O diretor do jornal britânico The Independent, Sean O’Grady, escreveu uma análise sobre as possíveis consequências para o mundo com a presidência de Donald Trump ou de Hillary Clinton, afirmando que para construir a paz mundial em plena era nuclear, os EUA devem conservar e cultivar sua “relação mais importante”: o vínculo com a Rússia.
O’Grady, que diz não simpatizar com qualquer um dos dois candidatos à Casa Branca, disse entretanto que a vitória do bilionário republicano seria mais conveniente porque a candidata democrata poderia desencadear a Terceira Guerra Mundial.
Em sua opinião, a política externa de Trump, baseada no princípio de que “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”, poderia tornar possível a cooperação e até mesmo uma aliança com a Rússia. “Trump faria a paz. Os interesses dos EUA seriam definidos de tal maneira que se adaptassem a Moscou”, disse o diretor do jornal britânico.
Assim, segundo O’Grady, o objetivo que o republicano compartilha com a Rússia no sentido de neutralizar o “terrorismo islâmico” de forma contundente pode ser conseguido se existir uma cooperação mais ampla. Para o jornalista, a escolha seria mais prudente quando comparada com os planos de Clinton de parar a “agressão russa” sobre outras nações e de colocar o interesse dos EUA acima de qualquer outra consideração.
Finalmente, o artigo sugere que uma crise semelhante à dos mísseis em Cuba pode estourar novamente sob a presidência de Clinton, tendo em conta “os seus ultimatos implacáveis sobre Putin”.
Apesar das considerações, O’Grady afirma que embora Trump pareça ser a menos má das opções, em sua opinião não há nenhum candidato “claramente civilizado” com uma vida particular ilibada e que busque a paz.
Foto: © REUTERS/ Brian Snyder
- Artigo base – The Independent by Sean O’Grady: Could Hillary Clinton start a world war? Sure as hell she could – and here’s how
Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: Sputnik News
Trump diz que política de Hillary para Síria levaria à 3ª Guerra Mundial
O candidato republicano a presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que o plano para a Síria da candidata democrata, Hillary Clinton, levaria à “Terceira Guerra Mundial”, por causa das possibilidades de conflito com as forças militares da Rússia, que tem armas nucleares.
Numa entrevista cujo foco principal foi política externa, Trump disse que derrotar o Estado Islâmico é a prioridade maior do que convencer o presidente sírio, Bashar al-Assad, a deixar o poder, minimizando um antigo objetivo da política norte-americana.
Trump questionou como Hillary iria negociar com o presidente russo, Vladimir Putin, depois de demonizá-lo, culpou o presidente dos EUA, Barack Obama, por uma crise nas relações norte-americanas com as Filipinas no governo do seu novo presidente, Rodrigo Duterte, lamentou a falta de unidade republicana no apoio a sua candidatura, afirmando que venceria facilmente as eleições se os líderes do partido o apoiassem.
“Se tivéssemos unidade no partido, nós não poderíamos perder esta eleição para Hillary Clinton”, disse ele.
Sobre a guerra civil síria, Trump afirmou que Hillary poderia levar os EUA para uma guerra mundial com uma postura mais agressiva para resolver o conflito.
Hillary defendeu uma zona de exclusão aérea e “zonas de segurança” no chão para proteger não combatentes. Alguns analistas temem que proteger essas áreas poderia levar a um conflito direto com os jatos russos.
“O que devemos fazer é focar no Estado Islâmico. Nós não devemos focar na Síria”, afirmou Trump, enquanto jantava ovos e linguiça no seu resort de golfe em Doral, na Flórida. “Vocês vão acabar na Terceira Guerra Mundial por causa da Síria, se nós escutarmos Hillary Clinton”, disse.
“Vocês não estão combatendo a Síria mais, vocês estão combatendo a Síria, a Rússia e o Irã, certo? A Rússia é um país nuclear, mas um país onde as armas funcionam, diferentemente de outros países que falam”, declarou.
Trump afirmou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, é muito mais forte agora do que era há três anos. Ele disse que forçar a saída de Assad é menos importante do que derrotar o Estado Islâmico.
“Assad é secundário, para mim, em relação ao Estado Islâmico”, declarou.
OBAMA “FOCADO NO GOLFE”
Sobre a Rússia, Trump mais uma vez criticou a maneira como Hillary lidou com as relações entre o país e os EUA quando secretária de Estado, e afirmou que as críticas duras dela a Putin levantavam questionamentos sobre “como ela vai voltar e negociar com esse homem que ela descreveu como tão mal” se ganhar a disputa pela Casa Branca.
Sobre as relações com as Filipinas, Trump criticou Obama, dizendo que o presidente “quer focar no seu jogo de golfe” em vez de se engajar com os líderes mundiais.
Desde que assumiu o poder, Duterte manifestou hostilidade aberta aos EUA, rejeitando críticas contra a sua violenta repressão antidrogas, usando um xingamento para se referir a Obama, e dizendo aos EUA para não tratar o seu país “como um cão com uma coleira”.
O governo Obama tem expressado otimismo de que os dois países possam se manter como firmes aliados.
Trump disse que os mais recentes comentários de Duterte mostraram “uma falta de respeito ao nosso país”.
(Reportagem adicional de Emily Stephenson, Alana Wise e Ginger Gibson em Washington e Emily Flitter em Nova York)
Steve Holland
Reportagem adicional – Emily Stephenson / Alana Wise / Ginger Gibson – Washington / Emily Flitter – Nova York
Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: Reuters
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