Fuzileiros Navais do Peru e dos EUA preparados para UNITAS 2017

Um grupo de fuzileiros navais em um ponto de controle enfrenta uma suposta ameaça na área de Quebrada Inocente, no município litorâneo de Ancón. (Foto: Marinha do Peru)
Um grupo de fuzileiros navais em um ponto de controle enfrenta uma suposta ameaça na área de Quebrada Inocente, no município litorâneo de Ancón. (Foto: Marinha do Peru)

Julieta Pelcastre

Koa Moana 2016 treinou 120 fuzileiros navais dos dois países para planejar respostas rápidas e eficazes perante desastres naturais.

Uma equipe formada por 70 engenheiros de combate do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, juntamente com 50 integrantes do recém-formado Batalhão de Engenharia da Força de Fuzileiros Navais da Marinha do Peru, participaram do exercício conjunto Koa Moana 2016. Os marinheiros trocaram conhecimentos para melhorar a capacidade de resposta em caso de desastres naturais, para fornecer assistência humanitária, como parte da preparação do batalhão para o exercício naval multinacional UNITAS 2017.

Os engenheiros de combate dos dois países realizaram uma série de atividades em diferentes tipos de terreno, entre os dias 2 e 8 de setembro, dentro das instalações da Base de Fuzileiros Navais do Peru e a área de Quebrada Inocente, no município litorâneo de Ancón. O exercício incluiu treinamento em casos de desastres naturais como terremotos, chuvas torrenciais, inundações e deslizamentos de terra, que colocam em perigo a segurança da população.

UNITAS é o exercício marítimo de maior trajetória da Marinha dos Estados Unidos. É organizado todos os anos, desde 1960, para capacitar e aumentar a interoperabilidade entre as forças navais de cada uma das marinhas latino-americanas. O exercício consiste em operações navais conjuntas de interdição marítima, combate ao crime organizado transnacional e guerra de superfície. O UNITAS 2017 terá sede no Peru.

Reação do pessoal de segurança de um comboio perante a presença de uma ameaça
Reação do pessoal de segurança de um comboio perante a presença de uma ameaça

O intercâmbio de conhecimentos e experiências obtidas pelos fuzileiros navais do Peru e seus homólogos norte-americanos, no exercício Koa Moana 2016 (guerreiro do mar no idioma havaiano), origina uma resposta eficaz e rápida de ajuda à população em casos de desastres naturais. “Isto faz parte da preparação da nova unidade de engenharia de combate da Marinha do Peru, que participará pela primeira vez do exercício UNITAS 2017”, disse à Diálogo, em 21 de outubro, o Capitão de Corveta Armando A. Daviu, Oficial de Relações Públicas das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha, Sul.

“Este exercício normalmente ocorre no círculo do Pacífico. Nessa ocasião, pedimos ao Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos para realizar um intercâmbio com nossos homólogos peruanos. Esse intercâmbio não apenas mostra o Peru como uma nação latino-americana, mas também como uma nação do Pacífico”, afirmou o CC Daviu.

Durante o Koa Moana 2016, os participantes reforçaram suas capacidades de sobrevivência, posições defensivas, engenharia de combate, colocação e remoção de obstáculos, transporte de equipamentos, construção de pontes e hospitais modulares, segurança em pontos de verificação, registro de veículos, tiro, utilização de explosivos, operação contra armadilhas explosivas improvisadas e tratamento de água do mar, sem deixar de lado o treinamento físico com atividades esportivas recreativas.

Além disso, os fuzileiros navais norte-americanos instruíram os oficiais peruanos sobre várias técnicas para estabilizar feridos. Essas técnicas são utilizadas nos campos de combate do Iraque e do Afeganistão, assim como em hospitais civis dos EUA.

“Como anfitrião do UNITAS 2017, a Marinha de Guerra do Peru pensa em realizar, exercícios que sirvam para unificar procedimentos e critérios que permitam somar esforços para enfrentar as emergências de apoio humanitário de forma combinada”, e aumentar o nível das capacidades do Batalhão de Engenharia sobre desastres naturais, comentou à Diálogo, em 13 de outubro, o Contra Almirante Aníbal Juan Cueva López, comandante da Força de Fuzileiros Navais do Peru.

“Esses exercícios são muito positivos porque o mundo mudou com respeito aos desastres naturais. Devemos ter consciência de que os soldados não estão apenas treinados para a guerra; eles estão treinados também para manter a paz em situações de desastres naturais”, disse à Diálogo César Ortiz Anderson, analista de segurança e presidente da Associação Pró-Segurança do Cidadão no Peru.

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Nos desastres naturais, os primeiros danos ocorrem em pontes, estradas e aeroportos. As forças armadas são as primeiras a abrir novamente as comunicações para levar ajuda humanitária e proteger as áreas afetadas.

Apesar do Batalhão de Engenharia estar focado na luta contra o terrorismo, a transição para contribuir com a segurança humana, a logística e a adaptação da sua estrutura orgânica a esse novo papel foram os desafios imediatos durante o desenvolvimento do exercício. “Todos os envolvidos cumpriram de forma eficaz o trabalho confiado e foi possível desenvolver o treinamento sem contratempos”, enfatizou o C Alte Cueva.

UNITAS, Koa Moana e outros exercícios “nos ajudam a entender melhor outras regiões caso sejamos solicitados em outras áreas do planeta. Deve-se lembrar que muitos de nossos fuzileiros navais estiveram no Iraque e no Afeganistão nos últimos dez anos. Trabalhar no deserto não é o mesmo que trabalhar na selva do VRAEM, no Peru”, refletiu o CC Daviu.

Os fuzileiros navais peruanos e norte-americanos também trocaram experiências profissionais no VRAEM. A Marinha dos Estados Unidos proporciona capacitação às Forças de Fuzileiros Navais do Peru como preparação para seu desenvolvimento no Vale dos Rios Apurímac, Ene e Mantaro (VRAEM por sua sigla em espanhol), onde as Forças Armadas mantêm uma operação contra o Sendero Luminoso e os grupos de traficantes de drogas. A cada seis meses, uma equipe de fuzileiros navais norte-americanos viaja ao Peru para complementar o treinamento.

“Com todos esses exercícios, trocas de experiências, desenvolvimento de capacidades, equipamento e cooperação superiores, temos a certeza de que o Batalhão de Engenharia da Força de Fuzileiros Navais da Marinha do Peru será uma referência em unidades deste tipo no país e na região”, concluiu o C Alte Cueva. “Continuaremos com nossa tarefa principal orientada para a defesa.”

Fonte: Dialogo Americas

1 Comentário

  1. Tenente americana aferindo pulso femural do soldado peruano…gostosa como é acho que tinha algo mais pulsando no cara….(desculpe mas não aguentei) … pra quebrar um pouco o meu gelo e acidez.

    CM

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