Banqueiro Emmanuel Macron apresenta-se como candidato às presidenciais francesas de 2017

O antigo Ministro da Economia francês, Emmanuel Macron, apresentou esta quarta-feira a sua candidatura independente, alegadamente “fora do sistema”, às presidenciais de Maio.

O antigo banqueiro que abandonou em Agosto o governo socialista apresenta-se como uma alternativa ao que considera ser o atual sistema partidário.

O anúncio da candidatura ocorre depois de meses de promoção do seu novo movimento, “em marcha”, uma longa caminhada com que Macron espera obter votos tanto à esquerda como à direita, com um programa liberal e pró-europeu.

“Eu vi do interior o vazio do nosso sistema político que impede uma maioria de ideias sob o pretexto que estas fragilizam os aparelhos, os partidos tradicionais, os interesses adquiridos, e que não defendem o interesse geral mas os seus próprios interesses”, afirmou Macron.

O anúncio surge no mesmo dia em que a candidata presidencial de extrema-direita, Marine Le Pen, inaugurou a nova sede de campanha, nos arredores do palácio do Eliseu em Paris.

O cartaz de Le Pen, não inclui o logotipo da Frente Nacional, ostentando uma rosa azul, segundo a candidata “anti-sistema”, o símbolo da síntese entre a rosa socialista e o azul dos conservadores. “Em nome do povo”, é o slogan oficial de Le Pen, que foi uma das primeiras políticas francesas a saudar a vitória de Donald Trump nos EUA.

“Estamos a assistir a um movimento mundial que rejeita a globalização descontrolada, o ultra-liberalismo destruidor, os confrontos entre povos e que rejeita o desaparecimento das nações”, afirmou Le Pen.

Os dois candidatos que se apresentam como “fora do baralho” prometem abalar a corrida para as primárias dos conservadores do Partido Republicano, cuja primeira volta decorre este domingo.

O candidato mais centrista, o septuagenário Alain Juppé, antigo primeiro-ministro, é dado como favorito no escrutínio, quando disputa o mesmo eleitorado centrista que Emmanuel Macron. Em segundo lugar, o ex-presidente Nicolas Sarkozy continua a apresentar-se como uma alternativa mais à direita, quando as sondagens antevêem um possível confronto de um candidato de direita com Marine Le Pen, na segunda volta das presidenciais.

O atual presidente socialsita François Hollande assiste ao confronto, para já sem declarar-se candidato à reeleição e sem afirmar se poderá apoiar uma candidatura do atual primeiro-ministro, Manuel Valls.

A entrada na corrida de Emmanuel Macron é vista por alguns analistas como um desafio para uma esquerda que poderá apresentar-se fragmentada às presidenciais. O antigo ministro socialista dissidente Arnauld de Montebourg já anunciou a sua candidatura à investidura do partido, como adversário a Hollande e Valls. Em paralelo, os ecologistas decidiram avançar sozinhos com a candidatura de Yannick Jadot e os comunistas mantém o silêncio sobre uma possível coligação de esquerda.

Foto: Philippe Wojazer / Reuters – Emmanuel Macron em seu escritório em Paris 16 de Setembro de 2014.

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: EuroNews

3 Comentários

  1. Uma candidatura interessante que pode atrair para si muitos votos de eleitores franceses insatisfeitos com os atuais partidos (tanto o socialista como os de direita) e que inevitavelmente irá tirar bons votos da neonazi Marine Le Pen.

  2. O que este sr Emmanuel Macron esta praticando, é simplesmente a “Tática das Tesouras”. Pois, apresentar-se como alternativa ao atual sistema partidário, sendo um banqueiro, que desfrutou do mesmo sistema e ficou ao lado do atual governo até dado momento, só demonstra a sua grande disfarçastes, típico das raposas politicas. Ou seja, é o sistema politico francês tentando evitar o mesmo que aconteceu nos EUA. E viva Marine Le Pen, porque o globalismo tem que começar a sangrar!

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