Rússia testa com sucesso nova ogiva hipersônica

Os testes de uma nova arma hipersônica capaz de viajar a uma velocidade de Mach 15, ou 7 km por segundo, foram concluídos com êxito.

O projétil, designado como “produto 4202” (ou 15Y71), foi lançado a partir de uma área de lançamentos em Dombarovski, na região de Kamtchatka.

A arma hipersônica 4202 será instalada em mísseis balísticos intercontinentais de longo alcance, em vez de ogivas tradicionais. Começa a funcionar a cerca de 100 quilômetros de altura e voa em direção ao alvo a uma velocidade de 5 a 7 km/s.

Antes de entrar nas camadas atmosféricas mais densas, o projétil executa uma manobra complexa diretamente sobre o alvo, dificultando sua interceptação por sistemas de defesa antimíssil.

O projeto de ogivas hipersônicas Albatros teve início na URSS em meados da década de 1980; foi uma resposta à tentativa dos EUA de ampliar sua defesa antimíssil com o programa de defesa “Star Wars”.

Abandonado anos depois devido a complicações técnicas, foi reavivado pela NPO Mashinostroyeniya durante os anos 1990, já sob o nome 4202.

100% russa

Devido às sanções de EUA e União Europeia, a fabricante NPO Mashinostroyeniya, sediada na cidade de Reutov (região metropolitana de Moscou), conduziu um amplo programa de substituição de importações para construir o 15Y71.

Entre os desafios, a fabricante teve de substituir o sistema de orientação antes produzido pela empresa ucraniana Kharton.

“O equipamento a bordo e os sistemas eletrônicos são agora totalmente feitos com componentes russos”, disse um especialista da Corporação Roscosmos ao jornal “Izvêstia”. “O produto [4202] não tem mais peças estrangeiras”, completou.

No início de outubro, a NPO Mashinostroyeniya enviou uma carta a todas as empresas que participaram do projeto, solicitando um relatório sobre o trabalho feito no âmbito do programa de substituição de importações.

A empresa russa se negou a fazer comentários sobre a arma.

Com o jornal Izvêstia

ALEKSÊI RAMM / IVAN SCHEBERKO

Foto: Míssil russo-soviético R36M / OTAN: SS-18 “Satan”

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: Gazeta Russa

10 Comentários

  1. Ogiva hipersonica, não entendi é o missel que viaja a velocidade hipersonica, a ogiva pode ser de qualquer especie.

    • Luis Anselmo

      No caso de mísseis balísticos de múltiplos estágios como são os que empregarão estas novas ogivas russas, o míssil em si não passa do transporte, ele é apenas o foguete que conduz as ogivas… ele não atinge velocidades hipersonica principalmente da subida e carregado… a determinada altitude o míssil ejeta o primeiro estágio, depois o segundo estágio, e então manobra e libera os “cones” que são as ogivas já fora da atmosfera… a velocidade hipersônica se dá durante a reentrada já com as ogivas desprendidas do míssil que ganham extrema velocidade no espaço com a ausencia de atrito… é efetuada a correção de trajetória independente em cada ogiva através de pequenos foguetes em cada uma e depois despencam a velocidade extrema… no entanto apesar de ser possível efetuar correções na trajetória de cada ogiva o seu perfil de voo continuará sendo balístico e previsível o seu ponto de impacto. Esta é a grande diferença das ogivas hipersônicas YU-71 russas… elas agora se comportarão como mísseis de cruzeiro com propulsão autônoma fora da atmosfera, ou seja, após se desprenderem da carona, que é o míssil foguete, elas voam em trajetória pré determinada no espaço de forma retilínea e não balística, não tem como os sistemas de defesa calcularem o ponto de impacto… estando fora da atmosfera e com uma trajetória imprevisível e ainda por cima a 7 km por segundo, não há interceptador nenhum capaz de segurá-las… elas podem voar em linha reta milhares de kilômetros fora da atmosfera depois manobrar 90° e despencar na vertical sobre o alvo… as ogivas convencionais dentro de um míssil são bombas, já as ogivas hipersônicas YU-71 são mísseis dentro do míssil.

      • Topol obrigado pela explicação mas pelo que entendi só a velocidade deste troço impaquitando com o solo ja vai fazer um baita estrago sem precisar detonar tipo um mini asteroide lembra da Russia dizem que aquele asteroide era pequeno e caiu numa zona desabitada mas mesmo assim machucou mil pessoas imagina se o troço tivese caido em area abitada como na capital os caras merecem respeito.

  2. -Aonde chega o domínio dos russos, ao fabricarem um motor que faz um míssel/foguete a voar a marca de March 15.
    Isto tudo demonstra que a nossa indústria de defesa, se não receber incentivos e pagar menos impostos, sempre estará engatinhando que nem uma criança, pois temos bons projetos, bons engenheiros, mas nos falta o meio – financiamento e investimento. Além de contar que parte da produção seja absorvida por nossas FFAA, e não venham repetir a ENGESA, BERNARDINI E outras ,

    • Por isso no Brasil existem termos como ,** ESTOU CORRENDO ATRÁS ** e ** CORRENDO ATRÁS DO PREJUÍZO ** , primeiro quem corre atrás não ganha corridas e o segundo ,quando chega no da frente ,fica apenas com o Prejuízo !!

      • dilson quem sabe a jente se uni faz uma vaquinha compra um motorzinho destes da Russia infia na mente do ministro quem sabe ele vai mais depresa.

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