Mais uma faísca no Oriente Médio: Líbano terá presidente pró-iraniano

Passados dois anos de vácuo presidencial e de uma crise política que tem paralisado o Líbano, o país finalmente tem um candidato para o cargo de chefe de Estado, cujo destino vai ser decidido nas eleições na segunda-feira (31).

Se trata de  Michel Aoun, cristão de 81 anos. O político é conhecido por seu alinhamento com o movimento xiita Hezbollah, apoiado pelo Irã, que fornece apoio militar ao presidente sírio, Bashar Assad.

Mais de dois anos sem presidente

O Líbano vive sem chefe de Estado desde que o presidente Michel Suleiman se aposentou no final do seu mandato em maio 2014, sem ter sido atingido acordo sobre um substituto. Segundo a Constituição, neste caso, o chefe de Estado deve ser eleito pelo Parlamento. É de assinalar que o sistema político libanês diz que o presidente deve ser um cristão maronita, o primeiro-ministro sunita e presidente do parlamento xiita.

Desde então, o parlamento reuniu-se mais de 40 vezes mas foi incapaz de eleger um presidente devido à falta de quórum de dois terços.

No entanto, a virada final foi tomada pelo ex-primeiro-ministro Saad Hariri, principal líder sunita apoiado pela Arábia Saudita, que aprovou formalmente a candidatura de Aoun à presidência na semana passada. Em troca disso, Aoun lhe prometeu o cargo de primeiro ministro, informa a Reuters.

Sair da crise

O próprio Hariri, por sua vez, descreveu sua decisão, que vai contra suas convicções políticas, como necessária para “proteger o Líbano, proteger o sistema [político], proteger o Estado e proteger o povo libanês”.

Hariri explicou que a aprovação veio depois de todas as outras opções terem esgotado. Uma vez que o Líbano tiver um presidente, espera-se que as instituições políticas do país paralisadas pela crise sejam reativadas.

Linha regional e internacional

Ao mesmo tempo, analistas acreditam que a eleição de Aoun também afetará a política regional para além do Líbano e da Síria, e terá implicações para a rivalidade entre a Arábia Saudita sunita e o Irã da maioria xiita.

“A escolha de Aoun é uma clara vitória para o eixo pró-iraniana e outra derrota para a Arábia Saudita”, citou a agência Associated Press Paul Salem, vice-presidente de política e pesquisa do Instituto do Oriente Médio em Washington. Além disso, especialistas opinam que o novo presidente também pode se tornar uma dor de cabeça para os EUA.

Foto: © AFP 2016/ JOSEPH EID

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: Sputnik News

 

 

10 Comentários

  1. Agora os EUA criaram uma Desculpara para arrastarem o Líbano para as suas matanças ,criaram uma Bela desculpa como impor a Democracia ,a favor dos Direitos Humanos , já devem estar estudando qualquer desculpa !!

  2. mais uma aliado dos Russos e Chineses…mas já já o Daesh aparece por lá pra levar a democracia estadunidense a mais uma nação do mundo..

  3. ………..este senhor tem o apoio do Hezbollah o poderoso exército xiita do Líbano….será difícil a Arábia Saudita e os EU colocarem o EI ( ou outros grupos terroristas ) dentro desse país, num quadro igual ao que se encontra na Síria, até porque a Rússia socorreria o Líbano de imediato….alias os russos com seus navios no Mediterraneo frente a Síria, já fazem uma cabeça de ponte para qualquer lugar num raio de 1.000 kms………..

  4. O Hezbollah já manda em tudo, não é novidade. A Novidade são os Houtis cada vez mais ousados, dessa vez mandaram um míssil balístico em direção a a meca, as forças da coalização saudita conseguiram interceptar a 65km de distancia de meca.

  5. O tempo está correndo para o fim de Israel. Quando o dinheiro Ianque parar de fluir o pequeno estado judeu estará pronto para pagar pelo seus crimes e o carrasco será o Irã.

Comentários não permitidos.