bonn, a inexistência de um prazo limite para o exercício da Chancelaria Federal em Berlim não resulta em nenhum problema: “Nos sistemas de governo parlamentaristas, essa questão se regula em certa medida por si mesma, de forma que um limite temporal não se faz necessário.”

Especificamente, um chefe de governo pode ser derrubado por um voto de desconfiança. Como aconteceu em 1982, quando o ex-chanceler federal do Partido Social-Democrata (SPD), Helmut Schmidt, teve que deixar o cargo. Ele foi sucedido por Helmut Kohl, da União Democrata Cristã (CDU).

Longos mandatos não são déficit democrático

Em alguns países europeus, esse sistema levou a mudanças relativamente frequentes: nos últimos 70 anos, por exemplo, a Itália já conheceu desde o fim da Segunda Guerra mais de 20 chefes de governo; o Reino Unido, 15. O fato de na Alemanha um chanceler federal – Helmut Kohl – ter permanecido 16 anos e agora Angela Merkel consiga governar por semelhante período de tempo, caso seja reeleita, são exceções na Europa.

Um chefe de governo que não quer largar o poder – isso corresponde à ideia básica de uma democracia? “À primeira vista, parece uma pergunta pertinente”, afirmou o cientista político Frank Decker. “Uma vez, Helmut Kohl deu uma boa resposta. Ao ser indagado que ele já estava perto de alcançar o antigo chanceler imperial Bismarck, ele disse: ‘Diferentemente de Bismarck, eu sempre fui reeleito.'”

Segundo o cientista político, na Alemanha e em outros sistemas parlamentaristas de governo, as longas permanências no cargo resultaram, basicamente, do fato de o chefe de governo ter sido reafirmado pelo povo após cada período legislativo.

EUA e Brasil: máximo de dois termos

Em sistemas presidencialistas, por exemplo, no continente americano, longos períodos à frente do governo não existem. Ali, o chefe de Estado é escolhido diretamente pelo povo, independentemente do Parlamento – e, na maioria dos casos, para dois mandatos consecutivos, como no Brasil ou nos EUA.

Assim, há um limite de oito anos no poder. De acordo com Frank Decker, isso se deve simplesmente a uma “coincidência histórica” nos EUA. “Após dois mandatos, o primeiro presidente americano, George Washington, declarou por si mesmo: eu vou parar. E todos os seus demais sucessores se ativeram a esse exemplo.” Durante a Segunda Guerra Mundial, Franklin D. Roosevelt quebrou essa tradição ao se candidatar, em 1940, a um terceiro mandato. Posteriormente, estabeleceu-se um limite de oito anos para o cargo de presidente na Constituição americana.

Na Alemanha, também há vozes que defendam um limite temporal para a permanência do chefe de governo. O cientista político Frank-Rudolf Korte, da Universidade Duisburg-Essen, sustenta que Merkel deveria recusar uma nova candidatura e que, no geral, um chanceler federal possa permanecer somente dois períodos legislativos no cargo: “Os partidos e os eleitores seriam poupados de candidatos exaustos ou lutas sucessórias indignas”, escreveu Korte na revista Focus.

O momento certo de partir

Frank Decker também é da opinião que um político deva reconhecer, apesar das possibilidades aparentemente ilimitadas, que, a certa altura, é hora de partir: “Em algum momento, os eleitores vão estar fartos de ver aquela pessoa.” Decker disse acreditar que o partido do chefe de governo agiria muito rapidamente quando tal cansaço se tornasse perceptível na população: “Se a CDU, por exemplo, notasse que a Sra. Merkel cometeu um erro em algum lugar ou que com ela não se venceria a eleição, então ela sairia rapidamente. Ela seria afastada pelos próprios correligionários.”

Frank Decker presume, no entanto, que no caso de Angela Merkel, a situação vai ser diferente: “Provavelmente, ela vai refletir, em meados do período legislativo, ou seja, em 2019, em abrir o caminho para um sucessor ou sucessora de seu partido.”

Merkel seria, assim, o primeiro chefe alemão de governo a deixar, voluntariamente, o cargo. Mas, para tal, ela terá que vencer, em 2017, a sua quarta eleição parlamentar como candidata à Chancelaria Federal.

