Em primeiras declarações sobre eleição americana, ditador sírio avalia mudança de governo nos EUA como promissora, mas alerta que qualquer cooperação que não passe por Damasco será ilegal.
O ditador da Síria, Bashar al-Assad, afirmou nesta terça-feira (15/11) que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, será um “aliado natural” na luta contra o terrorismo caso cumpra suas promessas de campanha.
“Não temos muitas expectativas, pois o governo americano não depende só do presidente; ela envolve diferentes poderes”, afirmou Assad, em sua primeira manifestação pública a respeito da vitória de Trump. “Teremos que esperar para ver se ele vai abraçar essa nova missão como presidente daqui a dois meses.”
Questionado sobre a disposição de Trump em combater o grupo radical “Estado Islâmico”, respondeu: “Isso é promissor, mas será que ele conseguirá cumprir [a promessa]?”, rebateu o presidente sírio, salientando a existência de diversos “lobbies e poderes” que podem influenciar o trabalho do novo governante.
“É por isso que somos cautelosos ao julgá-lo. Mas digamos que, se ele lutar contra os terroristas, é lógico que será um aliado, um aliado natural, juntamente com os russos, os iranianos e muitos outros países que querem derrotar os terroristas”, afirmou.
Durante a campanha presidencial americana, Trump sugeriu que sua política exterior seria menos hostil a Assad do que a de seu antecessor, Barack Obama, cujo governo tem apoiado a oposição e alguns grupos rebeldes.
Sobre a ajuda militar que os americanos fornecem às forças curdas, Assad se mostrou menos otimista: “Qualquer cooperação que não passe pelo governo Sírio é ilegal”, avaliou.
Na sexta-feira, Trump disse ao diário The Wall Street Journal: “Lutamos contra a Síria, a Síria luta contra o ‘EI’, e queremos nos livrar do ‘EI’. Agora apoiamos os rebeldes contra a Síria, e nem sabemos quem são essas pessoas.”
Em março, Trump também já havio dito ao jornal The New York Times que a abordagem de combater Assad e o ‘EI’ simultaneamente é loucura: “Você não pode lutar contra duas pessoas que estão lutando uma contra a outra. Você tem que escolher um lado”.
O conflito sírio teve início em 2011 com protestos pacíficos contra o regime de Assad. Uma repressão brutal das forças de segurança fez com que a situação se transformasse em uma guerra civil que já provocou a fuga de 5 milhões de pessoas, segundo informações da ONU.
Agora o mundo aguarda para ver como a chegada de Trump ao poder afetará o conflito. Durante sua campanha, o empresário também expressou a intenção de, após anos de tensões bilaterais, manter uma relação “forte e duradoura” com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que, por sua vez, apoia Assad.
IP/rtr/dpa/afp/efe/lusa
Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: DW
A politica exige prudencia, principalmente a internacional e quando uma das partes interessadas é os EUA ela fica pior ainda. Trump responde diretamente aos doadores de campanha e vai tentar fazer sua pirotecnia (promessas de deportação…) dentro dos EUA e caso a coisa comece a fazer água vai fazer o de praxe, bombardear algum Pais mundo afora.
Boa Sorte a Siria laica com esse suposto novo aliado não laico, mas que com (quase)certeza adora Deus mas fica de olho é no dinheiro.
Sds