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: DW

Opinião: As chances de Angela Merkel

A decisão de se candidatar à reeleição como chefe de governo oferece muitas oportunidades. Merkel poderá ser a resposta certa ao populismo que se alastra pela Europa e o mundo, opina o jornalista Kay-Alexander Scholz.

Angela Merkel já é chanceler federal da Alemanha há 11 anos e presidente da União Democrata Cristã (CDU) há quase 16 (!). Nesse período, ela colocou muita coisa em movimento: guinada no endividamento, redução das taxas de desemprego à metade, duplicação dos investimentos em pesquisa e modernização de seu partido.

Na política externa, a Alemanha passou a ser mais escutada – até porque os demais países baixaram a voz demais. Desse modo, a Chancelaria Federal alemã ditou o tom nas crises financeira, do euro e da Crimeia.

Para não poucos, Merkel movimentou até demais. Os velhos conservadores da CDU maldizem a “social-democratização” do partido. Para um de cada dois alemães, os 1 milhão de migrantes que ela deixou entrar no país foram demasiados.

Os populistas de direita da legenda Alternativa para a Alemanha (AfD) se beneficiam disso e do atual zeitgeist, o clima dominante de crítica generalizada às elites, e vão estendendo sua rede numa nova “Internacional da ultradireita”. Outros criticam Merkel por não ter feito o suficiente para amortecer os riscos de longo prazo de sua política.

Por mais que no momento cheguem de fora tantos elogios, em parte exagerados – com os quais, aliás, ela lida com a usual cautela –, na Alemanha as opiniões a respeito da premiê são divergentes. Uma saída sua da política, agora, não seria especialmente honrosa.

Como diz o velho ditado: “Quem faz a fama, deita na cama”. Não se trata, aqui, da tão alemã Schadenfreude, a alegria pelo dano alheio, mas sim da chance de uma satisfação. A candidatura à reeleição abre para Angela Merkel a possibilidade de, por mais quatro anos, ter a chance de seguir configurando ou de corrigir tudo aquilo que iniciou, sobretudo as consequências da crise dos refugiados. O fato de ela aceitar esse desafio lhe renderá pontos de simpatia.

A líder conservadora pode ter a chance de mostrar que, após todos estes anos no palco da política europeia e mundial, ela não esqueceu as necessidades dos alemães. Ela poderá mostrar que há boas respostas para o novo conflito entre ricos e pobres, entre a cidade e o campo. Isso lhe permitiria pelo menos deter ou, melhor ainda, amenizar a divisão social e a polarização política, o solo fértil sobre o qual o populismo de direita prospera.

A antiga e talvez nova chanceler federal teria a chance para tal, por dispor da necessária concentração de poder, reputação e experiência. Por ter a liberdade – sendo pragmática como é – de procurar soluções livres de ideologia para os problemas. E por estar agora disposta a enfrentar deliberadamente esses problemas.

Para Merkel, a coesão da sociedade é a receita contra a polarização – como disse ao anunciar sua candidatura na noite deste domingo (20/11). Ela quer assumir a luta. Muito bem!

Se colocar isso em prática, ela poderá preservar sua CDU de seguir sendo devorada pela AfD. E mais ainda: poderá mostrar ao Ocidente que há alternativas diferentes das que o atual zeitgeist populista sugere.

E mais uma coisa: as chances de Merkel também estão em utilizar seu papel de modelo como mulher no alto da hierarquia do Estado, para os muitos milhares de mulheres que vivem agora na Alemanha, recém-chegadas de uma cultura que lhes concede direitos insuficientes.

Para estas, Merkel poderá ser um incentivo à emancipação. Como afirma a ciência, as mulheres são decisivas no processo de integração numa nova sociedade. A premiê democrata-cristã poderá lhes transmitir impulsos que então irradiarão positivamente para dentro da sociedade como um todo.

Nesse sentido, a decisão de Merkel de continuar como chefe de governo é plena de oportunidades e, portanto, uma boa decisão!

Kay-Alexander Scholz

  • Kay-Alexander Scholz é jornalista da DW

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: DW

 

2 Comentários

  1. Qnd Putin foi reeleito a mídia dizia que o mundo ia acabar e que Putin era um ditador… mas qnd Merkel propõe um QUARTO MANDATO nem um pio da imprensa comprada. A diferença de tratamento e o preconceito são patentes… no entanto a hipocrisia está sendo derrotada aos poucos. Trump é exemplo disso.

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